BANNIARD, Michel - A Alta Idade Média Ocidental
Por: Bruna Cristina • 17/7/2015 • Resenha • 1.926 Palavras (8 Páginas) • 1.066 Visualizações
RESUMO-SÍNTESE do livro de BANNIARD, Michel. A Alta Idade Média Ocidental. Lisboa, publicações Europa-América, s/d.
Por volta do século V, os bárbaros instalaram-se em lugares em que o poder civil e militar do Império Romano não puderam os expulsar. Tal grupo, pouco expressivo, não ultrapassavam 16% da população. Eram apresentados sob a forma de grupos tribais, sendo bastante influenciados pela civilização romana. A presença dos bárbaros, descritos como violentos, afetou principalmente as classes mais abastadas, em que foi imposta a partilha das terras de proprietários de alta classe entre os membros do grupo e em alguns casos, matavam o antigo proprietário.
As grandes massas não apresentavam resistência diante das invasões. Tais invasões até mesmo criaram alianças entre os próprios invasores e a camada popular. Tal tese é defendida por Salviano, padre de Marselha em 450.
Durante a primeira metade do século V, os povos bárbaros passam a impor seu poder simultaneamente ao poder imperial, através de um foedus (concessão imperial de permanência aos bárbaros) e mais tarde, determinou sua completa autoridade sob esta administração. Já no ano de 476, o último Imperador Romano é expulso e substituído por um rei bárbaro.
Os Visigodos, que habitavam a Aquitânia desde 418, ocuparam pouco a pouco a Espanha e substituíram a autoridade imperial. Por conta de um foedus com Roma, expulsam os Vândalos da região em 429, além de distanciaram o povo Suevo para o extremo ocidental.
Já em completo domínio da Espanha no século V, tentam sem sucesso impor o arianismo na região. Diante do perigo de ataques de Francos e Bizantinos, terminam por ceder a Aquitânia a Clóvis em 507, além do sul mediterrânico espanhol a Justiniano em 551.
Sem a ocorrência de invasões bárbaras até então, em 429 a África passa a ser dominada com a chegada dos Vândalos da Espanha. Pouco a pouco dominam toda a região costeira. Tomam Cartago em 439, além das mais ricas províncias do Império do Ocidente. Conquistam Roma em 455 e a Sicília. A África já está completamente tomada em 439, perdida para o Império. Sendo os Vândalos de religião ariana, houve um duro conflito religioso.
No início do século VI, a Gália é a mais repartida região antiga do Império, até ser conquistada pelos Francos. A Alvérnia é dividida em quatro povos quando é dominada pelos Visigodos: Os Francos, os Burgúndios e Sapaudia.
Na Itália, não houve qualquer movimentação dos povos. Grupos de Bárbaros que já habitavam tal região, garantiram oficialmente o exercício de poder que já obtinham. Por conta de dificuldades diante da administração de um território tão extenso quanto a África, conflitos religiosos e problemas com a sucessão de soberanos, ocorre a rápida dissolução deste Estado e reconquista do Ocidente pelo Império Romano do Oriente. Tudo acontece entre os meses de setembro e dezembro do ano de 533.
Com fraco desenvolvimento cultural, a África sob posse dos Vândalos torna-se facilmente Romana. Com a vitória militar de Belisário na reconquista, o Imperador Justiniano dá pelo decreto de 534, a Pragmática Sanção, dividindo novamente o território africano em províncias.
A atividade burocrática é retomada e a África é o primeiro país do Ocidente a recobrar tal atividade. Há uma reorganização do exército. Os privilégios e hierarquia do Cristianismo Ortodoxo são retomados . Medidas para defesa do território também são aplicadas por Justiniano (Limes), com o objetivo de impedir penetrações estrangeiras no Império.
As cidades são cercadas de fortificações e permanecem desta forma pelo período de 150 anos.
As primeiras penetrações árabes acontecem em 647. Protegida pelos Limes, a África permanece em paz até 670, com a fundação de Kairouan. Cartago é tomada definitivamente pelos árabes em 702, após 5 anos de combate para que a África deixe de ser romana. A difusão da cultura árabe em detrimento da cultura latina é bastante rápida.
A conversão de um soberano ao catolicismo em 583 resulta na grande adesão da camada popular a tal religião sob influência do soberano. Com isso, em 587, o catolicismo torna-se a religião oficial da Espanha. Sob aspecto moderno, surge o espírito nacional, sob dois poderes essenciais e que se complementaram: A Igreja e a Realeza. Duas forças que apoiam-se mutuamente.
Com o crescimento do cristianismo ortodoxo, os traços do arianismo são apagados. Com o avançar do século VII, é visível a influência e autoridade da Igreja, tendo em vista a regularidade dos concílios de Toledo, em que os cânones determinavam quase todos os aspectos de controle do reino.
No início do século VIII a Espanha é tomada pelos muçulmanos. Com o apoio de judeus e cristãos, a Espanha torna-se o primeiro país europeu a cultivar o islã. Embora não tenha sido completamente dominada pelos islâmicos, uma parcela significativa de cristãos migraram em direção ao norte do país.
Entre 476 e 536, a Itália mantém sua unidade geográfica. Entretanto, a partir de 568 se transforma e acaba perdendo sua unidade geográfica. Durante esse período de transição, a Itália é comandada pela égide Constantinopla. Contudo, seu exército escasso e grande população indígena contribuem para a fácil invasão dos Ostrogodos pelo território italiano.
Em 488, Odoacro, líder dos Ostrogodos é derrotado pelo exército de Teodorico, que torna-se líder da Itália. Filiado ao catolicismo, mantém-se no poder durante três décadas.
Com o intuito de defender a Itália, os Godos se instalam em locais específicos do território. A aristocracia romana, ao perder uma pequena parte de suas terras, era compensada com importante papel na administração civil. A burocracia funcionava normalmente no Baixo Império. A política religiosa tolerante ligava o clero a Teodorico.
Durante os séculos IV e V, a economia italiana entra em declínio. Em 568, os Lombardos de Alboíno invadem o norte da Itália e em 572 todo o norte do país está em suas mãos. A região sul também foi ocupada, todavia, de forma mais calma.
Ao contrário da Itália e da Espanha, a Gália nunca se fragmentou ou unificou seu território senão diante de influências políticas, sociais e étnicas, que exerciam sob seu próprio território. Agressores surgem de todas as regiões exteriores. Invasões á Gália foram constantes. Em movimento de extrema oscilação, divisão e relativa unificação, surge um Estado franco no território da Gália. Durante o período de dominação merovíngia sobre a Gália houveram algumas transformações no território. Tal espaço foi dividido durante meio século, de 542 a 590. Houve instabilidade nas sucessões.
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