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A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRIA - ANÁLISE CRÍTICA DAS MUDANÇAS NA PERSPECTIVA DO ENSINO DE HISTÓRIA A PARTIR DO PROJETO ‘‘RECRIANDO HISTÓRIAS''

Pesquisas Acadêmicas: A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRIA - ANÁLISE CRÍTICA DAS MUDANÇAS NA PERSPECTIVA DO ENSINO DE HISTÓRIA A PARTIR DO PROJETO ‘‘RECRIANDO HISTÓRIAS''. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  8/3/2015  •  3.033 Palavras (13 Páginas)  •  700 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

HELESSANDRA GUMIERO

KARINY MARTINS PEREIRA

A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRIA – ANÁLISE CRÍTICA DAS MUDANÇAS NA PERSPECTIVA DO ENSINO DE HISTÓRIA A PARTIR DO PROJETO ‘‘RECRIANDO HISTÓRIAS’’

VITÓRIA

2014

HELESSANDRA GUMIERO

KARINY MARTINS PEREIRA

A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA HISTÓRIA – ANÁLISE CRÍTICA DAS MUDANÇAS NA PERSPECTIVA DO ENSINO DE HISTÓRIA A PARTIR DO PROJETO ‘‘RECRIANDO HISTÓRIAS’’

Trabalho apresentado à disciplina de História da História Ensinada do Curso de História da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para avaliação.

Orientador: Profº. Drº. Arnaldo Pinto Júnior

Vitória

2014

INTRODUÇÃO

O presente artigo é uma análise, constante da leitura de materiais elaborados para entendimento do que é o projeto ‘Recriando Histórias’ e da forma como esse projeto transformou a maneira de ensinar crianças sobre a história local, enlaçando a história pessoal de cada uma, a acontecimentos que foram motor para a construção das narrativas coletivas, ambicionando a construção de uma consciência histórica, consciente de si mesma e capaz de assimilar a partir de vivências pessoais e coletivas, seu entendimento da realidade.

O trabalho, realizado em escolas municipais de ensino fundamental, explora a condição de ensinar História a crianças, por professores de caráter generalista, que não tem como característica, aprofundar o conhecimento de determinada área, já que não são formadas em determinada área. Os conteúdos de História principalmente são abordados de formas bem variadas por esses professores, mas poucos são os que conseguem iniciar a capacitação desses alunos no que diz as questões de assimilação do conhecimento e formação de consciência do que é História.

Fruto do projeto desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná a partir da demanda existente para atender alunos do ensino fundamental da região metropolitana de Curitiba, no auxílio ao estudo da História Local, é elaborado um livro didático próprio, feito pelos próprios alunos com a supervisão dos professores e coordenadores do projeto.

RECRIANDO HISTÓRIAS – O PROJETO

Desde 1931, ano que em que o ensino de História no Brasil teve introdução oficial nos programas escolares, aconteceram diferentes processos que o modificaram. A partir da década de 1990, foram produzidos e popularizados pelo Ministério da Educação os Parâmetros Curriculares Nacionais, que propunham o contento a ser favorecido nas séries iniciais do ensino fundamental.

Especificamente o caso do ensino de História tinha indicação de conteúdos que dispusessem de natureza cooperativa para a formação da consciência cidadã, algo de substancial importância para a constituição intelectual desses estudantes, mas o que temos que ressaltar faz-se na questão da velocidade com a qual essas propostas chegaram ao sistema de ensino, “[...] particularmente às redes municipais, responsáveis pelas séries iniciais de escolarização” (SCHIMIDT; GARCIA, 2008, P. 72), a passos de tartaruga.

Dificuldades específicas foram demandas pelos professores para corresponder as novas propostas requeridas. O desajuste do material didático com o objetivo dos conteúdos requeridos, a falta de formação e informação objetiva para o estabelecimentos dos trabalhos germinaram a criação e organização do Projeto Recriando Histórias e com isso colaborar na formar de atividades de extensão e pesquisa da Universidade Federal do Paraná.

Idealizado pelas professoras e pesquisadoras da Universidade Federal do Paraná, Maria Auxiliadora Moreira dos Santos Schmidt e Tânia Maria Figueiredo Braga Garcia o Projeto Recriando Histórias, que vem sendo desenvolvido desde 1997, com a perspectiva de buscar novas maneiras de ensinar História para crianças e jovens, tem como base, princípios orientadores fundamentados nas concepções de 03 historiadores, Thompson, Artières e Lee.

A partir da idéia de Edward P. Thompson, historiador britânico de concepção teórica marxista, a História é compreendida como estudo da experiência humana no tempo,

[...] a discussão do processo de escolarização contemporâneo, partindo do pressuposto que ele acontece em contexto cultural complexo, marcado por diferentes tradições. Tal perspectiva permite pensar as culturas escolares como processo e resultado das experiências dos sujeitos, dos sentidos construídos e compartilhados e/ou disputados pelos atores que fazem a escola.” (FARIA FILHO; BERTUCCI. 2009. P. 10)

As afirmações de Thompson, sobre fatores como experiência e cultura, incidem diretamente nas questões do projeto Recriando Histórias, pois o resgate da história local e a participação dos atores dessa história é o ponto de partida no qual se objetiva toda a metodologia investida. É necessário que todo o processo seja alimentado com o sentimento pessoal, mas supervisionado e orientado para que as idéias principais sejam visualizadas e foquem na formação de sujeitos aptos para a assimilação das consciências históricas.

[...] com a ‘experiência’ e ‘cultura’, estamos num ponto de junção de outro tipo. Pois as pessoas não experimentam sua própria experiência apenas como idéias, no âmbito do pensamento e de seus procedimentos, ou (como supõem certos praticantes teóricos) como instinto proletário etc. Elas experimentam sua experiência como sentimento e lidam com esses sentimentos na cultura, como normas, obrigações familiares e de parentesco, e reciprocidade, como valores ou (através de formas mais elaboradas) na arte ou nas convicções religiosas. Essa metade da cultura (e é uma metade completa) pode ser descrita como consciência afetiva e moral. (THOMPSON, 1981.p.189)

Sobre o uso de documentos em estado de arquivo familiar, Philippe Artiéres, famoso historiador francês nos diz: “[...] arquivar a própria vida não é privilégio de homens ilustres

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