A DIVERSIDADE SEXUAL DA COLONIA: PARAÍSO PARA OS COLONIZADORES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO CAMPUS VII - CODÓ-MA

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÉNCIAS HUMANAS - HISTÓRIA

DOCENTE: LILIANE FARIA CORREA PINTO

DISCENTE: DAVID WILSON FRAZÃO CASTELO BRANCO

ARTIGO APRESENTADO A DISCIPLINA DE HISTÓRIA DO BRASIL E MARANHÃO COLONIAL

CODÓ

2018

A DIVERSIDADE SEXUAL DA COLONIA: PARAISO PARA OS COLONIZADORES

RESUMO

O foco deste artigo é o de compreender de que jeito o homem branco colonizador modificou a livre diversidade sexual perpetuada pelos povos indígenas que aqui habitavam. Os portugueses encontraram na colônia condições favoráveis para a pratica da sodomia, tanto pela distância com a coroa portuguesa, quanto pela vasta imensidão das terras que aqui encontraram, isso favoreceu os colonizadores o direito de usar e abusar de índios e posteriormente dos negros, seus escravos. Será apresentado aqui, que os negros trazidos do continente africano, também eram um outro povo que tinha uma liberdade sexual sem preconceitos, e que também teve que fugir das regras impostas pela coroa portuguesa que colonizava as terras brasileiras.

Não se pode esquecer que a palavra “sodomia” que será corriqueiramente citada neste artigo, vai ser empregada para fazer referência aos hábitos indígenas no primeiro instante, no entanto esta expressão não corresponde a atual especificação de “homossexuais” que identificamos hoje.

Palavras chave: colonizador, diversidade sexual, preconceito.

ABSTRACT

The focus of this article is to understand how the white colonizing man modified the free sexual diversity perpetuated by the indigenous peoples who lived here. The Portuguese found in the colony favorable conditions for the practice of sodomy, both for their distance from the Portuguese crown, and for the vast immensity of the lands they found here, this favored the colonizers the right to use and abuse of Indians and subsequently of the blacks, their slaves. It will be presented here, that the negroes brought from the African continent, were also another people that had a sexual freedom without prejudices, and that also had to evade the rules imposed by the Portuguese crown that colonized the Brazilian lands.

It can not be forgotten that the word "sodomy" that will be commonly cited in this article will be used to refer to indigenous habits in the first instant, but this expression does not correspond to the current specification of "homosexuals" that we identify today.

Key words: colonizer, sexual diversity, preconception.

INTRODUÇÃO

Tratar de sexualidade mesmo nos dias de hoje ainda gera um certo desconforto entre as pessoas, mas quando se trata do tema homossexualidade as coisas tomam a um outro rumo, já que é um tema cheio de tabu e preconceitos. No Brasil a diversidade sexual pode parecer um tema da atualidade, já que passou a ser tratado e discutido de forma mais aberta, tanto nas mídias e de forma mais discreta nas escolas, entretanto esse é um tema bem antigo e perdura desde antes do período colonial brasileiro. Um bom exemplo disso é a sociedade grega antiga, onde a sexualidade não tinha uma separação entre aqueles que escolhiam as práticas hétero ou homossexuais, essas separações não são levadas em consideração, o que vai se observar nessa sociedade e ser levado de fato em consideração é a beleza do indivíduo, independente do sexo. Ainda no contexto da Grécia Antiga a relação entre duas pessoas do mesmo sexo (uma mais velha que seria uma espécie de tutor ou professor) e um mais novo (que seria o aprendiz) tinha uma função pedagógica que recebeu o nome de pederastia.

Assim como na Grécia a cidade de Esparta as práticas pederásticas eram regidas por lei, tanto que aqueles que não procuravam um rapaz para ser seu aprendiz chegavam a ser punidos de acordo com a lei. Tanto na Grécia quanto em Esparta a relação entre duas pessoas do mesmo sexo representava uma passagem considerável na existência sexual e social do qual o individuo estava sendo inserido.

A liberdade que a colônia proporcionou aos colonizadores possibilitou que estes pudessem exercer sobre a maneira da dominação a exploração sexual sobre os colonizados, índias (o) e negras (o)

A DIVERSIDADE SEXUAL INDIGENA

 

Os índios, que foram os primeiros habitantes das terras brasileiras antes da chegada dos colonizadores portugueses levavam uma vida sexual completamente livre de qualquer tipo de preconceitos. Entre os indígenas brasileiros a diversidade sexual era comum entre eles e de maneira alguma eram hostilizados ou sofriam qualquer tipo de repressão pelos membros do grupo, pelo contrário, eram tratados como indivíduos virtuosos e até magníficos dentro da aldeia. Além disso, os índios homossexuais tinham destaque na comunidade indígena, muitos destes assumiam a função de curandeiro dentro da aldeia. Além disso tribos indígenas secretas usavam da relação sexual entre os indígenas do mesmo sexo como um ritual de iniciação a vida adulta. Este ritual era comumente praticado entre os homens da tribo, entretanto isto não significa que era algo exclusivo deles.

OS NEGROS NA COLONIA

 

Assim como ocorria entre os índios, os negros trazidos da África também tinham uma diversidade sexual longe de qualquer tipo de preconceitos. O tráfico negreiro, originário de inúmeras etnias africanas, deu a colônia um acréscimo nos casos de sodomia, entre os colonos.

Durante o período da escravidão, os corpos dos negros trazidos do continente africano pertenciam aos seus donos, com isso os brancos puderam exercer sobre a maneira da dominação a exploração sexual sobre os colonizados, índias(o) e negras(o). Com o intuito de povoar a enorme terra deserta e toda a liberdade sexual existente os colonos logo lançaram se a apossar dos corpos das negras(o) ainda mesmo dentro dos navios negreiros para que estas já chegassem gravidas a colônia, tornando maior o patrimônio dos seus futuros donos, já que de acordo com as leis escravocratas da época o senhor não seria obrigado a pagar pelo feto.