A História Moderna
Por: Marco8979 • 31/5/2021 • Trabalho acadêmico • 593 Palavras (3 Páginas) • 150 Visualizações
A época moderna tem como característica a ideia de transformação nas estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais, em relação ao mundo medieval. No aspecto econômico, as mudanças como o crescimento do comércio, o uso da moeda e de operações de crédito constroem novas estruturas econômicas. Essas novas modalidades comerciais são indissociáveis da prática da leitura e da escrita, já que pressupõem os livros-caixa, as letras de câmbio e os contratos entre mercadores referendados no direito escrito. Além dos estudos de Cartografia e o de novos idiomas.
No entanto, apesar das rupturas, ainda há continuidade com as estruturas da economia da idade média, que é preponderantemente agrária. E isso leva a um ponto de tensão, pois as mudanças ocorrem nas sociedades medievais, caracterizadas por serem sociedades de ordens e corpos, mas ainda não as transformam em sociedades de classes.
Quanto ao aspecto cultural e do conhecimento, há vários elementos que causaram a ruptura entre o mundo moderno e o medieval, tais como a maior difusão da escrita, que acompanha o desenvolvimento das cidades e do comércio. Além disso, a propagação de novos saberes, a quebra da interpretação de escrituras sagradas apenas pela Igreja, a construção de novas concepções de homem, Igreja e Deus, tudo isso traz rompimento com a era medieval. Podemos citar o caso da impressão da Bíblia e da sua tradução para vários idiomas, que serviram como instrumentos para a quebra do paradigma de que só a Igreja teria o domínio sobre as interpretações possíveis das escrituras sagradas cristãs. Apesar dessas mudanças, é preciso enfatizar a permanência e a continuidade entres os dois mundos, medieval e moderno, também sob o aspecto cultural. Para além da contestação do poder de Igreja e do seu domínio hegemônico sobre a palavra divina, matem-se a referência da concepção de Deus elaborada pela Igreja, bem como a ideia de criação.
No âmbito político, o período moderno é marcado pela concentração de poder nas mãos dos reis e a organização de monarquias absolutistas, em oposição à organização feudalista da sociedades medievais, onde prepondera a descentralização de poder. A nobreza territorial, forte na idade média, perde força à medida que o poder se torna mais concentrado nas mãos dos reis, o que pode ser constatado com a presença de um número maior de funcionários reais distribuídos pelos territórios, com as funções de justiça e arrecadação de impostos. Além disso há uma independência maior dos reis para decretar guerras e nas questões militares, com a permanência de exércitos de mercenários bancados pela realeza. A utilização do direito escrito também endossa o monopólio real sobre as questões militares, de guerra, de justiça e tributárias. Cabe ainda destacar a importância da distinção entre centralização de poder, sistema absolutista e estado-nação.
Segundo o texto de Ernest Cassirer, o pensamento humanista, que surge como arcabouço intelectual para a era moderna, embora tenha rompido com a Escolástica e com a concepção de autoridade com a qual a Igreja se apropriava do conhecimento, não se colocou em oposição à fé cristã. O humanismo renascentista ao visitar as obras da Antiguidade Clássica, não trouxe a volta de concepções paganistas, mas criou uma nova concepção sobre o homem, o conhecimento e a religião. Essa nova concepção renascentista enxerga o homem e o seu lugar no mundo sob o viés da liberdade e individualidade, não se afastando das referências do Deus cristão, e da teoria da criação. Com isso, o humanismo desenvolve uma nova visão de mundo, pautada no pensamento humanista, mas não descartando a alegoria existente de Deus, na qual os dogmas cristãos ainda conduzem a sociedade moderna.
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