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A CONTEMPORANEIDADE E A MULHER

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Por:   •  23/11/2012  •  6.959 Palavras (28 Páginas)  •  1.212 Visualizações

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A Contemporaneidade e a Mulher : "Em que medida os tumultos económicos, sociais e culturais vividos na Europa Ocidental contribuíram para a evolução do papel da Mulher na sociedade, desde a Revolução Industrial até ao pós-I Guerra Mundial."

Índice

1 INTRODUÇÃO.. 3

2 A Contemporaneidade: o rastilho para a emancipação da Mulher. 4

2.1 O Iluminismo e a Revolução Francesa - as suas consequências para a Mulher 4

2.2 A Revolução Industrial, o urbanismo e a transição demográfica – que consequências? 5

2.3 O papel das ideologias liberais e socialistas na libertação da mulher. 5

2.4 A importância do século XIX.. 6

2.4.1 Ao nível laboral 7

2.4.2 Ao nível da educação.. 7

2.4.3 Esfera Privada Vs. Esfera Pública.. 8

2.4.4 A revolução científica, a sexualidade e a psique humana.. 8

2.5 A influência do Imperialismo e do Nacionalismo “fin de siècle” na mentalidade feminina 10

2.6 O Sufrágio.. 10

2.6.1 Feminismo, Sufragistas e Suffragettes. 10

3 “A I Guerra Mundial: Uma espécie de 1789 para as Mulheres”. 12

3.1 A Mulher e a I Guerra Mundial 12

4 O período entre guerras: época de grandes mudanças. 13

4.1 Uma luta em estado latente.. 13

5 Conclusão.. 14

6 Notas Metodológicas. 15

7 Bibliografia e Webgrafia.. 16

1 INTRODUÇÃO

[1]

“O exercício da liberdade é uma dura aprendizagem”[2]

As revoluções vividas no final do século XVIII foram o rastilho de uma sucessão de acontecimentos que mudaram a História da Europa e do Mundo de uma forma irrevogável. Como nos mostra Eric Hobsbawm ao longo dos trinta anos em que escreve a coletânea das quatro Eras (Revoluções, Capital, Império e Extremos), o mundo viveu experiências que alteraram o curso dos acontecimentos para sempre.

Tendo em conta estes livros de leitura obrigatória para alguém que queira compreender minimamente este período, decidi explorar um tema, que tem vindo a registar um crescente número de entusiastas. Refiro-me, obviamente ao papel da mulher na sociedade, como é que esta se foi adaptando às mudanças, quais as suas lutas e em que medida foi favorecida, ou não, tendo sempre em mente o papel desempenhado por personalidades como Hildegard de Bingen (freira do séc.XII, que ficou para a História com a célebre afirmação: “woman may be made from man, but no man can be made without a woman”[3]), Christine de Pizan (séc.XIV-XV, imortalizada pela forma como assumiu o sustento da sua família[4]); e mais tarde, séc.XVIII, Mary Astell, com a célebre frase: “If all Men are born free, how is it that all Women are born Slaves?[5]”.

Concretamente, ao longo deste trabalho, ocupar-me-ei em responder a estas questões, através de uma análise cronológica/acontecimentos-chave que, ao contrário do que se poderia imaginar, não espero que me leve a uma conclusão concreta, mas sim a uma visão geral dos factos, satisfazendo assim, a minha curiosidade sobre um tema que desde sempre me suscitou interesse, não só por motivos de identificação de género, como também devido à sucessão de acontecimentos vividos um pouco por todo o globo, no que toca aos Direitos das Mulheres.

Assim, neste trabalho, parto do Iluminismo e da Revolução Francesa, à qual se segue a Industrial, a urbanização e transição demográfica; uma análise geral do séc.XIX focando certos pontos de interesse; o sufrágio; analiso em que medida o nacionalismo e imperialismo do fim de séc. influenciaram a Mulher; a I Guerra Mundial e as suas consequências, terminando no período do entre guerras.

Este trabalho não tem como objetivo, nem jamais teria a pretensão de criar conhecimento histórico. Simplesmente pretendo compreender a relação entre dois temas que me interessam, que são a época contemporânea na Europa Ocidental e a História da Mulher: a forma como estes se entrecruzam.

2 A Contemporaneidade: o rastilho para a emancipação da Mulher

2.1 O Iluminismo e a Revolução Francesa - as suas consequências para a Mulher

O Iluminismo sem dúvida que representou um, senão o, ponto de viragem da mentalidade da Humanidade, trazendo consigo toda uma série de novidades até então desconhecidas, das quais se destaca a “promesa de derechos universales, (…) una nueva definición de esos derechos en términos de género y de raza”[6], a qual tem implícita uma mudança radical dos ideais até então defendidos. Esta promessa trouxe à discussão diversas teses, como a de Rousseau, que acreditava que as mulheres eram desprovidas de Razão, devendo, como tal, obedecer aos homens. Foram ideias destas que fizeram com que surgissem teses opostas, tais como a de Diderot, que defendia a clareza e encanto dos discursos das mulheres. Não obstante existirem defensores, foram teses como estas que vingaram na sociedade francesa do séc.XVIII (cf. CAINE; SLUGA: 2000, pp.27-8).

Tudo isto, juntamente com as alterações socioeconómicas da época fizeram com que, em França, se desse uma das mais importantes revoluções da História, à qual as mulheres não ficaram à margem.

Passou-se assim, a associar as mulheres a movimentos revolucionários/insurretos aí vivenciados, ex. a 5 de outubro foram as mulheres que avançaram até Versalhes para ir buscar o rei, e mais tarde foram as impulsionadoras dos levantamentos na primavera de 1795.

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