A Historia Oral
Por: Lpizinho Bule • 26/7/2019 • Abstract • 962 Palavras (4 Páginas) • 123 Visualizações
Historia oral
Conceito de fonte oral
Segundo (J. Vancina p. 140) fonte oral são todas as declarações feitas por uma pessoa sobre uma mesma sequência de acontecimentos passados, contanto que a pessoa não tenha adquirido novas informações entre as diversas declarações.
Importancia
ALVES e FELIPE (p.11) defendem que pesquisas em que se utiliza a memória como instrumento de resgate da história de vida de homens e mulheres, desenvolvem um sentimento identitário à formação da cidadania, bem como o fortalecimento da organização comunitária.
(THOMPSON, 1992, p. 17) citado por (ALVES e FELIPE, 2016, P. 3) afirma que:
“ (...) a história oral pode dar grande contribuição para o resgate da memória nacional, mostrando-se um método bastante promissor para a realização de pesquisa em diferentes áreas. É preciso preservar a memória física e espacial, como também descobrir e valorizar a memória do homem. A memória de um pode ser a memória de muitos, possibilitando a evidência dos fatos coletivos ”
.
A história tradicional normalmente vem privilegiando o relato dos grandes sujeitos e acontecimentos, já a história oral busca dar voz aos pequenos eventos do quotidiano, que fazem parte de nossas vidas, dá ouvidos aos silenciados, mostrando o quanto também são sujeitos da história. Assim, uma das características dessa metodologia está no fato de que ela pode apresentar uma riqueza de detalhes que, muitas vezes, não são encontrados nos documentos.
Olhando para o caso de muitos povos africanos a fonte oral é vista como essencial no resgate da historia de grandes reinos que remontam do século XVII. A respeito disso, Hampate Ba firma:
“ (…) nenhuma tentativa de penetrar a história e o espírito dos povos africanos terá validade a menos que se apoie nessa herança de conhecimentos de toda espécie, pacientemente transmitidos de boca a ouvido, de mestre a discípulo, ao longo dos séculos. Essa herança ainda não se perdeu e reside na memória da última geração de grandes depositários, de quem se pode dizer são a memória viva da África.” (A.Hampate Ba p. 167)
Podemos afirmar que até mesmo os povos que sempre se orgulharam das fontes escritas, também, usaram as fontes orais para resgatar histórias de suas pátrias.
Hampate Ba afirma que:
(…) Os primeiros arquivos ou bibliotecas do mundo foram o cérebro dos homens. Antes de colocar seus pensamentos no papel, o escritor ou o estudioso mantém um diálogo secreto consigo mesmo. Antes de escrever um relato, o homem recorda os fatos tal como lhe foram narrados ou, no caso de experiência própria, tal como ele mesmo os narra. (p.167)
Objecto da história oral
Le Goff (1996) citado por ALVES e FELIPE (P. 3) afirma que a memória é o objecto principal no trabalho com as fontes orais, pois o estudo vem por intermédio da memória das testemunhas.
Tipos de memória
Segundo Halbwachs (1990) citado por ALVES e FELIPE (P.3) a memória pode dividir-se em duas possibilidades: a memória individual e a memória colectiva. Ambas relacionam-se e interferem-se entre si.
Limitações da história oral
Segundo ALVES e FELIPE (p. 4), a memória não apresenta exactidão, pode não ter um dado preciso, mas possui dados que, às vezes, um documento escrito não possui. Mas as limitações existem também nos documentos escrito, a respeito disso, Hampate Ba afirma que:
“Nada prova a priori que a escrita resulta em um relato da realidade mais fidedigno do que o testemunho oral transmitido de geração a geração. (…). Além disso, os próprios documentos escritos nem sempre se mantiveram livres de falsificações ou alterações, intencionais ou não, ao passarem sucessivamente pelas mãos dos copistas”. (p.168)
Que cuidados devemos ter ao usar a historia oral?
ALVES e ELIPE (P. 5) afirmam que a fonte oral pode ser confrontada com outros tipos de documentação e analisada não apenas como uma complementação do documento escrito nos estudos históricos, uma vez que ambos os documentos produzem informações sobre as transformações das sociedades humanas.
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