A CULTURA AFRO INDIGENA BRASILEIRA

UFMA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

BACABAL, 27 DE OUTUBRO DE 2017

DISCIPLINA: CULTURA AFRO INDIGENA BRASILEIRA

PROFESSOR: FRANCO

ALUNA: JULYANNA VIRGINIA APOLIANO CÂMARA

A imagem do índio e sua representação, estão presentes nos primeiros relatos dos europeus à coroa portuguesa, como vemos na carta de Pero Vaz de Caminha, relato este, dentre outros, preciso e singular, no que diz respeito à descrição dos nativos da nova colônia, sua aparência e costumes estranhos. O índio aparece como objeto sendo descrito à coroa portugesa:

A feição deles é serem pardos, de maneira avermelhada, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazemo enor caso de encobrirou de mostrar suas vergonhas, e nisso tem tanta inocência como em matar o rosto”. (Caminha, 1963, pg. 02)

No entanto, a imagem do índio e sua incorporação, de fato aparece, a partir do Arcadismo. Essa percepção fica mais clara ao se observar as obras arcadistas do século XVIII: O Uraguai, de Basílio da Gama e Caramuru, de Frei José Santa Rita Durão, sendo aquela, publicada em 1769, a melhor realização do período, onde o autor trata o índio como matéria poética, exalta também a natureza e a relação do índio com a mesma:

REFERÊNCIA

Basilio narra em O Uruguai a luta de indígenas, doutrinados pelos jesuítas, vindo estes a se tornarem os vilões da história, personificados na imagem do padre Balda.

Para Roncari(1995, pg. 209), “O Uraguai contêm uma nova imagem do indígena brasileiro. Já não se trata de simples “bárbaro” e “selvagem” ao qual se deve combater, subjugar, cristianizar ou civilizar”.

REFERÊNCIA

O índio passa a ganhar real destaque no processo de independência brasileira, a escola romântica no início do século XIX, vai alçar o índio à condição de herói nacional:

REFERÊNCIA

Com o processo de independência política, houve a necessidade dos autores brasileiros e artistas de outras áreas, da construção de uma identidade nacional, esse processo de afirmação do nacionalismo brasileiro, necessitava por meio da arte, da literatura, da pintura, da expressão de um personagem que representasse todo o passado histórico do Brasil.

Os escritores românticos recorreram à figura do índio, no sentido de criar um elemento mítico, algo que representasse sentimentalmente (caracteristica do romantismo) as nossas raízes culturais; criou-se o modelo idealizado do índio, como guerreiro, bravo, valente:

REFERENCIA

O modelo do índio romântico conseguiu se manter até pouco depois da segunda metade do século XIX, quando a literatura realista começa a se voltar para outros elementos da sociedade da época.

A partir do século XX, o índio é visto de uma forma crítica, como o ser  que realmente sofreu o processo de aculturamento, que teve sua cultura destruída pela imposição dos valores civilizados do homem branco:

REFERENCIA

O índio, portanto, é um elemento essencial na construção da nova identidade literária e artística ao longo de todos os séculos da história brasileira, desde o início da colonização até a modernidade.