A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem
Por: Josicast • 29/2/2016 • Trabalho acadêmico • 756 Palavras (4 Páginas) • 9.584 Visualizações
O Artigo: “A interdisciplinaridade como um movimento articulador no processo ensino-aprendizagem”, de Juares da Silva Thiesen, trás como principal discussão o papel da interdisciplinaridade no processo de ensino e aprendizagem, através de duas análises: o epistemológico e o pedagógico.
A interdisciplinaridade surgiu na segunda metade do século XX, devido a necessidades detectadas nos campos das ciências humanas e na educação: superar a fragmentação e o caráter de especialização do conhecimento, causada por uma epistemologia de caráter Positivista.
O estudo da epistemologia abarca a produção, reconstrução e socialização; a ciência e seus paradigmas; métodos de mediação entre sujeito e realidade. Enquanto que, o pedagógico, discute questões de ensino e aprendizagem no âmbito escolar.
A interdisciplinaridade no campo educativo vem sendo discutida por vários autores. Mas, de modo geral, a finalidade do tema é consensual a todos.
“Ela busca responder à necessidade de superação da visão fragmentada nos processos de produção e socialização do conhecimento. Trata-se de um movimento que caminha para novas formas de organização do conhecimento ou para um novo sistema de sua produção, difusão e transferência”. (GIBBONS, Michael 1997)
O principal ponto de reflexão de todo o artigo é o papel da interdisciplinaridade no processo de ensinar e aprender na escolarização formal. Buscando unir as abordagens pedagógicas e epistemológicas, seus avanços, limitações, conflitos e consensos.
Para Edgar Morin (2005), “só o pensamento complexo sobre uma realidade também complexa pode fazer avançar a reforma do pensamento na direção da contextualização, da articulação e da interdisciplinarização do conhecimento produzido pela humanidade”.
O problema da fragmentação do conhecimento foi solucionado em parte, quando colocaram a historicidade e as leis do movimento dialético e da realidade como base para todas as ciências.
No inicio, a interdisciplinaridade foi objeto de estudo da Filosofia. Posteriormente, todas as correntes de pensamento se interessaram pela interdisciplinaridade, e só mais tarde na década de 1980 que começou a ganhar lugar nas ciências humanas e na educação.
Quanto à definição de conceito para a interdisciplinaridade, seria um ato de condicionamento à disciplina; fugiria da óptica interdisciplinar. Ou, como afirma Leis (2005), “a tarefa de procurar definições finais para a interdisciplinaridade não seria algo propriamente interdisciplinar, senão disciplinar”. Pois, para esse autor, a história da interdisciplinaridade se confunde com a dinâmica viva do conhecimento.
Mais do que identificar um conceito para a interdisciplinaridade, o que os autores buscam é encontrar seu sentido epistemológico, seu papel e suas implicações sobre o processo do conhecer.
Com base nas abordagens teóricas apresentadas pelos autores deste artigo, fica claro que as práticas do pensamento interdisciplinar propõe o fim da fragmentação das disciplinas, das ciências, enfim, do conhecimento.
Segundo Frigotto (1995), precisamos perceber que a interdisciplinaridade não se efetiva se não ultrapassarmos a visão fragmentada e o plano fenomênico, ambos marcados pelo paradigma empirista e positivista.
Japiassu destaca ainda:
A nosso ver, foi uma filosofia das ciências, mais precisamente, o
positivismo, que constituiu o grande veículo e o suporte fundamental dos
obstáculos epistemológicos ao conhecimento interdisciplinar, porque
nenhuma outra filosofia estruturou tanto quanto ela as relações dos cientistas
com suas práticas. E sabemos o quanto esta estruturação foi marcada pela
compartimentação das disciplinas, em nome de uma exigência metodológica
de demarcação de cada objeto particular, constituindo a propriedade privada
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