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A HISTÓRIA DO BRASIL I

Por:   •  2/3/2018  •  Relatório de pesquisa  •  2.547 Palavras (11 Páginas)  •  180 Visualizações

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[pic 1]

 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

HISTÓRIA DO BRASIL I (HI 125) – 2017.2

KATRINNA SOUSA DA COSTA

DIÁRIO DE CAMPO

FORTALEZA

2017

Chegamos em Aquiraz por volta de 10hr, fomos recepcionados pelo Joaquim Paiva que é um funcionário público de Aquiraz. Ele é apaixonado pela cidade dele e compartilhou um pouco do seu conhecimento conosco. Nós íamos no Museu Sacro São José de Ribamar, porém como era segunda, ele estava fechado. Mas ele explicou que o prédio que hoje abriga o museu funcionou, em 1742, no primeiro pavimento, a Cadeia Pública. A parte superior do prédio, construída em 1877, com mão-de-obra dos retirantes da seca, destinava-se à Prefeitura, Câmara, Fórum, e um Salão para bailes. Somente em 1967 passou a ser museu, administrado pela Secretaria de Cultura do Estado. Ainda na parte superior, os bailes que haviam eram destinados apenas as elites da época. Os retirantes também construíram duas torres da igreja e a parte externa do mercado da carne em troca de alimentação e moradia. Ainda sobre o museu, ele nos disse que o acervo é muito rico de prataria e ouro, presente/herança dos jesuítas.

A seguir visitamos a igreja matriz de São José de Ribamar, que é o mais antigo templo católico do Ceará. Sua construção teve início em 1716. Como já foi citado, suas torres foram erguidas em 1877 devido a migração decorrente da seca que aconteceu naquele ano, onde a mão-de-obra dos retirantes foi aproveitada em construções públicas. O templo é feito em estilo barroco com vários detalhes clássicos. Dentro da igreja tem um púlpito, que é uma plataforma usada por padres e afins para pregar os sermões. O forro da capela-mor é pintado de forma detalhada representando passagens da vida do padroeiro São José de Ribamar, o qual segundo a lenda foi achado em uma das praias de Aquiraz.

Seguimos para a casa do capitão-mor, porém ela também estava fechada e a gente só conseguiu ver a fachada. Essa casa foi construída em meados do século XVIII para servir de residência para as autoridades da capitania.

Em seguida fomos ao antigo Mercado da Carne que foi construído em meados do século XIX. Associado ao surgimento das charqueadas, seu principal prédio tem uma planta quadrada, o qual se utilizou da carnaúba, da telha de barro e da tijoleira como materiais para a sua construção. A parte a volta foi construída pelos retirantes tempo depois como forma de pagamento por alimentação.

Ao sair do antigo mercado das carnes, fomos visitar as ruínas dos jesuítas que hoje em dia fica no parque engenhoca. Dentro do terreno do parque tem uma casa bem antiga que foi a casa do primeiro dono dessas terras. Tem também a tumba que ele foi enterrado.

No parque também tem um hospício dos Jesuítas, que diferente da conotação que temos hoje, hospício significava um local para hospedagem. A casa de hospedagem funcionava como ponto de apoio para os missionários, autoridades e demais viajantes que se aventuravam pelas terras brasileiras. Os restos da antiga capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso são um dos poucos testemunhos do ousado empreendimento dos jesuítas que estiveram na antiga capital cearense na época.[pic 2]

Então partimos para a comunidade Jenipapo Kanindé, que está localizada em Aquiraz, próximo ao Iguape. Ao chegar fomos apresentados ao Pajé Preá, que nos ofereceu um almoço bem reforçado. Os índios têm uma cozinha comunitária na aldeia, a qual é possível saborear diversos pratos típicos locais.

Depois do almoço fizemos uma visita guiada pelo Museu Indígena Jenipapo Kanindé, lá tinha banners explicando a comunidade, como seu funcionamento localização, atividades econômicas e etc. O turismo comunitário que realizado é utilizado como estratégia de garantia de território e uma oportunidade para as populações tradicionais possuírem o controle efetivo sobre o seu desenvolvimento, sendo diretamente responsáveis pelo planejamento e gestão das atividades, estruturas e serviços turísticos propostos. No museu tinha também quadros de fotografias representando o cotidiano social local, artefatos usados na região, tipo a almofada de bilros para rendar. E ademais haviam amostras de fauna e alguns livrinhos que tratam sobre a comunidade deles, sobre patrimônio e sobre outras comunidades. E uma curiosidade: o Pajé nos disse que a Cacique da aldeia deles é a primeira Cacique mulher do Brasil, ela se identifica como Cacique Pequena.

Ao sair do museu, fomos visitar a Escola Indígena Jenipapo Kanindé, que é uma escola pública administrada por índios. Eles recebem uma ajuda de custo e mantem a escola. Algumas coisas se assemelham com a escola convencional, porém é proposto aos alunos diversas feiras culturais para manter o contato da cultura deles presentes na educação das crianças. As crianças estão em constante contato com a cultura indígena.

Trilha pelo Morro do Urubu: Trilha com alto grau de dificuldade devido à inclinação íngreme do Morro do Urubu, que chega aos 98 metros. O percurso acontece sobre a areia da grande duna e da vegetação nativa. No topo, é possível observar o mar e toda a beleza da natureza preservada pelo povo Jenipapo-Kanindé. Vimos o Pôr do sol lá de cima do Morro, muito lindo. Ao descer, a turma toda tomou banho na lagoa encantada e então, por volta de 18hr partimos para Russas.

Chegando em Russas eram 23:30, todo mundo se alocou na casa da Osarina e fomos nos preparar para a manhã seguinte. Acordamos 4:30, tomamos um café da manhã bem reforçado e fomos a plantação do senhor Hercílio que nos falou sobre a implantação do Perímetro Irrigado Tabuleiros de Russas. Que foi um projeto do governo se quem teoria visava a melhoria de produção dos pequenos agricultores. Inicialmente o projeto se dividiu em duas etapas. O órgão responsável foi o DNOCS - Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Começou efetivamente no fim dos anos 80, onde sua primeira etapa era de desapropriação de uma vasta área onde viviam 22 comunidades. A segunda etapa consistia em fazer novas desapropriações e fazer maiores investimentos com a chegada das grandes empresas de agronegócio. Assim, os modos de vida tradicionais das famílias da região, que sempre encontraram muitas dificuldades, como pouca atenção do poder público, visto não atenderem aos interesses do mercado e do grande capital, foram, para a implantação do perímetro irrigado, nos moldes que é colocado na citação do site do DONCS, alvos de expropriação, sendo ameaçados, tanto pela perda de suas terras, seu principal instrumento de trabalho, com pelo crescente processo de assalariamento, visto que as políticas do Estado incentivaram a vinda de grandes empresas e o estabelecimento de lotes, que passaram a produzir visando o mercado e o lucro, por meio da exploração da terra e da força de trabalho dos pequenos agricultores.

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