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Ascensão Da Burguesia E Crise Do Antigo Regime

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Por:   •  26/3/2015  •  1.895 Palavras (8 Páginas)  •  818 Visualizações

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Ascensão da burguesia e crise do Antigo Regime

A chamada Idade Moderna, na Europa, foi vivida sob a égide de dois componentes

essenciais e complementares, o Estado absolutista e o mercantilismo. A integração

entre esses dois elementos é o que dá a tônica e a significação histórica do período.

A monarquia absolutista definiu-se pelo seu próprio caráter social. Tratava-se de um

Estado nobre, no qual a velha nobreza feudal encontrava-se resguardada por um

Estado forte, capaz de garantir suas terras e privilégios, bem como seu poder político

e a contenção das revoltas camponesas.

Para isso, a nobreza abriu mão de uma série de características feudais, como a

autonomia política e militar, adaptando-se a uma nova forma de domínio, na qual, em

troca da autonomia perdida, gozava de uma série de regalias que só poderiam ser

concedidas por um Estado forte e centralizado.

Ao mesmo tempo, a sustentação efetiva do Estado dependia de sua capacidade de

manter um exército poderoso, a administração eficiente e a justiça sob controle e de

abrir estradas que permitissem ao rei o acesso aos vários cantos do país. Tudo isso

gerava a necessidade de que o Estado tivesse uma arrecadação capaz de suprir os

recursos necessários à manutenção dessa estrutura.

Trata-se de um momento transitório, no qual a atividade feudal - decadente, mas

ainda fundamental - convivia com uma crescente atividade mercantil. Entretanto,

deve-se considerar que a agricultura, a atividade feudal, a terra, enfim, estava nas

mãos da nobreza, que tinha como um de seus privilégios a isenção do pagamento de

tributos. Assim, tudo o que o Estado arrecadasse proviria, necessariamente, da

atividade mercantil, a qual teve que ser, portanto, dinamizada.

Ação econômica das monarquias

Se tomarmos todos os grandes empreendimentos mercantis do período inicial da

Idade Moderna (expansão marítima, montagem do sistema colonial, formação de

poderosas marinhas mercantes, abertura de estradas, construção de portos,

estabelecimento de condições para o tráfico negreiro etc.), veremos que todos eles

tiveram nas monarquias européias seu principal agente.

Assim, compreendemos que a ação econômica das monarquias foi um instrumento

fundamental para seu próprio fortalecimento, ao mesmo tempo em que,

indiretamente, e sem que fosse esse seu objetivo, proporcionava condições para o

enriquecimento da burguesia.

Claro que a necessidade de sustentação econômica levou as monarquias a uma

preocupação constante, total, obsessiva com a economia. Tal preocupação

manifestou-se através de uma série de leis, práticas, imposições, ações diretas,

através das quais o Estado visava controlar a atividade econômica, notadamente o

comércio.

Pela primeira vez na História, a economia era vista de um modo sistemático, com o

Estado atuando de modo a direcioná-la para determinados segmentos. Pela primeira

vez havia o que se pode chamar de uma política econômica, a qual foi,

posteriormente, chamada de mercantilismo.

Mercantilismo e ascensão da burguesia

O mercantilismo foi, como sabemos, responsável pelo enriquecimento europeu, pela

consolidação das monarquias absolutistas, mas foi, igualmente, responsável pela

ascensão da burguesia, a qual, a partir dos lucros gerados pela riqueza mercantil, foise

tornando cada vez mais rica e independente da prática do Estado.

Assim, configurou-se a natureza contraditória do Estado absolutista. As mesmas

práticas que levaram ao seu fortalecimento levaram também à ascensão da camada

que acabou por destruí-lo.

O século 18 representa, na Europa, o clímax dessa contradição. Existem monarquias

poderosas, nas quais o poder do rei confunde-se com a própria essência do Estado,

tendo ao lado uma nobreza decadente e cada vez mais parasitária em relação às

regalias que o Estado lhe concede. E há, ao mesmo tempo, uma burguesia rica, já

liberta da necessidade de um Estado para implementar as condições para o seu

crescimento.

Essa burguesia ascendente já não aceita mais o absolutismo e a intervenção do Estado

na economia, consubstanciada nos princípios mercantilistas, nem os privilégios cada

vez mais onerosos da nobreza, pagos com o dinheiro gerado pela ação econômica

burguesa.

Iluminismo: visão racional e científica

É essa realidade que deu ensejo a um novo movimento cultural, ao qual se deu o nome

de Ilustração ou Iluminismo. Trata-se de um amplo movimento artístico, filosófico,

literário e científico que, historicamente, sintetiza a expressão teórica de um

momento no

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