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A CONQUISTA E TRANSFORMAÇÃO DA MEMÓRIA INDÍGENA

Por:   •  24/1/2017  •  Resenha  •  1.429 Palavras (6 Páginas)  •  704 Visualizações

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RESENHA: A CONQUISTA E TRANSFORMAÇÃO DA MEMÓRIA INDÍGENA

ENRIQUE FLORESCANO

O autor tem por intenção mostrar as transformações da memória dos indígenas mediante a conquista no século XV. Para os indígenas, a conquista veio como uma destruição do seu mundo, de todo o universo. O sol, para eles é tido como o centro do universo. Numa carta escrita por Katún, do Treze Ahau dizia: “Castrar o sol! Foi isso que os estrangeiros vieram fazer.” Florescano deia claro a indignação e a derrota sofrido pela tribo mexicana.

No ato da conquista, primeiro os conquistados espanhóis destruíram seus deuses pagãos, ou seja, destruíram aqueles que para eles eram os responsáveis por manter a ordem dos seus povos. Em seguida transformaram os senhores principais e os adoradores desses deuses pagãos em servidores, ou seja, os escravizaram. O começo dessas obras dos espanhóis lhes trouxeram uma série de alterações, passaram a conhecer algo que não existia ali como a miséria, o início dos impostos, da esmola, início das lutas com as armas de fogo, para além disso significou o início da escravidão por dívidas e as dívidas presas às costas, para eles era o começo de todo o sofrimento.

Florescano mostra a visão dos mexicas e os maias frente a colonização. Para os mexicas significou o cumprimento das antigas profecias que anunciava o regresso do seu deus Quetzacóatl, já os maias viam como a finalização de um tempo cíclico e o começo de um novo tempo.

Para eles o deus que os espanhóis trouxeram para substituir os seus deuses só falava de pecado, a ideia é que tudo era proibido.

Com a colonização, suas técnicas utilizadas para recordar o passado, foram se perdendo pouco a pouco e o conhecimento que fazia mover essa memória também.

A destruição do seu calendário também foi de imensurável perda, pois o sistema calendário, composto por 260 dias, interligava o passado com o presente e isso funcionava como uma memória histórica diante da suas cerimônias e ritos que praticavam. Sendo assim, o que o autor aponto é que a única cosa que os restou foi a memória oral, contudo esta também foi perdendo suas forças, pois não tinha a escrita para perpetuá-la.

Florescano mostra como primeiro efeito da conquista sobre a memória indígena, a destruição o sistema estatal e em segundo lugar a forte repressão para que suas memórias fossem esquecida. Devido a essa grande repressão, os indígenas criaram formas adaptadas à para preservar e transmitir seu passado.

Segundo o autor, os anos de 1521 a 1540, foram os piores para essa sociedade. Foram anos em que se perpetuou uma enorme ganância pelo ouro, consequência disso foi a destruição dos seus centros ritualísticos, suas estruturas organizadas. Como consequência dessa destruição, o autor aponta a grande dificuldade para relatar a história do ponto de vista dos indígenas, restando assim apenas a história oral e a que é contada do ponto de vista dos colonizadores.

A insurreição d Mixton- foi uma revolta organizada pelos índios da região da Nova Galícia na Espanha. Se uniram uma tribo com a oura, se organizaram politicamente e socialmente formando alianças para destruir os espanhóis e restaurar suas tradições. Para fundamentar suas alianças, basearam na profecias do deus índio, em que todos lutariam ao seu lado contra o conquistador. Suas ações foram de muita fúria sobre os símbolos religiosos cristãos. Na prática os indígenas queimaram os mosteiros, as igrejas e as cruzes. Tinham como objetivo extirpar todos os vestígios do cristianismo, restaurar sua religião e costumes e expulsar os espanhóis de suas terras.

Logo após em 1546 a 1547 veio a insurreição nativista maia na região de Cupul que foi semelhante a insurreição do Mixton com os mesmos objetivos. Seus líderes foram também os sacerdotes, homens que carregavam antigas tradições. Nos primeiros preparativos dessas insurreição, os espanhóis foram crucificados e flechados e outros torturados e queimados. Logo em seguida, em 1547 houve uma terceira insurreição pelos zapotecas em Tiquipa com os mesmos objetivos. Para unir os povos de outras aldeias usaram a ideia tradicional em que seria ordem dos deuses.

Pulverização da da memória étnica e desenvolvimento da memória local e da miscigenação cultural.

Com a chegada dos colonizadores, aquelas aldeias que estavam interligadas umas as outras, foram sendo desagregadas, acabando assim com a ordem política existente. A partir dos anos 1530, essas aldeias tiveram uma nova organização política pautadas nos modelos espanhóis com direito comunitário a terra , governo próprio, obrigação de pagamento de tributos e proporcionar mão de obra aos conquistadores. Com isso deu a distinção das classe entre indígenas, brancos e mestiços.

Destruição e reorganização das comunidades indígenas

Segundo Florescano ouve a criação das repúblicas de índios em que os separava das sociedades de forma territorial, jurídica e econômica. Os índios foram obrigados a residir em bairros especiais, eram separados dos brancos e mestiços. Essa ampla segregação estimulou a formação de uma memória reduzida ao âmbito local.

A partir disso vieram uma série de catástrofes demográficas que foi de 1545 a 1588. As populações estavam dispersas entre si o que acabou acarretando o desaparecimento de milhões de indígenas e os campos tornaram-se incultos.

Com isso, o vice-rei Velasco(1550-1564) na tentativa de resolver, decidiu concentrar todos os índios em aldeias organizadas nas formas coloniais, isto é, no centro a Igreja Cristã e em volta a população. Desta forma, os índios se viram obrigados a deixares

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