Da matta, Roberto. Relativizando: introdução a antropologia social
Resenha: Da matta, Roberto. Relativizando: introdução a antropologia social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: danierlandia • 4/4/2014 • Resenha • 496 Palavras (2 Páginas) • 674 Visualizações
CONHECENDO AS CIENCIAS
Da matta, Roberto. Relativizando: introdução a antropologia social. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008. P. 17-28.
Nenhum filosofo ou teórico da ciência deixou de se preocupar com as semelhanças e diferenças entre as chamadas ciências. Como tais diferenças são legião, não caberia aqui arrolá-las ou indicá-las de um ponto de vista histórico.
As ciências naturais estudam fatos simples eventos que presumivelmente tem causas simples e são facilmente isoláveis. É todo o conjunto de fatos que se repetem e tem uma constância verdadeiramente sistêmica, já que podem ser vistos, isolados e assim, reproduzidos dentro de condições de controle razoáveis, num laboratório. Por isso se diz repetidamente que o problema da ciência em geral não é o de desenvolver teorias, mas o de testá-las.
As ciências sociais estudam fenômenos complexos, situados em planos de causalidade e determinação complicados. A matéria-prima das ciências sociais, assim, são eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados tendo, por causa disso, a possibilidade de mudar seu significado de acordo com o autor, as relações existentes num dado momento e ainda, com a sua posição numa cadeia de eventos anteriores e posteriores. Os eventos que servem de foco ao cientista social são fatos que não estão mais ocorrendo entre nós ou que não podem ser reproduzidos em condições controladas.
Tudo indica que entre as ciências sociais e as ciências naturais temos uma relação invertida, a saber: se as ciências naturais os fenômenos podem ser percebidos, divididos, classificados e explicados dentro de condições de relativo controle e em condições de laboratório, objetivamente, existem problemas formidáveis no que diz respeito à aplicação e até mesmo na divulgação destes estudos. Na maioria dos casos, o cientista natural resolve um problema simplesmente para criar tecnologias, indesejáveis e, em longo prazo, mortíferas e daninhas ao próprio ser humano.
São poucas as teorias sociais que acabaram tornando-se credos ideológicos, como o racismo e a luta de classes, adotadas por nações e transformadas em valores nacionais. Em geral, o resultado pratico do trabalho do cientista social é visto fora do domínio cientifico e tecnológico na região das artes: nos filmes, peças de teatro, novelas, romances e contos, onde as idéias de certas pesquisas podem ser aplicadas, produzindo modificações no comportamento social. Mas é preciso observar que mais fácil trocar de automóveis ou televisão e aceitar inovações tecnológicas tais inovações fazem parte do novo sistema de valores, do que trocar de valores simbólicos ou políticos.
O problema básico, assim, continua os fatos sociais são irreproduzíveis em condições controladas e, por isso, quase sempre fazem parte do passado. São eventos a rigor históricos e apresentados de modo descritivo e narrativo, nunca na forma de uma experiência. Os fatos que formam a matéria-prima das ciências sociais são, pois fenômenos complexos, geralmente impossíveis de serem reproduzidos, embora possam ser observados.
Mas de todas essas diferenças a que considero mais fundamental é a seguinte nas ciências sociais trabalhamos com fenômenos que estão bem perto de nós, pois pretendemos estudar
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