A UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Por: claudiocater • 30/6/2019 • Trabalho acadêmico • 845 Palavras (4 Páginas) • 101 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Aluno: Claudio Ferreira Santos Professora: Mara Regina do Nascimento
Resenha : Brasil I
Casa-grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal – Gilberto Freyre
Raízes do Brasil “O Semeador e o Ladrilhador” – Sergio Buarque de Holanda
Nas leituras realizadas sobre os autores Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda foi possível constatar que as obras tratam da colonização portuguesa no Brasil. Os referidos autores tratam deste assunto com perspectiva diferente em alguns aspectos, e convergentes em outros, conforme apontado a seguir.
Casa grande e Senzala é uma obra clássica da historiografia brasileira que tem como objetivo traçar o surgimento da família patriarcal no Brasil e sua formação social econômica e familiar. Ao descrever o surgimento desta sociedade, Gilberto Freyre destaca a miscigenação como um dos fatores mais importantes. É do contato entre o negro da Senzala e o senhor da casa grande que surge tal mistura que envolve aspectos culturais, religiosos políticos e sociais. Apoiado por documentos, Freyre expõe esta relação entre os portugueses colonizadores e os índios e negros escravizados de forma bem explícitas (e por muitos historiadores até tendenciosa) ao afirmar que a miscigenação, foi tão importante para o Brasil a ponto de ser considerado um alicerce para a sociedade brasileira. Nesta visão, as diferenças são aproximadas e "todos se dão bem".
Uma das críticas sobre a obra de Gilberto Freyre foi a forma que ele expôs como se davam a miscigenação nas terras brasileiras. O autor falou abertamente sobre sexo, assunto pouco tratado na época com tamanho exposição, o que causou um choque nos leitores. Neste aspecto o autor quebra barreiras que na verdade até hoje se encontra em nossa sociedade.
Sérgio Buarque de Holanda foi o autor da obra Raízes do Brasil onde, assim como Freyre, fez um trabalho voltado ao tempo da colonização do Brasil. Diferente da obra Casa grande e Senzala, Holanda não tratou da miscigenação brasileira, mas abordou o aspecto inicial desta colonização no seu desenvolvimento e na sua composição. Em sua obra, Holanda deixa entender que um dos grandes problemas da colonização foi o fato dos portugueses terem sido os nossos colonizadores e não os espanhóis. Os colonos da Espanha, teriam maior êxito na forma de colonizar, uma vez que vinham do centro para o litoral, diferentemente dos portugueses que iniciaram a colonização pelo litoral, o que enaltece os espanhóis como povo mais inteligente e de maior capacidade. Outras críticas feitas sobre os povos portugueses,eram sobre o desleixo nas construções das cidades, a forma ineficiente com a produção e desenvolvimento da terra e a falta de habilidade para administrar as formas de trabalho que exerciam sobre os colonizados. Desta forma, a igreja era considerada como um braço forte de poder secular, uma forma de administração do império português sobre os índios e negros.
Um dos pontos em que os dois autores se igualavam, se refere a exaltação dos povos europeus sobre as terras brasileiras. Mesmo que de formas diferentes, as obras já traziam a superioridade e hegemonia europeia, noção de povo forte e distinto. Nota-se o eurocêntrismo nas entrelinhas, que mostram uma relação evolucionista em relação às civilizações, sendo os europeus considerados um povo nobre em detrimento aos povos da América. Outro ponto que os autores destacam em consonância um com o outro, era o fato de o clima brasileiro ser mais próximo ao clima de Portugal, já que o país este situado próximo a ao continente africano. Este aspecto poderia ter sido um fator de vantagem para Portugal que já tinha tal costume com o clima mais tropical, porém isto não aconteceu. Portugal encontrou várias dificuldades para se adaptar as terras brasileiras e para lhe dar com o plantio, devidas ao clima e o solo.
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