A Era do Capital

A Era do Capital (Karl Marx) - Capítulo: O mundo burguês

I

- Sociedade burguesa no seu ápice: aparência das roupas, pelos interiores que o cercavam – as roupas fazem o homem

- Lar: quintessência do mundo burguês, nele os problemas e contradições da sociedade eram esquecidos e eliminados;

Nele se podia manter a ilusão de uma alegria harmoniosa e hierárquica, cercada pelos objetos materiais que o compunham

EX: Natal, cerimônia burguesa: frio do lado de fora e o calor do círculo familiar dentro da casa – contraste entre os dois eram muito forte

- Interior do lar burguês: repleto de móveis e objetos – acumulação de objetos e de móveis eram sinais de riqueza e de status, já que os objetos eram feitos por processos manuais e eram caros a sua aquisição

- Objetos: mais que utilidade ou símbolo de status, traziam expressões da personalidade, do programa e realidade da vida burguesa de transformadores do homem

- Beleza significava decoração, uma coisa aplicada à superfície dos objetos

- Dualidade entre solidez e beleza expressava a divisão material e o ideal, o corpo e o espírito – típico do mundo burguês;  espírito necessitava do corpo para colocar suas ideia em prática

- Símbolo máximo da expressão espiritual: música, que adentrava as casas birguesas por meio do piano, um aparato grande, rebuscado e caro

- Dualidade entre matéria e espírito: nítido de melhor forma nas questões do sexo

- Católicos: Diferenças entre homens e mulheres: castidade para mulheres solteiras e fidelidade para as casadas, caça livre de todas as mulheres pelos jovens burgueses soleitos e uma infidelidade tolerada entre os casados

- Elemento sexual no mundo burguês podia ser visto com nitidez nas roupas: combinação entre tentação e interdição

- Burguês vitoriano: coberto por tecidos, deixando pouca coisa visível, exceto a face

  1860-1870: características secundárias eram enfatizadas grotescamente: cabelos e barbas nos homens, cabelos, seios e ancas nas mulheres, aumentados em proporções gigantescas com enchimentos postiços

- Civilização apoiava-se na repressão das urgências sexuais:

     sucesso incompatível com o prazer – ainda vemos isso no meio esportivo

atração entre os sexos não cabia no sistema de valores

- O puritanismo sexual:  promover ums distinção entre a massa de pobres não-respeitáveis e a classe de indivíduos que tivessem força pessoal e caráter distintos do outro grupo

- O problema do puritanismo sexual burguês é mais complexo: A crença de que o burguês de meados do século XIX era incomumente vigoroso e portanto obrigado a construir defesas incomumente impenetráveis contra a tentação da carne não é convincente

O problema também era econômico, uma vez que a família não era só a unidade social básica da sociedade burguesa, mas também a unidade básica do sistema de propriedades e das empresas de comércio

O que mais enfraquecia a unidade familiar era a paixão física descontrolada, que introduzia herdeiros inadequados – qualquer coisa que enfraquecesse a família era inadmissível

Tensões mais que econômicas também: realidade da abstinência, moderação e contenção entrava dramaticamente em choque com a realidade de sucesso burguês – problema mais de gastar do que de economizar

Novos burgueses: tinham dinheiro pra gastar e também pensavam em formas de demonstrar seu sucesso além de gastar com castelos etc, mas gastar os faria parecidos com os aristocratas não-puritanos

Burgueses com dificuldades de combinar aquisições e despesas de forma moralmente satisfatória, bem como de deixar uma sucessão de homens de negócio nas famílias: mulheres aumentando seu papel nesse sentido

O lucro ganho meio que inibia a vontade de se continuar lucrando quando já se possuía uma quantidade adequada de riqueza

Final do século: uma meio de combinar aquisições e despesas: compra de antiguidades

Esforço e prazer coexistiam, mas esbarravam-se. E a sexualidade era uma das vítimias do conflito, a hipocrisia um dos vencedores

II

- Sufocada por roupas, paredes e objetos: ali estava a família burguesa

- Conexões entre a família e a sociedade burguesa: Qual o motivo de uma sociedade dedicada ao lucro,livre competitividade, igualdade de direitos e liberdade deveria ela se apoiar numa instituição que negava todos estes ideias?

 Sua unidade básica, a casa de uma única família, era uma autocracia patriarcal e um microcosmo de espécie de sociedade que a burguesia como classe denunciava e destruía: uma hierarquia de dependência social

- Inferioridade da mulher em relação ao homem: a esposa burguesa somente admirando a capacidade do marido burguês e com função de manter ele em conforto e paz

- Casa ideal burguesa: homem demonstrando dominação sobre as mulheres dispostas hierarquicamente – empregados eram cada vez mais mulheres