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Doce Brasil Holandes

Por:   •  9/12/2018  •  Resenha  •  824 Palavras (4 Páginas)  •  1.325 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

LUGARES DE MEMÓRIA E ENSINO DE HISTÓRIA

PROFª DRA. ANA RITA FONTELES DUARTE

SUZY DE FÁTIMA CRISÓSTOMO OLIVEIRA

ATIVIDADE ESCRITA

Setembro – 2018

Resumo do filme. O documentário Doce Brasil Holandês começa mostrando a fala de pessoas comuns sobre a invasão holandesa na cidade de Recife. Algo que se repete no discurso dessas pessoas é a saudade de um tempo que não viveram, a esperança em um futuro melhor se a região, ou mesmo o Brasil, fosse colonizado pelos holandeses e não pelos portugueses. Em comparação com a fala de uma historiadora, que considera estranha a saudade que as pessoas têm desse período, a proximidade que têm com Nassau, especialmente porque ele só passou 7 anos no Brasil.

Os historiadores quebram a visão que os moradores têm de Nassau, como uma pessoa que só pensava no bem da cidade. Os historiadores mostram alguém contratado para tomar de conta do mercado açucareiro, que era altamente lucrativo pensando no mercado externo. Mostram ainda a paixão que Nassau tinha com a arte, dessa forma, é contato que ele foi responsável por trazer artistas para reproduzir as imagens do Brasil, das pessoas. Nassau foi responsável por vender a imagem do Brasil para fora, sendo chamado, por um historiador, de um projeto de marketing bem sucedido.

Nassau não queria se instalar no porto, pois achava isso extremamente lusitano, e pequeno, desse modo, reconstruiu a cidade nos moldes da Escola de Engenheiros da Holanda, com um design funcional. Desejava construir um Estado em um país tropical. É dito que a busca pela beleza da cidade urbana ajudava em sua organização, não mais como o espelho de uma cidade portuguesa, mas o espelho de uma cidade moderna. Depois da reconquista dos portugueses, a cidade planejada “desaparece” para dar lugar à bagunça da estrutura da cidade portuguesa.

Para a construção da identidade nacional, em Recife, passaram a negar a pátria mãe, que é Portugal, se identificando mais com a Holanda, depois do caos causado pela reconquista dos portugueses na cidade. É comentado que os portugueses pouco fizeram e muito exploraram, enquanto os holandeses construíram a cidade, pensando não nos moradores, mas na sua manutenção da cidade, pensando no sucesso que teriam com o mercado açucareiro.

Outro ponto comentado no filme é sobre o apagamento da história holandesa com a reconquista dos portugueses e, depois, com a independência do Brasil, o resgate da história. Pensando no texto de Elizabeth Jelin, Los Trabajos de La Memoria, ela relata que nos processos de formação do Estado, são apresentadas versões da história, junto com símbolos pátrios, monumentos e heróis nacionais, que funcionavam como centro de identificação da identidade nacional. Recife foi construída aos moldes da arquitetura Holandesa, afastando-se cada vez mais da Portuguesa, que só representou a bagunça e o caos depois da retomado pelos portugueses. Observando isso, é possível compreender porque os moradores de Recife sentiam uma proximidade e esperança no futuro ligado aos holandeses, pois foi com eles que a cidade tinha “dado certo”, foi com a construção de monumentos holandeses e organização da cidade aos seus modos que o progresso “chegou”. Então, a reconquista é associada com o fim do progresso e o começo do caos.

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