Ascensão Da Burguesia E Crise Do Antigo Regime
Exames: Ascensão Da Burguesia E Crise Do Antigo Regime. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 6282542 • 26/3/2015 • 1.895 Palavras (8 Páginas) • 818 Visualizações
Ascensão da burguesia e crise do Antigo Regime
A chamada Idade Moderna, na Europa, foi vivida sob a égide de dois componentes
essenciais e complementares, o Estado absolutista e o mercantilismo. A integração
entre esses dois elementos é o que dá a tônica e a significação histórica do período.
A monarquia absolutista definiu-se pelo seu próprio caráter social. Tratava-se de um
Estado nobre, no qual a velha nobreza feudal encontrava-se resguardada por um
Estado forte, capaz de garantir suas terras e privilégios, bem como seu poder político
e a contenção das revoltas camponesas.
Para isso, a nobreza abriu mão de uma série de características feudais, como a
autonomia política e militar, adaptando-se a uma nova forma de domínio, na qual, em
troca da autonomia perdida, gozava de uma série de regalias que só poderiam ser
concedidas por um Estado forte e centralizado.
Ao mesmo tempo, a sustentação efetiva do Estado dependia de sua capacidade de
manter um exército poderoso, a administração eficiente e a justiça sob controle e de
abrir estradas que permitissem ao rei o acesso aos vários cantos do país. Tudo isso
gerava a necessidade de que o Estado tivesse uma arrecadação capaz de suprir os
recursos necessários à manutenção dessa estrutura.
Trata-se de um momento transitório, no qual a atividade feudal - decadente, mas
ainda fundamental - convivia com uma crescente atividade mercantil. Entretanto,
deve-se considerar que a agricultura, a atividade feudal, a terra, enfim, estava nas
mãos da nobreza, que tinha como um de seus privilégios a isenção do pagamento de
tributos. Assim, tudo o que o Estado arrecadasse proviria, necessariamente, da
atividade mercantil, a qual teve que ser, portanto, dinamizada.
Ação econômica das monarquias
Se tomarmos todos os grandes empreendimentos mercantis do período inicial da
Idade Moderna (expansão marítima, montagem do sistema colonial, formação de
poderosas marinhas mercantes, abertura de estradas, construção de portos,
estabelecimento de condições para o tráfico negreiro etc.), veremos que todos eles
tiveram nas monarquias européias seu principal agente.
Assim, compreendemos que a ação econômica das monarquias foi um instrumento
fundamental para seu próprio fortalecimento, ao mesmo tempo em que,
indiretamente, e sem que fosse esse seu objetivo, proporcionava condições para o
enriquecimento da burguesia.
Claro que a necessidade de sustentação econômica levou as monarquias a uma
preocupação constante, total, obsessiva com a economia. Tal preocupação
manifestou-se através de uma série de leis, práticas, imposições, ações diretas,
através das quais o Estado visava controlar a atividade econômica, notadamente o
comércio.
Pela primeira vez na História, a economia era vista de um modo sistemático, com o
Estado atuando de modo a direcioná-la para determinados segmentos. Pela primeira
vez havia o que se pode chamar de uma política econômica, a qual foi,
posteriormente, chamada de mercantilismo.
Mercantilismo e ascensão da burguesia
O mercantilismo foi, como sabemos, responsável pelo enriquecimento europeu, pela
consolidação das monarquias absolutistas, mas foi, igualmente, responsável pela
ascensão da burguesia, a qual, a partir dos lucros gerados pela riqueza mercantil, foise
tornando cada vez mais rica e independente da prática do Estado.
Assim, configurou-se a natureza contraditória do Estado absolutista. As mesmas
práticas que levaram ao seu fortalecimento levaram também à ascensão da camada
que acabou por destruí-lo.
O século 18 representa, na Europa, o clímax dessa contradição. Existem monarquias
poderosas, nas quais o poder do rei confunde-se com a própria essência do Estado,
tendo ao lado uma nobreza decadente e cada vez mais parasitária em relação às
regalias que o Estado lhe concede. E há, ao mesmo tempo, uma burguesia rica, já
liberta da necessidade de um Estado para implementar as condições para o seu
crescimento.
Essa burguesia ascendente já não aceita mais o absolutismo e a intervenção do Estado
na economia, consubstanciada nos princípios mercantilistas, nem os privilégios cada
vez mais onerosos da nobreza, pagos com o dinheiro gerado pela ação econômica
burguesa.
Iluminismo: visão racional e científica
É essa realidade que deu ensejo a um novo movimento cultural, ao qual se deu o nome
de Ilustração ou Iluminismo. Trata-se de um amplo movimento artístico, filosófico,
literário e científico que, historicamente, sintetiza a expressão teórica de um
momento no
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