A Independência dos EUA
Por: Evelyn Serra • 4/8/2023 • Pesquisas Acadêmicas • 1.389 Palavras (6 Páginas) • 39 Visualizações
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DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO EM HISTÓRIA
REVOLUÇÃO AMERICANA
Discente: Evelyn Helen da Silva Serra - 20200075134
Docente: Ana Paula da Silva
Rio de Janeiro
Julho - 2023
A Revolução Americana
Negros e indígenas no processo da Independência
Introdução
Durante a revolução dos Estados Unidos, tanto os negros como os indígenas tiveram papéis significativos, embora as experiências de cada grupo tenham sido bastante diferentes.
Na época da revolução, muitos negros no país ainda eram escravizados. Aqueles que lutaram pela independência dos Estado Unidos tiveram que tomar decisões complexas, pois a promessa de liberdade não se estendia necessariamente a eles. Alguns escravos fugiram para se juntar ao lado britânico, que oferecia emancipação a quem lutasse em sua causa. Outros negros, no entanto, se uniram às forças rebeldes americanas e lutaram pela independência, na esperança de que isso levasse à abolição da escravidão.
Negros
A importância da escravidão no crescimento econômico das "Treze Colônias Americanas" e seu caminho para a independência do domínio colonial inglês não pode ser negada. Na época, a escravidão existia em todas as colônias com leis específicas regulando a prática.
Em 1662, a Virgínia aprovou uma lei que determinava o status de escravo pela mãe. Isso significava que, se a mãe fosse africana, o filho seria escravo, mesmo que o pai fosse britânico. A exploração de milhões de indivíduos escravizados desempenhou um papel fundamental no aumento da produção de tabaco e algodão, o que levou ao surgimento de ricos proprietários de terras do sul que defendiam a expansão territorial.
Em outubro de 1669, uma nova lei sobre escravos na Virginia determinou que, se um escravo morresse em consequência de castigos corporais impostos pelo capataz ou pelo dono, isso não seria considerado um “delito maior”, e o dono seria absolvido. A lei seguia uma lógica implacável: matar um escravo não era visto como um ato intencional, pois ninguém intencionalmente destruiria sua própria propriedade. Essa lei revela como o escravo era tratado como uma “coisa” na legislação colonial.(KARNAL,2007,p.63)
A escravidão negra competia com a escravidão branca, mas os contatos dos comerciantes coloniais com as Antilhas acabaram por facilitar o uso da mão-de-obra africana. Os fazendeiros perceberam que a escravidão negra era mais vantajosa e o número de escravos aumentou dramaticamente.
Com a expansão das plantações escravistas na região Sul e o surgimento da nascente burguesia agrária na América do Norte entraram cada vez mais em conflito com as restrições comerciais e tributárias impostas pela metrópole inglesa. Este conflito preparou o terreno para a luta pela independência. Nessa disputa, as classes dominantes da região conseguiram capitalizar o descontentamento existente em relação às condições de vida dos negros, trabalhadores brancos e pequenos agricultores, canalizando-o para uma luta contra o domínio colonial.
Porém, como destacou Pablo Pozzi, o problema mais sério com o qual se enfrentaram inicialmente as elites independentistas é que não contavam com muito apoio popular fora dos setores urbanos [1]. Isto era chave, já que para enfrentar ao exército inglês as colônias dependiam do alistamento de voluntários (de fato até a Primeira Guerra Mundial os Estados Unidos contou com um exército permanente muito pequeno, recorrendo ao alistamento de voluntários em primeira instância em caso de conflito bélico).
Buscando explicar o fundamento social desse escasso entusiasmo, o historiador Gerald Horne analisa que os colonos norte americanos sustentavam um projeto e um modelo de desenvolvimento que era incompatível com o armamento dos escravos, por isso que inicialmente nas milícias independentistas não se aceitavam a índios nem a negros, que constituíam as escalas inferiores da estrutura social colonial americana [2]. Por oposição, o recrutamento de negros por parte das tropas britânicas foi muito superior graças à dinâmica que se abriu a partir da chamada Proclamação de Dunmore – governador britânico de Virginia -, que em 1775 se comprometeu a dar liberdade aos negros que lutassem com os ingleses. Treze mil índios lutaram ao lado da Coroa inglesa em troca de proteção contra a expansão dos colonos sobre suas terras, e segundo o historiador Peter Kolchin, calcula-se que uns 50 mil escravos fugiram das plantações sulistas da Carolina do Sul e Virginia [3] para apoiar ao Império Britânico que lhes prometeu a liberdade, colocando em crise o sistema escravista (uma dinâmica social que voltaria a repetir-se depois na Guerra de Secessão em detrimento do grupo sulista).
Propagandistas como Thomas Paine pertenciam à ala radical dos revolucionários, defendendo a emancipação dos escravos, chave para solidificar o apoio popular à guerra. Aurora Bosch apontou que, após o entusiasmo inicial, quem manteve o Exército Continental e nele lutou permanentemente não foram os senhores brancos, mas os brancos pobres – trabalhadores itinerantes, imigrantes alemães e irlandeses, empregados contratados, prisioneiros –, nativos americanos e escravos negros, atraídos por recompensas financeiras, pela possibilidade de adquirir propriedades, pela concessão de cidadania ou pela promessa de liberdade[4]. Quando as elites viram o perigo que a guerra popular representava para a futura ordem pós-colonial, nomearam George Washington, que se tornaria o primeiro presidente de um Estados Unidos independente, como líder do exército independente.
Indígenas
Antes da chegada dos europeus, a América do Norte era habitada por centenas de tribos indígenas, cada uma com sua própria língua e cultura. Grupos como os cherokees, iroqueses, algonquinos, comanches e apaches ocupavam todo o território, enquanto outros deram nomes a regiões geográficas dos Estados Unidos.
A chegada dos europeus modificou profundamente a história dessas tribos. As opiniões dos colonos em relação aos indígenas geralmente eram negativas. Um relato de 1628, de autoria de Jonas Michaëlius, descreve os indígenas como selvagens, primitivos, incivilizados e estúpidos. Esse preconceito era comum entre os colonizadores, que não reconheciam outras formas de civilização além daquelas que eram semelhantes às suas próprias.
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