A cristianização nórdica entre os séculos VIII e XII
Por: leviaugusto • 3/1/2018 • Artigo • 4.867 Palavras (20 Páginas) • 185 Visualizações
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Levi Augusto de Moraes
Diego Armando da Silva
A CRISTIANIZAÇÃO NÓRDICA ENTRE OS SÉCULOS VIII E XII
Professor: Adailson Rui
Disciplina: Medieval II
Alfenas, 2017
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A CRISTIANIZAÇÃO NÓRDICA ENTRE OS SÉCULOS VIII E XII
Levi Augusto de Moraes
Diego Armando da Silva
RESUMO[pic 5]
Palavras-chave: Normandos. Invasões. Cristianização.
- INTRODUÇÃO
De início e de forma bem rasa faremos o processo de contextualização, que culminou nas invasões nórdicas. Os normandos eram povos que haviam conservado sua cultura um tanto quanto particular e autônoma em relação ao restante da Europa. Habitavam a região da Europa setentrional e do Atlântico Norte. A estrutura social não era baseada em nenhum poder centralizador, viviam em divisão, formando um amontoado de pequenas tribos. Durante os séculos VIII e XI o ocidente medieval cristão estremeceu-se devido as invasões organizadas por esses povos nórdicos.
Como não tinham um poder centralizado, as invasões eram feitas por pequenos grupos independentes, as quais foram incitadas por alguns aspectos. A princípio, essas invasões eram feitas por além-mar, facilitadas pelo fato de desenvolverem com maestria a técnica de navegação. As embarcações comandadas pelos normandos eram extremamente velozes, atingindo facilmente uma velocidade considerável, seus cascos ficavam apenas um metro imersos na água, por esse motivo, quando necessitavam deixar o mar para navegar ao longo dos rios, embocaduras ou alguma foz, levavam grande vantagem. Os normandos se sentiam muito à vontade nas águas a ponto de considera-las via para atacar suas presas. Outro aspecto que impulsionou a suas aventuras para além-mar foram seus apetites pelas pilhagens e a obtenção de riquezas de maneira fácil, juntamente com a violência e o prazer que sentiam em ver o sangue de seu inimigo. Por constituir um povo extremamente violento em suas invasões, pela tradição guerreira em combate, podemos observar porque os normandos foram tão temidos na época e até hoje tem suas sagas reverenciadas em filmes, séries e livros.
Os territórios invadidos pelos normandos, a região do reino Franco e a Inglaterra Anglo-saxã eram dominados pelo cristianismo. Prosseguindo as invasões, e por fatores que veremos adiante nesse artigo, os nórdicos começaram a se fixar no território invadido. Não tardou para que o processo de cristianização dos normandos invasores e do território escandinavo começasse a tomar forma. A conversão dos normandos ao cristianismo, foco principal deste artigo, ocorreu durante os séculos VIII e XII, juntamente com a decadência da religião nórdica, e deu-se por alguns fatores. Fatores presentes nas relações entre nórdicos e cristãos proporcionados pelas invasões e pilhagens e posteriormente a sua fixação em território inimigo; no interior da sociedade nórdica, sobretudo na fé pagã; e aqueles proporcionados devido a mecanismos voltados a conversão, manifestados na cristandade.
- METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do presente trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica acerca de assuntos específicos da área. Respaldamo-nos nos artigos de Johnni Langer[1], que tratam da religião normanda, e da cristianização do norte; no livro de Marc Bloch[2], especificamente na parte que se trata dos nórdicos e suas invasões ao território cristão; no artigo de Vinicius Cesar Dreger de Araújo[3] que aborda o processo de construção identitária dos nórdicos no território cristianizado e no livro de Le Goff[4] que trata da civilização do ocidente medieval, buscando especificamente argumentos que tratam dos nórdicos e o processo de sua conversão.
3. A CRISTIANIZAÇÃO NÓRDICA: AS AVENTURAS E PILHAGENS
Esse primeiro tópico do artigo corresponde ao embate entre culturas que se diferenciam, principalmente no teor religioso, o que corresponde e nos interessa neste artigo. Primeiramente, no que se trata do embate entre as culturas, abordemos as práticas normandas de saques e pilhagens. De acordo com BLOCH (1989) muitos marinheiros nórdicos no regresso de suas aventuras de além-mar levavam para sua terra a nova religião (cristianismo). A prática da navegação também está ligada ao comercio, pratica já existente na região, e que, ainda, segundo BLOCH (1989) os normandos não pensaram em interromper, e foi fator relevante no papel da conversão dos nórdicos:
“[...] na Suécia a maior parte dos primeiros cristãos foram mercadores que haviam frequentado o porto de Durstepe, ao tempo o nó principal das comunicações entre o Império franco e os mares setentrionais. Uma velha crônica gotlandesa diz dos habitantes da ilha ‘eles viajavam com as suas mercadorias por toda a região [...]; entre os cristãos, viram os hábitos cristãos; alguns batizaram-se e levaram padres com eles’ [...]” (BLOCH, 1989, p. 52)
Como prova desse mecanismo de conversão religiosa, propiciada pelas façanhas nórdicas nos mares, e que convenhamos, facilitou e muito a missão da cristandade no que se refere a questão da conversão dos povos invasores, consideremos que a maior parte dos habitantes litorâneos, já tinham recebido o batismo, ou tido alguma relação com a religião cristã:
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