A Vida E Obra De Lima Barreto
Por: JoaoTLima • 19/5/2023 • Trabalho acadêmico • 940 Palavras (4 Páginas) • 55 Visualizações
VIDA E OBRA DE LIMA BARRETO
1.INTRODUÇÃO
Este trabalho é sobre o escritor e jornalista Afonso Henriques de Lima Barreto, ou, simplesmente Lima Barreto (1881-1922), um dos escritores do movimento literário pré-modernismo brasileiro.
O movimento antecedeu ao modernismo, quebrando a rígida linguagem acadêmica, porém, mantendo uma linguagem coloquial embora simples, dando voz e vida a personagens populares, a exemplo do sertanejo, do mulato. Abordou temas políticos, sociais, a realidade vivida pela sociedade brasileira, principalmente que estava sob o contexto da República Velha (1894-1930).
Vários escritores participaram com suas obras nesse período. A exemplo do jornalista Euclides da Cunha (1866-1909), que após fazer a cobertura jornalística sobre a Guerra de Canudos (1896-1897), escreveu o livro Os Sertões (1902); com Monteiro Lobato (1882-1948), o caipira ganha realce por meio do personagem Jeca Tatu, que aparece no conto Urupês (1918).
Nesse rol, Lima Barreto se apresenta com sátiras políticas, contos e críticas literárias, sempre destacando o preconceito racial, a desigualdade social vigente. Situações que em parte foram vividas por ele, que teve até certo ponto uma vida de percalços, desde a infância.
2.BIOGRAFIA DE LIMA BARRETO
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881 na cidade do Rio de Janeiro. Seus pais, a professora Amália Augusto Barreto e o pai, João Henriques de Lima Barreto, tipógrafo, eram descendentes de escravos. Portanto, veio de uma família negra, humilde, tendo ficado órfão de mãe aos 6 anos de idade.
Sob a proteção do Visconde de Ouro Preto (1836-1912), ministro do Império, estuda no colégio D. Pedro II, depois entra para a Escola Politécnica, cursando Mecânica. Quase sempre era reprovado nos exames, o que o levou a crer que fosse ação racista. Abandonou o curso, devido aos problemas psiquiátricos do pai, que não conseguia manter a casa e os filhos, tarefas que passaram a ser de responsabilidade de Lima Barreto.
Para isso, foi ser funcionário do Ministério da Guerra. Em paralelo, trabalhava como jornalista, escrevendo para jornais e revistas, a exemplo do Correio da Manhã, Jornal do Comércio, Fon-Fon e outras. Passa também a se entregar mais à literatura, quando escreve suas obras, sendo que algumas delas são editadas apenas após sua morte.
Politicamente, Barreto era simpatizante do anarquismo (movimento político que acreditava não haver necessidade do poder do Estado), razão pela qual expunha algumas ideias socialistas.
Na sua obra Recordação do Escrivão Isaías Caminha (1909), estudiosos e críticos comentam que Lima Barreto retrata sua própria condição. Qual seja, a de ser preterido por conta da sua condição social, bem como por ser mulato.
Lima Barreto começa a ter problemas com o álcool, tendo que ser internado por algumas vezes. Passa também a ser acometido por depressão, igual a seu pai, sendo internado no ano de 1914. Quatro anos depois é aposentado por invalidez, dedica-se mais a escrever suas obras, porém não muito aceitas pela crítica ou mesmo pelos jornais.
3.OBRAS
Grande parte das obras de Lima Barreto só foram reconhecidas e editadas após sua morte. Alguns dos seus escritos eram publicados em formato de folhetins nos jornais, recurso usado por vários outros escritores.
Uma das características na obra de Lima Barreto é a questão racial, aliada às questões sociais e políticas. A bibliografia de Lima não é pequena e serão citadas algumas a seguir, com um pequeno comentário sobre as mesmas.
Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909) - Publicado parcialmente em 1907 e integralmente dois anos depois, a obra foi a primeira e também a mais famosa da carreira de escritor de Lima Barreto. Usando o personagem, o autor relata as dificuldades passada por um jovem interiorano na cidade grande, sendo pobre e mulato, que sonha em ser “doutor”.
Triste fim de Policarpo Quaresma (1911) - Escrita em 1911 nos folhetins é considerada uma das mais importantes do movimento pré-modernista. Narrada em terceira pessoa, apresenta uma linguagem coloquial e trata-se de uma crítica à sociedade urbana da época.
O personagem central é funcionário público, culto e patriota. Funcionário do Ministério da Guerra, é taxado como louco, por propor que a língua oficial nacional fosse a tupi. Será isolado e internado em um manicômio. O livro foi adaptado para o cinema em 1998, recebendo o título de Policarpo Quaresma, Herói do Brasil.
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