ANALISE CRITICA DE LIVRO DIDATICO DE HISTÓRIA
Por: Claudio Gouveia DA Silva • 27/3/2016 • Trabalho acadêmico • 3.631 Palavras (15 Páginas) • 2.985 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS BRAGANÇA
FACULDADE DE HISTÓRIA
ANALISE CRITICA DE LIVRO DIDATICO DE HISTÓRIA
TEMA:NASI-FACISMOS
BRAGANÇA
2014
CLAUDIONOR GOUVEIA DA SILVA
ANÁLISE CRÍTICA DE LIVRO DIDATICO DE HISTÓRIA
Trabalho desenvolvido junto ao curso de licenciatura em história turma 2013, com requesíto de obtenção de nota, referente a disciplina de História Contempôranea II. Sendo orientado pelo Prof. Kayton Campelo Silva.
BRAGANÇA
2014
Introdução
A presente analise está direcionada aos principais pontos relevantes e de suma importância crítica que diz respeito ao ensino de história e narrativa histórica construída acerca do conteúdo substantivo mais respectivamente sobre o tema regimes totalitários, fascismos italiano e alemão e seu contexto histórico, questão expostos no livro didático Historia Geral e do Brasil volume 3 de Claudio Vincentino e Gianpaolo Dorigo. O tema do fascismo italiano consiste em uma das temáticas recorrentes nos livros didáticos, a sua importância reside no papel que atuou no entre guerras e na II Guerra Mundial, além da influência exercida em outros movimentos nacionalistas de cunho antiliberal do início do século XX, como o nazismo, tanto na Europa como também fora desta. Cabe ressaltar a complexidade que envolve esta discussão, pois o fascismo se propôs como regime totalitário e a sua influência dentro da sociedade italiana alcançou várias esferas.
Este trabalho parte da convicção que o livro didático não deve ser condenado a priori, mas pensado como uma das ferramentas de suporte disponíveis na sala de aula. A narrativa histórica proposta no livro didático enquanto um construto intelectual, fruto de seleções e escolhas teórico- metodológicas, necessita ser pensada enquanto fonte, ou seja, passível de análise e crítica por parte dos seus usuários. Muitas vezes, a narrativa, presente no livro didático se limita a trabalhar com “o sujeito histórico” enquanto a relação presente do Estado no social deve ser pensada como uma relação bilateral, os sujeitos históricos são vários e é importante explicitá-los dentro da narrativa do livro didático.
Este trabalho se desenvolve a partir dessas interrogações, e nos parece primordial analisar de que forma o livro didático trabalha com os pontos acima citados, visando permitir ao aluno uma compreensão mais ampla e concreta sobre o fascismo. As questões referentes sobre a escrita do fascismo serão primordiais para nossa investigação. Desta forma, ter uma visão ampla sobre as concepções de História que envolvem este tema nos darão suporte para analisar a narrativa desenvolvida pelos autores do livro didático pesquisado.
Esta análise também busca perceber se a narrativa sobre o fascismo é apresentada como única verdade, ou se os autores dão a possibilidade ao professor e ao aluno de entrar em contato com outras interpretações históricas possíveis. É importante ressaltar se na temática estudada estão presentes diferentes tipos de fontes historiográficas, assim como também se esta pode- se relacionar com material trabalhado em sala de aula entre outras fontes como jornais, filmes, música, narrativas ficcionais. Como as fontes históricas são importantes no processo de ensino e aprendizagem torna-se fundamental perceber como estas aparecem ou não no livro didático articuladas com o tema de nossa pesquisa.
O livro didático abordado neste trabalho, História Geral e do Brasil – volume 3- de 2010, de Claudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo, publicado pela editora Scipione.
Claudio Vicentino, Bacharel e licenciado em ciências sociais pela universidade de São Paulo, professor de história em cursos pré-vestibulares e de ensino- médio, autor de obras didáticas e paradidáticas para ensino fundamental e médio.
Gianpaolo Dorigo, Bacharel e licenciado em história pela universidade de São Paulo, professor de história em cursos pré-vestibulares e de ensino médio, autor de obras didáticas e paradidáticas para ensino fundamental e médio.
O livro foi disposto em 13 capítulos divido em 2 unidades: para entender o nosso tempo: o século XX e do pós-guerra ao século XXI. Cada abertura de unidade é composta por uma imagem e um quadro em que são listados os temas que serão tratados nesta.
A primeira página de cada capítulo é composta pela reprodução de uma imagem e de um boxe: para pensar historicamente, seguido de um texto introdutório. Ao longo dos capítulos ao seu final e colocado algumas seções: para recordar, uma apresentação esquemática do assunto proposto no capitulo, como algo memorizador, seguido de uma atividade, exercícios de história, comparação e análise de documentos, leitura e analise de tabelas e gráficos, pesquisa e análise de documentos, leitura e interpretação de textos historiográficos, sendo que no final de cada unidade encontra-se nestas seções que se encontram sugestões para organizar a temática estudada, as atividades e questões do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e vestibulares divido em cada capitulo.
O tema que trabalharemos nesta analise encontra-se na primeira unidade respectivamente no capitulo 5 :a crise de 1929 e o nazi- fascismo, com os tópicos: o ideário nazifascista, o fascismo italiano, o nazismo alemão.
No livro História Geral e do Brasil, os autores partem da premissa e explicam o respectivo assunto a partir da conjuntura econômica e política, onde o nazifascimo caracterizou-se por ser um movimento essencialmente nacionalista, antidemocrático, antioperário, antiliberal e antissocialista, tento seu contexto relacionado a situação econômica crítica da Europa devido a crise de 1929 e os efeitos da primeira guerra. Apontando Adolf Hitler e Benedito Mussolini como principais responsáveis pela difusão desses regimes totalitários.
Neste livro, a parte reservada ao fascismo se concentra na ascensão do Mussolini graças às condições em que se encontrava a Itália no período posterior a I Guerra Mundial. Os autores também trabalham com a fundamentação doutrinaria fascista e como foi organizado a governo de Mussolini até 1939. Ressaltando também a questão no período da II Guerra Mundial, onde autores abordam a expansão italiana na Etiópia em 1935 e Albânia em 1939 e ao longo do capítulo a temática da situação política na Itália e do nascimento de um novo partido, o Partido Fascista Italiano e da célebre Marcha sobre Roma. Em seguida apontam a violência presente dentro da ditadura fascista e da intervenção do estado na economia, assim como a questão da Concordata de Latrão. No mesmo capítulo os autores abordar a influência que o fascismo teve em Portugal e na Espanha. Seguindo no capitulo fala-se também do nazismo alemão traçando a mesma temática de conjuntura econômica, e colocando a figura de Hitler em destaque, mesmo apontando alguns pontos como o nacionalismo, totalitarismo, anticomunismo mostrando assim como a relação do fascismo com esta é secundaria sendo tratada de forma bastante superficial, onde na maioria do capitulo as abordagens levantadas pelos autores sejam muitas das vezes só citadas em textos bem resumidos e não problematizados.
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