A República e o Fracasso de uma Ideia
Por: João Radaelli • 21/6/2018 • Artigo • 795 Palavras (4 Páginas) • 111 Visualizações
Monarquia, República e o Fracasso de uma Ideia
Autor: João O. Radaelli; Turma: 24
O cidadão comum, que está sujeito as mediocridades de seu meio, não conhece a fundo a história de seu país, ou, achando que conhece, saí falando barbaridades, com pouca base empírica, mas, quase sempre, embainhadas e espalhadas por uma corrente ideológica qualquer. Praxe. Em relação a ignorância histórica, talvez um dos períodos mais nebulosos para esses indivíduos seja o período monárquico: poucos sabem como ele foi, ou como era a vida nessa época. Hoje, Reis e Rainhas, Príncipes e Princesas, lembram, no senso comum da população, um conto de fadas; não uma parte de nossa história. Seria bom se esse problema limitasse aos governos dos Dom’s e dos viscondes. Ele vai muito além.
Não fugindo há regra, a ignorância afeta também o período dos presidentes e – é sempre bom lembrar – ditadores. A república, forma de organização do Estado que perdura até os dias atuais, é, também, uma vítima desse desconhecimento histórico, principalmente nos seus primórdios, mas não se restringindo a esses – e como o brasileiro não enxerga nem o que está na frente de seu próprio nariz –, indo até os dias atuais.
Ora, já ficou claro que não sabemos de nada sobre nossa organização política e sua história, então, cabe aqui uma tentativa de, ao menos, amenizar esse problema. Tentar responder algumas perguntas é um bom começo: Como foi a transição de república para monarquia, qual era o contexto social antes da mesma e como se desenvolveu o novo modus operanti republicano? Para isso precisaremos voltar um pouco – ou muito – na história.
Um golpe: assim deu-se início o longo período republicano. O primeiro dos golpes brasileiros, foi dado, também, por militares. Porém nem só de militares foi feita proclamação da república; essa foi preparada muito antes culturalmente, dentro dos próprios quarteis. Uma grande influência positivista, vinda da França – como de praxe nos meios culturais brasileiros – e maçônica, junto com o apoio das elites intelectuais, políticas e militares deram a base filosófica para a “superioridade” republicana. Intelectuais, elites e soldados formaram a corrente que derrubou a família real. Coeso, mas, nessa sopinha presidencialista coisas faltaram. Especificamente uma bem importante: apoio Popular.
A população – no sentido do povão mesmo – não queria saber de república, pelo contrário estava mais do que satisfeita com o governo de Dom Pedro II. Sequer havia um grande debate entre os cidadãos sobre uma troca de organização política, o status quo era, na visão popular, justo, bom e satisfatório. Mesmo assim, devido a força de vários fatores e de pessoas poderosas, o império, do dia para a noite, se desfez em pedaços, como bem simplificou Bruno Garschagen, no Best Seller, Pare de Acreditar no Governo: “Do lado do imperador restava apenas o povo, que não sabia exatamente o que estava acontecendo e não tinha condições de reagir”. Era melhor o país não ter dormido.
Então, a partir do dia 15 de novembro de 1889, desenvolveu-se o presidencialismo. E o que se viu ao longo da república, superficialmente, foi um grande período de instabilidade: Temperado com golpes; novas constituições (ao todo foram 6 cartas magnas jogadas na lata de lixo, número que, comparado ao período monárquico assusta e explica muita coisa), e, principalmente; uma luta incansável pelo poder. Basicamente, “o poder em si” como bem definiu George Orwell. De quebra presenciamos, pacatos e em “berço esplêndido”, dois períodos ditatórias, getulista e Militar, respectivamente. Em suma: foi uma bagunça inimaginável ao mais pessimista dos monarquistas. Nessa “bela trajetória”, chegamos aos dias atuais, na hoje “república dos pixulecos” – nome carismático para conceituar o nosso não tão carismático momento de corrupção generalizada.
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