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A ORIGEM E A DIFUSÃO DOS NACIONALISMOS

Por:   •  27/11/2022  •  Projeto de pesquisa  •  1.354 Palavras (6 Páginas)  •  92 Visualizações

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Benedict Anderson

COMUNIDADES IMAGINADAS-REFLEXÕES SOBRE A ORIGEM E A DIFUSÃO DOS NACIONALISMOS

CAPíTULO 3 – PIONEIROS CRIOULOSCapitulo

Definição de Crioulo (criollo) Pessoa de pura ascendência europeia (pelo menos teoricamente), mas nascida nas Américas (e, por extensão posterior, em qualquer lugar fora da Europa)

  • “Na verdade, pode afirmar-se que a língua não foi nunca sequer uma questão nestas primeiras lutas pela libertação” – pág.79

“The Break-up of Britain”, considera que os movimentos nacionalistas serviram de ascensão às classes média que não conseguiam ascender aos cargos das classes altas, devido à sua condição de nascença

 “Embora fossem por vezes hostis à democracia, os movimentos nacionalistas tiveram invariavelmente uma perspetiva populista e procuraram iniciar as classes inferiores na vida política. Na sua versão típica, isto assumia a forma de uma agitada liderança intelectual e de classe média que procurava fazer perdurar e canalizar as energias das classes populares para o apoio aos novos Estados” – pág.79

“A documentação sugere claramente que a liderança era assumida por grandes proprietários fundiários, aliados a um número relativamente menor de comerciantes e vários tipos de profissionais liberais (advogados, militares, funcionários locais e provinciais)” – pág.80 🡺 Neste caso, o autor ressalvar a condição económica dos principais líderes da independência dos EUA – “Não devemos também esquecer que muitos dos líderes do movimento independentista das Treze Colónias eram magnatas agrários esclavagistas. O próprio Thomas Jefferson estava entre os fazendeiros da Virgínia que, nos anos 70 do século XVIII, se encolerizaram[1] quando o governador lealista proclamou a libertação dos escravos que rompessem com os seus senhores sediciosos.

  • Por que razão geraram estas provinciais coloniais, geralmente constituídas por amplas populações oprimidas que não falavam espanhol, crioulos que conscientemente redefiniram tais populações como pertencentes a uma mesma nação?[pic 1]
  • E por que redefiniam a Espanha, à qual estavam ligados de tantas formas, como um inimigo estranho?
  • Por que se fragmentou tão repentinamente o Império hispânico-americano, que existia tranquilamente durante quase três séculos, em dezoito Estados separados?

O primeiro motivo que o autor aponta como resposta a estas perguntas é a “propagação de ideias liberalizantes do Iluminismo na segunda metade do século XVIII.” – pág. 82.

Este tipo de ideologias, inspiradas nas ideias iluministas[2] permitam criar um movimento que revolta contra as medidas impostas pela metrópole, que a cada século, aumentava o seu rendimento colonial. 🡺 pág. 82: “O México, por exemplo, no princípio do século XVIII proporcionava à coroa uma renda anual de três milhões de pesos. No final do século, contudo, esse valor tinha quase quintuplicado para 14 milhões, dos quais 4 milhões eram usados para custear as despesas com a administração local”

O autor neste sentido, contextualiza que a independência das Américas forma bastantes distintas em relação ao Brasil, no sentido em que o primeiro foi algo constituído, isto é, um movimento que foi enraizado na população. Enquanto o segundo foi alvo de acontecimentos no dado contexto.

Um outro aspeto que Anderson ressalva é a unidade linguista que todos os continentes americanos tinham entre si, dai a rapidez das independências de grande parte das colónias do império hispânico-americano. Além das ligações transatlânticas terem facilitado todo este processo.

“Qual será, então, a explicação adequada?”

A explicação apresentada no capítulo, é de que o império, ao longo dos séculos foi se transformando e adaptando aos acontecimentos económicos, nomeadamente a Revolução Industrial. 🡺 “A configuração original das unidades administrativas americanas foi, até certo ponto, arbitrária e fortuita, assumindo os limites espaciais das diversas conquistas militares. Mas, com o decorrer do tempo, acabaram por adquirir uma realidade mais consistente sob a influencia de fatores geográficos, políticos e económicos”

Outro aspeto relevante que responde às questões, são as perenigrações. 🡺 “a estranha justaposição física de malaios, persas, indianos, berberes e turcos em Meca é algo incompreensível sem a ideia de que existe entre eles alguma forma de comunidade” – pág.85; “Numa época anterior à imprensa, a realidade da comunidade religiosa imaginada dependia profundamente de inúmeras e incessantes viagens”

ANTES DA IMPRENSA – COMO ERA CONTITUIDO ESTA UNIÃO DE TERRITÓRIOS. Viagens dos peregrinos, que permitia um contacto direto com outras culturas e outros ideias. E, viagens diplomáticas de reforço do poder absolutista, criar “um aparelho de poder unificado, leal ao governante que o controlava diretamente, impondo-se contra uma nobreza feudal particularística e descentralizada.”. 🡺 novos empregados que permitissem contruir uma comunidade nas colónias para manter o poder. E, ao longo dos anos, vão evoluindo na carreira.

Tudo isto leva ao seguinte pensamento, “ao logno da sua subida em espiral encontra colegas funcionários, peregrinos tão ávidos como ele mesmo, vindos de lugares e famílias de que ele mal ouviu falar e que espera certamente nunca ter de conhecer. Mas ao perceber-se deles como companheiros de viagem, emerge a consciência de que há uma ligação entre sí (“por que estamos nós…aqui… juntos?), sobretudo quanso todos partilham uma mesma linguia oficial.” – pág.87

“A racionalidade instrumental do aparelho absolutista – acima de tudo a sua tendência para recrutar e promover com base em critérios de mérito e não de nascimento – operava de modo regular para além da costa oriental do Atlântico.” 🡺 Falha do sistema de comunidades, isto é, havia distinção entre as elites brancas e as elites crioulas, que as impossibilitava de ascender. 🡺 “Nas américas, o padrão é claro. Por exemplo, dos centro e setenta vice-reis que houve na América espanhola antes de 1813, apenas quatro eram crioulos.”

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