ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO II – 4º FLEX e 5º SEMESTRES (REGULAR) – OBSERVAÇÃO E INTERVENÇÃO PRÁTICA NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Por: Wagner Lincoln Do Prado Prado • 8/9/2017 • Relatório de pesquisa • 7.576 Palavras (31 Páginas) • 678 Visualizações
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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
HISTÓRIA – 4º FLEX e 5º SEMESTRES
WAGNER LINCOLN DO PRADO
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO II – 4º FLEX e 5º SEMESTRES (REGULAR) – OBSERVAÇÃO
E INTERVENÇÃO PRÁTICA NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
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Pindamonhangaba
2017
WAGNER LINCOLN DO PRADO
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO – 4º FLEX E 5º SEMESTRES (REGULAR) – OBSERVAÇÃO E INTERVENÇÃO PRÁTICA NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.
Trabalho apresentado ao Curso de História da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina Estágio Curricular Obrigatório II – 4º Flex e 5º.
Semestres (regular) - 150 horas
Orientador: Profa. Aline Vanessa Locastre
Tutor à distância: Lucas Dias Martinez Ambrogi
Tutor presencial: Emerson da Silva Moreira
Pólo de Apoio Presencial: Unopar Pinda
Pindamonhangaba
2017
1- ESTUDO DE ARTIGO
O artigo de Fabiana Rodrigues de Almeida e Sonia Regina Miranda vem relatar a visão de muitos autores á respeito da memória como fenômeno central no contexto político e social contemporâneo. Em Paul Ricouer esta é refletida á partir de seus abusos, excessos, silenciamentos, esquecimentos, seleções e especialmente no perdão de uma ação política perante o mundo e a sociedade. Adquiri-se a consciência das formas do saber pela nossa capacidade de lembrar e esquecer.
Em Andreas Huyssen, e ressaltado a “memória traumática”, as implicações da memória nas massas, na cultura, nas cidades, na literatura, nas mídias e nas artes. Também foi vista como uma mercadoria, onde a “cultura da memória” entrelaça-se no cotidiano plural das cidades. A memória é um tema central para se entender a sociedade e a política, manifestando-se em nosso cotidiano, através de biografias, que se tornam Best-sellers, souvenires reproduzindo obras de arte, CDs personalizados com musicas que marcaram época, digitalização de fitas em VHS em DVD, onde consumir memória se tornou mercadoria na atualidade, aumentando interesse no registro de lembranças. Para Huyssen, houve após a 2ªguerra mundial uma “aceleração do tempo”, passando visão previsível da história (teleológica), para um futuro de imprevisibilidade. Devido á isso começa a surgir os recursos de “lugares de memória” (NORA), esse recurso vem tentar amenizar a situação de grupos sociais na história, que foram esquecidos ou mal interpretados, como por exemplo: o movimento negro e suas lutas que reivindicam seu papel na historia do Brasil e que recebem como resposta “políticas afirmativas” (cotas raciais nas universidades, currículo obrigatório nas escolas e etc.); ou a Comissão da Verdade que visa tornar públicos os silêncios da época da Ditadura no Brasil. Enfim Paul Ricouer afirma que Memória é vida e atravessa a existência humana conferindo-lhe significação, sentido, afetividade.
Na escola, cuja responsabilidade do campo do saber é ensinar a historia se encontra totalmente perpassada pela memória, evidenciando-se a prática de reatualizações de costumes, comemorando eventos que reforçam os laços de pertencimento no interior do grupo ou da sociedade. Neste trabalho da escola de orientar o aluno, seu estar no tempo, suas mudanças e permanências, o livro didático de história vai ocupar lugar de destaque. Sabendo-se disso é importante refletir sobre a distinção que este faz da memória e da história. História e memória são dois campos do saber que dissonam em suas particularidades, por isso não são sinônimos.
A memória esta ligada á lembranças do passado, á construção do sentido, esta vai falar das certezas, do sagrado imutável. Esta longe de ser como nos discursos patrimoniais de grupos sociais, “um dever social” ou “um dever de nada esquecer”, mas diz respeito á uma vontade genuína, cheia de vida, de realizações identificações no jogo de lembranças e esquecimentos.
A História se constitui de operações de análise do passado aberta á dúvidas e críticas, considerando o passado como algo impossível de recuperar em sua totalidade, conseguindo tirar deste uma representação imperfeita e parcial. Sintetizando então: “A memória é um absoluto e a História só conhece o relativo” (NORA, 1993, p. 9). No desafio de diálogo dos dois campos a História vale-se da memória como fonte para desenvolver suas operações de análise do passado.
Ao analisar os livros didáticos de História, com pesquisas realizadas em 16 coleções, do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, num total de 64 livros concluiu-se que: o ensino de Historia é tópica, pouco desenvolvida, limitada ao aluno do 6º ano, os procedimentos relativos ao campo da história são secundários, cuja visão possui uma narrativa acontecimal e absoluta. A memória é secundarizada, sem pontes com o universo sensível do aluno, às vezes silenciada, evidenciando a dissonância entre texto base e exercícios. Percebeu-se a simples citações bibliográficas no livro do professor, onde se deveria ir além para fortalecer o processo para educação da memória. Outros pontos á destacar:
- Em 87,5% contra 12,5%, já traz uma tendência positiva de maior discussão sobre os conceitos de história nos livros didáticos, embora ainda de forma pontual, fragmentada e sem continuidade nos demais anos de ensino, deixando também as práticas, do ensino da memória á margem.
-Em 25% contra 75%, traz uma ausência de tematizações sobre memória, nos livros didáticos pesquisados em 2011.
-No que diz respeito ao diálogo entre História e Memória nos livros;
6,25% ignoram; 50% das coleções não tratam os dois campos como complementares ou distintos, mas sinônimos; 12,5% aceitam distinção entre os campos, mas sem análise aprofundada, apenas mencionando no 6º ano , sem uma continuidade nos anos seguintes, em 18,75% não se discute e relação entre História e Memória, apenas usa-se alguns artifícios de tratamento( legendas,imagens,textos, etc.)
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