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A Educação Jesuíta

Por:   •  27/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.014 Palavras (9 Páginas)  •  602 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Neste trabalho abordaremos a educação jesuíta em todos os seus princípios e formas, desde seu surgimento até o fim. Poderemos observar que na educação jesuíta o principal era ter uma educação baseada na religião, onde todos os que passavam por ela era "convertido" para que se existisse uma igualdade entre os homens.

Já nas Reformas Pombalinas poderemos ver as mudanças que foram feitas na educação com a explusão dos jesuítas, por Pombal. Veremos que nessa fase surge novas metodologias, novos professores e que tudo isso muda a forma de ver a educação tanto nos estudos menores, quanto nos estudos maiores.

OS JESUÍTAS - CATEQUESE E COLONIZAÇÃO

2. Visão Quinhentista de Mundo: Duas Diacronias, Dois Projetos.

O primeiro conceito abordado é o de "cristindade", onde na primeira metade do século XVI, em Portugal, Igreja e Estado estão unidos por interesses comuns. Nobreza e clero queriam defender a estrutura social dividida e hierarquizada em três, os que lutam, os que rezam e os que trabalham. Para manter seus privilégios eles aceitavam as restrições que era exposto pela igreja, a acumulação de capital, a livre produção e a livre contratação da força de trabalho. Não se era possível criar novos grupos, já era definido essa divisão seja ela por sangue ou ordem senhorial. A coroa portuguesa não admitia novos sócios no poder econômico.

Duas Diacronias: a da colonização, com um projeto inovador e a da Igreja, com um projeto missionário. É importante lembrar que os jesuítas são a ordem religiosa exemplar do séc. XVI, pois tinham a consciência da dimensão social e ativa que a Igreja exercia.

Os jesuítas queria tornar o não-cristão, em cristão, para tornar todos os homens mais "iguais". Para isso surgem algumas práticas do jesuíta missionário e catequista de :

  • discurso universalista, ou seja, desconheçe as fronteiras, e outro discurso invasivo, ou seja, violento, guerreiro.
  • A primeira atitude do mundo medieval que era apresentada pelos jesuítas e pela Coroa: o índio era sujeito as normas e mentalidades do branco, até mesmo na inserção oa trabalho organizado, sem haver a escravidão. A segunda em relação aos colonos: implica lucro, é moderna.
  • Para garantir a semelhança entre os homens brancos e os índios foi criada uma aldeia, onde era usado a lógica e a racionalidade do branco para substituir as aldeias indígenas e suas formas culturais.

3. Encontro das Diacronias

Os jesuítas chegam ao Brasil no século XVI, junto com eles também vieram alguns governantes, todos enviados pela Coroa e a Igreja, pata tomar posse, tomar posse da nova terra e converter o povo da fé defendida por eles (Coroa e Igreja) e organizar o trabalho da população local. Essa ação da Companhia de Jesus era vista como um povoamento e não como uma colonização. A colonização só aconteçe quando a "cristandade" é rompida, quando os novos cristãos chegam ao poder, controlando  Coroa e instalando o escravismo (senhores e escravos). O Brasil se torna colônia em 1570. Com a colonização até os jesuítas são transformados, pois eles lutavam contra essa "preação", ou seja, contra a escravização do povo nativo, mais eles acabam participando dessa mundo colonial escravista, tornando eles próprios agentes colonizadores. No ínicio os jesuítas exerciam grande influência sobre os nativos, mas perdem essa influência pois tráfico negreiro e africano já chegam escravizados, por isso deixam de ser influentes e se tornam colonos proprietários de escravos.

4. O Lugar da Educação Escolar

No processo de encontro entre as duas diacronias, os jesuítas passam pela atuação de socializadores e educadores da população. A explicação mais tradicional era que o jesuíta era vizualizador da exploração econômica da colônia e fundador dos colégios para os filhos dos índios e brancos com a chegada ao Brasil, não dá conta da complexidade da questão. Com isso surgem duas grandes fases na atuação jesuíta: o período heroíco e o período de consolidação.

4.1 O período heroíco

Nesta fase, os jesuítas vivem nas aldeias com os índios, adotam seus costumes. Não reconhecem a existência de diferentes culturas indígenas e entre os brancos.

A catequese se fazia por contato e convencimento, através de “alianças com os chefes indígenas e a utilização de interpretes mamelucos”. Há adaptação e permeabilidade nos comportamentos de ambas as partes. No entanto, os índios são resistentes à catequização, levando os jesuítas a utilizarem novas metodologias, “passando a transformar, suprimir a cultura indígena, para depois ensinar a doutrina”. Surgem a partir daí os aldeamentos de adultos e os recolhimentos de crianças, as chamadas missões, iniciadas pelo padre Nóbrega e com o apoio da Coroa Portuguesa. Essa fase do ensino jesuíta aos índios, especificamente as “casas de meninos”, oferece atividades de aprendizado oral do português e do contar, cantar, tocar flauta e outros instrumentos musicais, catecismo e a doutrina cristã. Mais tarde, ler e escrever português e o ensino profissional artesanal e agrícola.

4.2 O período de consolidação

Instalados nas principais vilas da colônia os colégios foram viabilizados porque, em troca dessa tarefa de educar os meninos brancos, a Coroa, já dominada pela burguesia mercantil ofereceu para o sustento da ação missionária nessas instituições, uma taxa que era arrecadada sobre 10% das dízimas que recolhia. Os estudos permitidos pelos jesuítas eram aqueles relacionados às humanidades e estavam reunidos na Ratio Studiorum. Todos os professores deveriam seguir tal plano de estudos, podendo até mesmo serem expulsos da docência caso se afastassem das orientações ali previstas.

A educação promovida pelos padres jesuítas se dava de forma tradicional. O professor centralizava o processo educacional na sua pessoa, não havendo oportunidade para debates e discordâncias. O curríulo era dado de forma ; também era dada aula para os alunos que não sabiam reconhecer os caracteres latinos, onde ensinavam leitura, escrita e contas em português.

Nessa fase os jesuítas estavam fora da realidade social brasileira, pois perderam o carater missionário apostólico, heroíco e apenas faziam o papel de assistência aos colonos que também era um papel que estava desvalorizado. A companhia passou a funcionar nos padrões culturais e pedagógicos, que inseriam os meninos da colônia par o mundo ocidental. Nos colégios para aculturar os alunos brancos eles usavam formas da tradição, da repetição, da disciplina rigorosa (castigos físicos, reclusão e exclusão).

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