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Ditadura Chilena

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Por:   •  1/12/2013  •  1.770 Palavras (8 Páginas)  •  193 Visualizações

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ALLENDE: ASCENÇÃO E GOVERNO

Após a segunda grande guerra a nação Chilena vivia um período de prosperidade econômica, com a vinda de grandes conglomerados internacionais e também com a exportação de uma gama de minérios, que superaqueciam a economia do país e dilatavam os lucros da burguesia. Entretanto, neste contexto, as mazelas da população menos abastada não eram vistas, fomentando assim correntes de cunho marxistas que pregavam um maior desvelo por parte do governo à população.

Dentre essa corrente havia aqueles que defendiam uma revolução nos moldes da ocorrida em Cuba, por outro lado uma parte expressiva propunha uma mudança democrática com reformas amplamente respaldadas pelo apoio popular; Eis que surge então o partido unidade popular, que se consolida no país e obtém grandes êxitos ao levar ao poder em 1970 Salvador Allende, que propunha em geral grandes reformas de base e uma política independente do governo norte americano, até então grande importador dos minérios chilenos e detentor das maiorias da empresas que se instalaram no território do país. Dentre essas reformas, Allende propunha a ampliação do estado, com a estatização das empresas de grande relevância na economia, adjunto com uma concisa reforma agrária. Lembrando-se que o desenrolar desse cenário ocorria durante o ápice da guerra fria, onde o mundo se polarizava entre comunistas e capitalistas, o que explica o grande desapontamento que essas reformas geraram em Washington, grande controlador da economia, mídia e importante parcela da sociedade chilena.

Neste cenário o governo de Allende começa a perder respaldo de influentes parcelas da população principalmente a alta burguesia atrelada ao capital internacional. Soma-se a isso a grande mídia também manipulada que começa a rechaça-lo e envolver seu governo num emaranhado político, buscando seu desgaste perante a população, que até então o legitimava e lhe entregara um mandato de seis anos. Assim diversas manifestações de uma parcela populacional adentraram as ruas das principais cidades chilenas pedindo a renúncia do presidente, o acusando de levar o Chile ao “mal” socialista e de vender o país ao comunismo internacional, ideias essas que iam contra ao que realmente estava ocorrendo já que o país começava a experimentar diversos avanços na área social. As manifestações provocaram uma grande convulsão política e contribuíram para dividir ainda mais a nação, provocando rupturas até nas forças armadas que até presente momento eram fiéis ao presidente que também exercia o papel de comandante das mesmas.

A essa altura sem respaldo político, e cada vez mais pressionado pelos estados unidos, Allende tenta dialogar com a oposição, de cunho fortemente fascista e conservador, diga-se de passagem, sem obter sucesso. Ele promove então algumas reformas dentro do comando de importantes organizações chilenas o que gera ainda mais desagrado por parte da alta cúpula do comando militar, que decide conspirar contra o governo, alegando que o mesmo não respaldava as instituições do país que devia ser salvo das “garras do marxismo”.

O GOLPE

Em julho de 1973 uma tentativa de golpe é aplicada a casa La Moneda, porém facilmente controlada por tropas ainda leais ao governo constitucionalmente eleito, foi uma espécie de ensaio para o grande golpe, devido ainda a alguma hesitação por parte do comandante máximo do exército Augusto Pinochet. Porém com o a resolução dos comandantes da marinha e da aeronáutica, Pinochet vê que o golpe é inevitável e demarcam o “grande” dia para 11 de setembro do mesmo ano.

Era de manhã quando o exército e a polícia militar tomam a cidade de Valparaíso a alguns quilômetros de Santiago, de lá expedem uma resolução pedindo a evacuação de La Moneda e a renúncia de Allende até no máximo 11 horas da manhã, prometendo que o mesmo seria levado ao exílio por um avião. O presidente então decide resistir no palácio, junto com ele cerca de 50 colaboradores. Allende ainda tenta dialogar com os militares, tudo em vão. Às 11 Horas da manhã de 1973, as forças armadas percebendo a resistência do presidente decidem atacar. A Aeronáutica lança mísseis contra o prédio presidencial e soldados postados sitiam o mesmo.

Allende ciente de que se sucediam as ultimas horas de seu mandato e por consequente sua vida, se dirige aos chilenos por meio de uma transmissão de radio. Destaco aqui um trecho do seu discurso aonde o então presidente demonstra toda sua frustração e se legitima como o defensor da democracia que a partir daquele ponto iria ser sub julgada pelo militares: “Seguramente, esta será a última oportunidade em que poderei dirigir-me a vocês. A Força Aérea bombardeou as antenas da Rádio Magallanes. Minhas palavras não têm amargura, mas decepção. Que sejam elas um castigo moral para quem traiu seu juramento: soldados do Chile, comandantes-em-chefe titulares, o almirante Merino, que se autodesignou comandante da Armada, e o senhor Mendoza, general rastejante que ainda ontem manifestara sua fidelidade e lealdade ao Governo, e que também se autodenominou diretor geral dos carabineros.

Diante destes fatos só me cabe dizer aos trabalhadores: Não vou renunciar! Colocado numa encruzilhada histórica, pagarei com minha vida a lealdade ao povo. E lhes digo que tenho a certeza de que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos, não poderá ser ceifada definitivamente. [Eles] têm a força, poderão nos avassalar, mas não se detém os processos sociais nem com o crime nem com a força. A história é nossa e a fazem os povos.”

Figura 1: La Moneda atacada pelos militares.

http://2.bp.blogspot.com/-2-RIPlKkbQA/UCfpXoxxuDI/AAAAAAAAFrs/wBM1qBUBajc/s400/La-Moneda.jpg

Após esse discurso Allende adentra em seu escritório e desfere dois tiros contra si. Uma junta militar liderada por Augusto Pinochet toma o poder, declara toque de recolher e estado de sítio em todo o país. Um governo legalmente eleito tinha sido agora suplantado por um árduo regime que perduraria ainda muitos anos no país.

GOVERNO PINOCHET

Logo após derrubar o governo democrático de Allende, a junta militar liderada por Augusto Pinochet começa a consolidar o seu regime, com amplo apoio do governo norte americano, primeiramente com forte repressão contra os movimentos de esquerda, procurando minar qualquer resquício de insurgência por parte dos apoiadores do socialismo. Uma das primeiras medidas é a dissolução do congresso. Prisões, seqüestros,

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