A ARTE PRÉ-HISTÓRICA NA SERRA DA CAPIVARA - REGISTROS E INTERPRETAÇÃO
Artigos Científicos: A ARTE PRÉ-HISTÓRICA NA SERRA DA CAPIVARA - REGISTROS E INTERPRETAÇÃO. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: vssilva • 13/10/2014 • 1.588 Palavras (7 Páginas) • 623 Visualizações
A ARTE PRÉ-HISTÓRICA NA SERRA DA CAPIVARA – REGISTROS E INTERPRETAÇÃO
O Parque Nacional da Serra da Capivara foi criado em 1979 devido seu valor cultural pré-histórico e natural e em 1991 foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO (Organização das Nações Unidas pela Educação Ciência e Cultura) em 1991, o acervo de arte rupestre é mais numeroso e diversificado do que importantes sítios arqueológicos em Lascaux na França e Altamira na Espanha . O parque está localizado no sudoeste do Piauí, sua sede fica na cidade de São Raimundo Nonato e faz divisa com os municípios de Coronel José Dias, João Costa e Brejo do Piauí, abrangendo 129.140 hectares está conectado as Unidades de Conservação da Serra das Confusões e a dois corredores ecológicos abrangendo mais seis municípios.
Entre 440 e 360 milhões de anos atrás, no terceiro e quarto período da era Paleozoica, Siluriano e Devoniano a região coberta pelo mar (era Paleozoica ,542 á 245 anos atrás, formada pelos períodos Cambriano Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonifero e Permiano o mais atual). No final do período Devoniano por volta de 350 milhões de anos começa uma intensa sedimentação dos continentes o que resultará na Pangeia por volta de 300 milhões de anos antes do presente e há 220 milhões de anos atrás durante o período Triassico da era Mesozoica, um movimento tectônico de grande porte fez levantar o fundo do oceano, criando a serra. Os processos erosivos esculpiram o relevo formando uma paisagem com inúmeras formações rochosas naturais, planaltos, planícies serra. Já o clima da região agreste, há aproximadamente 10 mil anos antes do presente, foi divisa entra a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica até uma seca transformar o clima em Cerrado e Caatinga, porém a região da Serra da Capivara preservou parte da flora tropical devido a maior umidade entre as pedras, porem o desmatamento pós-colonização reduziu consideravelmente a mata nativa.
O homem pré-histórico viveu por milhares de anos no sudeste do Piauí, e encontrou na Serra da Capivara formações rochosas que poderiam servir de abrigo e telas para as pinturas rupestres, fontes de água e uma grande quantidade de animais e plantas. Nos paredões de pedra maciça pode-se observar pinturas que retratam a caça, cerimonias, lutas, seres antropomorfos, animais existentes na época, entre outras.
Em 1978 foram encontradas, pela arqueóloga brasileira Níede Guidon, centenas de seixos lascados, indícios de fogueiras pré-históricas, amostras foram datas por carbono 14, de 6 a 48 mil anos atrás, causando uma grande polemica, já que a teoria mais aceita é de que o homem povoou a América por volta de 12 mil anos antes do presente vindo do Ásia para o Alasca pelo estreito de Bering no finalzinho da era do Gelo que durou de 110 mil á 10 mil anos atrás.
Porem as datações mais aceitas pela comunidade arqueológica mundial é por volta de 10 mil anos atrás na época do Holoceno e duvidosas na época do Pleistoceno, entretanto amostras antrópicas originaria do México, Peru e Chile foram datadas de até 22 mil anos antes do presente.
As pinturas rupestres e outros artefatos encontrados, como seixos de pedras lascadas, ornamentações com dentes e ossos de animais, depósitos de lixo pré-histórico e até fogueiras, foram analisadas e classificadas originarias de duas tradições distintas, denominadas Nordeste e Agreste. Estudos apontam que o homem pré-histórico viveu nos arredores da Pedra Furada por dezenas de milhares de anos de forma continua.
Preservação
Os trabalhos de preservação do Parque Nacional da preservação e do sítio arqueológicos um esforço conjunto entre FUMDHAM, o IBAMA e o IPHAN. Foram construídas XX guaritas, sendo XX de acesso turístico e XX de serviço. As guaritas são ocupadas por mulheres que fazem o monitoramento das entradas e saídas das estradas do Parque.
A vigilância dos limites do Parque é feita por uma equipe de guardas do IBAMA. Uma característica do Parque é a pressão exercida pelos povoados que se encontram no seu entorno. Regiões pobres, que muitas vezes promovem o desmatamento, queimadas, criação de gado solto e a caça e tráfico de animais silvestres.
Durante o período da seca é necessária à criação de uma equipe de prevenção e combate a possíveis focos de incêndio no Parque e regiões do entorno.
Para o manejo dos recursos hídricos, cisternas de alta capacidade foram construídas em locais estratégicos para captar água no período da chuva. Essa medida foi tomada para minimizar os efeitos da desertificação e da destruição de parte do corredor ecológico entre o P.N. Serra da Capivara e o P.N Serra das Confusões sobre a fauna da região.
Preservação do Patrimônio Cultural
Os sítios com pinturas rupestres do Parque Nacional Serra da Capivara, como toda obra de arte exposta ao ar livre, encontram-se em permanente processo de degradação.
Em alguns sítios, determinados fatores naturais ou antrópicos agem, acelerando a degradação da rocha ou das pinturas. É preciso, então, encontrar meios de neutralizar a ação desses agentes destruidores para que se possa prolongar por muito tempo a vidas destes insubstituíveis documentos pré-históricos.
O problema mais intenso e mais grave de deterioração atinge o próprio suporte rochoso. O fogo também provoca o superaquecimento da rocha e como consequência o aparecimento de rachaduras que ocasionam futuras quedas de placas.
As plantas, quando tocam a parede rochosa, também são prejudiciais à preservação dos sítios. Eles podem destruir a rocha através de substâncias químicas por elas produzidas com certas resinas ou então, por reterem a umidade e assim favorecerem o desenvolvimento de microrganismos (fungos, algas, bactérias, líquens).
O trabalho de proteção dos sítios e pinturas rupestres do Parque Nacional da Serra da Capivara é feito em três etapas diferentes. O primeiro consta do levantamento e da identificação dos problemas de conservação presentes em cada sítio. A segunda etapa é o trabalho de intervenção. Isto significa a realização de ações no sentido de neutralizar os agentes destruidores. As principais atividades desenvolvidas são a limpeza dos painéis pintados com retirada dos diferentes depósitos. A terceira etapa do trabalho de conservação é a pesquisa sistemática. Esses estudos são feitos por um especialista em conservação
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