Educação Jesuitica na Sociedade Brasileira
Por: Fercirne • 11/11/2016 • Trabalho acadêmico • 2.663 Palavras (11 Páginas) • 333 Visualizações
A EDUCAÇÃO JESUÍTICA NA SOCIEDADE COLONIAL BRASILEIRA
Autores: Flane da Rosa Finatto, Luciane Alves Mota, Rennée Win Schwert
Orientador: Prof. Dr. Gilmar Moraes
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em História – HID0401 – Prática do Módulo I
08/04/15
RESUMO
O presente trabalho mostra a importância da educação jesuítica na sociedade colonial brasileira, reconstruindo em ordem cronológica, por meio de pesquisa bibliográfica, essa jornada educacional promovida pelos padres jesuítas junto à coroa portuguesa, contextualizando seu método de ensino e descrevendo o processo de aculturação dos indios aé chegar a sua expulsão por Marquês do Pombal.
Palavras-Chaves: Método de Ensino. Aculturação dos índios. Expulsão dos Jesuítas.
1. INTRODUÇÃO
Na História do Brasil o período colonial é conhecido como uma fase politica que iniciou em 1530 e seguiu até a sua independência em 1822. Nesse contexto a educação escolar passou por fases distintas. Dessa forma, o presente estudo busca descrever a história da companhia de Jesus e mostrar a sua contribuição para as bases do ensino fundamental no Brasil colonial.
Consideramos a temática da presente pesquisa relevante, uma vez que trata de um tema que remete as origens do sistema educacional brasileiro, nessa direção, uma reflexão para poder se entender como foram construídas as bases da educação brasileira nesse período, e assim contribuir para o entendimento do complexo sistema escolar brasileiro.
Para tanto, os objetivos dessa pesquisa então centrados nos seguintes linhas de pesquisa: contextualizar o método de ensino dos jesuítas; descrever o processo de aculturação dos índios e analisar a expulsão dos jesuítas por Marquês do Pombal.
Em nossa pesquisa optamos por um procedimento metodológico, analizando fontes historiográficas pertinentes. Assim, foram utilizadas diversas fontes bibliográficas e entrevistas disponíveis em sites, com autênticos padres jesuítas.
Para a elaboração do trabalho concluímos que para um bom entendimento da pesquisa fosse apresentada em três seções e seis subseções, afim reconstruir um estudo de forma imparcial e objetiva com relação às etapas do desenvolvimento da educação jesuítica no Brasil colonial. Portanto, apresentamos no primeiro momento o método de ensino jesuíta, no segundo, a aculturação dos índios, e finalizamos com a expulsão dos jesuítas do Brasil.
2. O MÉTODO DE ENSINO DOS JESUÍTAS
Segundo França (1952), o Ratio Studiorum é um sistema de ensino desenvolvido pelos jesuítas no fim do século XVI, surgiu com a necessidade de unificar os diversos fragmentos do sistema educacional jesuítico, diante do grande número de colégios confiados à Companhia de Jesus.
[...] o Ratio Studiorum, plano de estudos da Companhia de Jesus, foi fundamental para a consolidação dos objetivos da educação jesuítica, pois regulamentou todo o sistema escolar e as suas metas: a busca do homem perfeito e do bom cristão. Esse documento apresentava todas as diretrizes educacionais jesuíticas, sendo extremamente detalhado em relação à composição e organização de turmas, aos horários, aos programas e à disciplina. (SOUZA, 2010)
França (1952) conta que era necessário que se ensinasse o mesmo conteúdo e as mesmas regras em todos os colégios e mostra que o Ratio era basicamente uma coletânea privada, fundamentada no Colégio Romano tendo sido adicionados a ele vários materiais pedagógicos de outros colégios. De acordo com França (1952), esse método foi constituído dentro de um sistema de ensino da pedagogia jesuítica, tinha 467 regras que englobavam todas as atividades dos agentes jesuítas, aplicavam a filosofia de Aristóteles e a teologia de São Tomás de Aquino e não podiam afastar-se desses conceitos.
[...] com a expansão dos ideais Reformistas, a hegemonia da Igreja Católica foi ameaçada e, conseqüentemente, a sua proposta educacional. Assim, a Contrareforma surge como um movimento reacionário da Igreja Católica que tinha como objetivo manter a soberania de seus pensamentos e a centralidade do poder na figura do papa. A educação jesuítica foi utilizada com o objetivo missionário da Contra-reforma, implementando o poder da Igreja entre os povos tidos como infiéis. (SOUZA, 2010)
França (1952) fala que esse método de ensino rapidamente espalhou-se por toda Europa e as regiões ocupadas do recém descoberto continente americano e tinha como principal foco divulgar o catolicismo e converter as pessoas dessas regiões. Souza (2010) diz que o curso era basicamente humanista, focado em artes, ciência, e tinha também um curso de retórica. De acordo com Souza (2010), existiam três modelos gramaticais que eram classificados em inferior, médio e superior. Com o término da formação literária e humanística, o aluno estudava matemática, astronomia e física.
3. A ACULTURAÇÃO DOS ÍNDIOS
Neto e Maciel (2008) contam que em 1549 chegou à Colônia brasileira o primeiro grupo de jesuítas, mesmo período em que chegou o Governador-Geral Tomé de Sousa.. Esse grupo de jesuítas era chefiado pelo padre Manuel da Nóbrega e veio a pedido do rei Dom João III. De acordo com Neto e Maciel (2008), o padre e seus companheiros fundaram em agosto de 1549, na Bahia, o primeiro colégio de ler e escrever brasileiro. Segundo Neto e Maciel (2008), o sistema de ensino era organizado pelo padre Manuel da Nóbrega e constituía-se pelo aprendizado da língua portuguesa, a doutrina cristã e a alfabetização. Neto e Maciel (2008) falam ainda que, em outra etapa do processo, havia um ensino médio e o profissionalizante, que era escolhido de acordo com os atributos mostrados no ensino primário cursado pelo aluno. Ainda em Neto e Maciel (2008), vemos que as construções de aldeias de catequização próximas das vilas e cidades tinham como principais objetivos ensinar a religião e a fé cristã para os índios, inserir o costume do trabalho como base na formação da sociedade e utilizar os índios catequizados para combater outros índios considerados selvagens.
[...]a história da Educação brasileira, ou pelo menos, da Educação Brasileira pós-descobrimento, começa com a chegada dos primeiros jesuítas, em 1549. Estes religiosos da Companhia de Jesus chegam ao Brasil com o objetivo de converter os índios ao cristianismo. São peças fundamentais no processo de aculturação imposto por Portugal na colonização do Brasil. E, no ensejo de propagar a fé católica, de quebra, ensinam aos nativos saberes básicos, como ler e contar. (NICOLIELO, 2009)
De acordo com Souza (2010), o modelo de educação dos jesuítas além de catequizar, tinha caráter de transformador social, pois pretendia mudar de forma radical a cultura indígena brasileira. Ainda em Souza (2010), vemos que o segundo grupo de padres jesuítas chega ao Brasil em 1551 e traz 20 meninos órfãos de Lisboa que haviam sido treinados para auxiliar os jesuítas na sua missão de catequização. Foram enviados para os colégios dos jesuítas e a escola da Bahia foi transformada em Colégio dos Meninos de Jesus.
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