VERSAO-ULTIMATE-DO-TRABALHO-REVISÃO-APLICADA
Por: andre.henning • 16/1/2017 • Relatório de pesquisa • 3.474 Palavras (14 Páginas) • 304 Visualizações
Universidade Federal Fluminense
Trabalho de Campo – Geo-História
Integrantes:
Rodrigo da Cunha Tourinho
Victor Lopes
Victor Gabriel Mota
Paula Marchon.
André Henning
Eline da Silva
Pedro Sol
Octavio Dutra
Raphael Chaves
Resumo
A análise para o estudo de determinado espaço, seus elementos e sua relação comunicativa com o tempo histórico através do trabalho de campo, se torna mais próxima ainda da realidade. O trabalho de campo exercido no Bairro da Saúde foi um exemplo da necessidade de se visitar o local de pesquisa, para ter mais propriedade nas análises e ser o mais condizente com a realidade possível, localizado no Morro da Conceição, mais precisamente no Bairro da Saúde, é um importante local de estudo do espaço geográfico/tempo histórico por boa parte de suas construções, que datam dos séculos XVII, XVIII e XIX, se manterem inalteradas desde que foram construídas. Inicialmente, para estruturar o espaço e apreender a totalidade devem-se utilizar quatro categorias: forma, função, estrutura e processo, presente nas obras do geógrafo Milton Santos. Outros elementos também são utilizados para a avaliação do espaço, sendo importante utilizá-los em conjunto, como conceitos únicos.
O Bairro da Saúde e consequentemente o Morro da Conceição possuem uma rica bagagem histórica e carrega parte da cultura não só do Rio de Janeiro, como brasileira. De acordo com Milton Santos, os elementos do espaço são: O homem, Firmas, Instituições, Infraestruturas e o Meio ecológico, todos esses elementos estão de alguma maneira dialogando por toda parte com o Bairro da Saúde de maneira bem demarcada.
As categorias de Análise desses elementos do espaço segundo o autor em questão eram: Forma, Função, Estrutura e Processo. Todas as categorias de análise foram possíveis e de fácil acesso durante todo o trabalho de campo, podendo ser analisados as estruturas que desempenhavam funções diferentes de quando foram construídas, as que mantiveram suas funções e mudaram suas estruturas ou as que mantiveram ambos, era acessível as pesquisas que revelavam os processos que haviam gerado o atual momento das estruturas, funções e formas dos diversos objetos que constituíam o Bairro da Saúde.
Todas essas análises apenas reafirmam a ideia do espaço estar sempre em constante construção, sendo sempre de alguma maneira modificado, os seus lugares, as suas paisagens, regiões e territórios. Um dos combustíveis dessa constante construção são as relações sociais, econômicas, políticas ou culturais que fomentam todo o tipo de produção do espaço, dando a nós, estudantes e pesquisadores sempre instrumentos para a realização de um trabalho de campo que nos dê resultados significativos quanto à noção de espaço x tempo, dos locais que não estamos inseridos no dia-a-dia.
Introdução
A área central da cidade (CBD- Central Business District), onde se é localizado o Bairro da Saúde, apresenta a mudança de função de diversas estruturas conservadas desde que foram construídas ou da mudança de estruturas que apesar de não possuírem a mesma forma, mantiveram suas funções. Por isso se torna uma Área de Proteção Urbano-Cultural (Apruc). Reduto da boemia e dos negócios, com o passar dos anos, o Centro da Cidade, do Rio de Janeiro foi se modificando para se adequar às demandas que a modernidade exigia. Sendo um lugar onde se estabelecem diferentes extratos sociais, evidenciado por suas estruturas, públicas e privadas, manifestadas por um lado nos poderes constituídos na Colônia, nos aspectos administrativo, militar e religioso; e por outro lado, no utilitarismo das construções do âmbito da baixa burguesia. Parece evidente a preferência dos setores sociais mais abastados pelas regiões altas no período, pela visibilidade e por uma proximidade aos poderes
O considerado primeiro ponto de observação do trajeto em direção ao Bairro da Saúde, a Praça Mauá, compõe um dos quatros pontos extremos que dividem o centro da cidade em linhas imaginárias (Tendo a Praça XV, Cinelândia e Praça da Cruz Vermelha como suas outras extremidades). Localizada à beira da Baía de Guanabara, a praça já abrigou o principal porto do país de tempos atrás, com a função de receber viajantes, imigrantes e turistas por via aquaviária, hoje o local compõe um polo turístico.
A Praça Mauá recebeu o primeiro arranha céu do Brasil, o edifício do jornal “A noite”, ou edifício Joseph Gire. Toda imponência fazia-se justificar no local que, além de ser a capital da República abrigava, também o porto que representava, naquele momento, a “porta de entrada do país”. Além de sua referência pela magnitude, este mesmo prédio abrigava o principal veículo de entretenimento da capital, exibindo em seu auditório as famosas radionovelas com a presença dos maiores artistas do país trazendo uma grande empatia e carinho dos habitantes com aquela área. O edifício também pode ser representado como um marco do processo de verticalização do centro da cidade.
A sua frente, o edifício RB1, o primeiro edifício pós-moderno do Rio de Janeiro, com visual arrojado que ratifica a importância da região. Sendo uma superação da arquitetura moderna inspirada nos edifícios de Manhattan, esse edifício denota além de uma impotência e magnitude uma miríade de referências e estilos do neoclássico ao greco-romano.
Nesse ponto já se verifica um curioso cruzamento do espaço e a comunicação dos elementos, um ao lado do outro, mostram temporalidades e contextos distintos e ainda assim estão em constante comparações e interações entre ambos. Exemplificando o caráter sistêmico do espaço e do tempo não apenas um conjunto de objetos.
[pic 1]
Figura 1 - Reflexo do edifício “a noite” no pós-moderno edifício RB1, diálogo entre si
Inicialmente, para estruturar o espaço e apreender a totalidade devem-se utilizar quatro categorias: forma, função, estrutura e processo, presentes nas obras do geógrafo Milton Santos. Outros elementos também são utilizados para a avaliação do espaço, sendo importante utilizá-los em conjunto, como conceitos únicos.
I - Espaços, Temporalidades e Ação Humana
Quando na Geografia se fala da adaptação da sociedade ao espaço, a cidade do Rio de Janeiro se apresenta como um exemplo vivo e pulsante dessa realidade. Originada a partir das relações portuárias no entorno da Praça Mauá, durante toda a sua existência a cidade representou um polo no qual todos os fluxos humanos se entrecruzam. Hoje, marcada por uma intensa verticalização, a metrópole é um local de intensa velocidade e luminosidade.
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