Análise - O Senhor da Guerra

Interpretação e análise da música O Senhor da Guerra, de Renato Manfredini Junior.

        Entre 1984 e 1985, anos que o Brasil avançava para o fim da Ditadura Militar e o mundo estava em cenário de Guerra Fria, a música O senhor da Guerra foi escrita por Renato Manfredini Junior, se tratando exclusivamente da guerra, com críticas diretas e irônicas.

São feitas citações que levam a entender a desaprovação do alistamento de jovens para lutarem, os fazendo perder sua juventude, com a crença que iam sair vitoriosos de uma guerra ilógica, movida por motivos fundamentados em opiniões de líderes que queriam se ver triunfantes. Em um cenário onde crianças cresciam sendo obrigadas a lutar ou criadas contemplando a guerra em busca de uma vitória. Em seguida o autor apresenta como é facilmente concebida uma guerra, pois ela acarreta como benefícios o aumento de produção, a geração de empregos, com um avanço em tecnologias, armamentos bélicos, e outras áreas que garantem uma liderança no cenário no qual estão. Havendo referencias as guerras de forma ampla, tanto aquelas que se diziam santas, as que ocorreram conflitos diretos e as que não, como é o caso da Guerra Fria. Então é feito uma crítica sobre insatisfação pela valorização das grandes exportações de armamentos, enquanto muitos países passavam pela fome e por crises.

Na terceira estrofe é expresso a posição dos líderes das nações, que faziam a população acreditar em seus motivos pela guerra e os faziam lutar, sabendo que suas vidas não seriam modificadas, e como todos esses líderes são os inimigos da própria população, que permaneciam formando novas estratégias de guerras e motivos para continuarem a lutar. Então de forma irônica é citado as destruições acarretadas pela guerra, e como ela permite que não haja preocupações com problemas de superpopulação, logo que a morte é uma das certezas da guerra. Além disso é destacado a crença das pessoas por um Deus que sempre estará do lado dos vencedores, uma vez que o nome de Deus é utilizado como ferramenta, tanto para glória dos vencedores como forma de desgraça para aqueles que perderam.

Por fim ao exibir o verso “o senhor da guerra não gosta de crianças” é possível tirar conclusões diferentes, como o desprezo pelas crianças pois elas não podem guerrear, o fato da morte de milhares de crianças que morrem por conta desses conflitos, como também por elas possuírem uma inocência, que as fazem muitas vezes serem guiadas para um cenário de paz.