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FICHAMENTO: A MEMÓRIA EVANESCENTE

Por:   •  16/9/2020  •  Resenha  •  885 Palavras (4 Páginas)  •  898 Visualizações

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ALUNO EDNALDO DA SILVA

FICHAMENTO: A MEMÓRIA EVANESCENTE

Qual a importância que os documentos tem para a história? Por que esses documentos são importantes para a história? Quais as evidencias que comprovam toda a história desde o início dos tempos até então? O historiador é imparcial diante das descobertas, ou por trás da documentação histórica que existe tem uma subjetividade do historiador?

Estas questões foram as iniciais do texto a memória evanescente. Os autores Leandro Karnal e Flávia Tatsh trouxeram de maneira fácil e objetiva os dois historiadores fazem uma introdução na percepção da relação entre historiadores e documentos.

O documento que é a base para o julgamento histórico. Se os documentos não existissem não teria como confirmar as palavras ditas pelo historiador. Uma civilização da qual não tivéssemos nenhum vestígio arqueológico, nenhum texto e nenhuma referência por meio de outros povos, seria uma civilização inexistente para o profissional de História? Como teríamos as confirmações acerca da história se não existisse todos esses vestígios?

Se o documento é tão importante, como então: o que é um documento histórico? Iniciando da ideia mais difundida, o documento histórico é uma folha ou várias escritas por alguém importante. Ex: a carta de Pero Vaz de Caminha.

Essa visão omite a história do documento, ou seja, como determinado grupo e determinada época consideravam que aquela folha estivesse na categoria de um verdadeiro “documento histórico”. Ex. a carta de Pero Vaz de Caminha, nada mais era que uma simples carta perdida por durante duzentos anos na Torre do Tombo, até ser resgatada em 1773 e publicada em 1817. E aos poucos, no contexto da valorização nacional foram publicadas e republicadas durante todos os séculos XIX e XX.

Ou seja, o crescimento da importância da carta de Caminha se deve ao crescimento do Brasil, do surgimento do nacionalismo, etc.

Em suma, o documento não é um documento em si, mas um diálogo claro entre o presente e o documento. Resgatar o passado e transformá-lo pela simples evocação. Todo documento histórico é uma construção permanente.

O documento também pode varar de acordo com os agentes que o leem. Ex. um funcionário da cultura do Estado Novo poderia ver em Caminha a certidão de nascimento do Brasil. Um indigenista a certidão de óbito de muitas populações indígenas. Mesmo ambos reconhecendo a importância do documento, ele pode gerar leituras opostas. Um documento, várias leituras. Além disso, o foco sobre o documento pode mudar de acordo com o recorte feito.

 Assim, um documento como a Carta de Caminha não tem importância em si, eterna e imutável, mas é um “link” que estabelecemos com o passado. Hoje é uma peça fundamental da história brasileira, mas pode no futuro voltar a ser perdido e considerado irrelevante.

A mutabilidade do documento tem relação com o sentido que o presente confere a tais personagens ou fatos.

Apenas no século XIX triunfou a ideia do documento como “prova histórica” superando o termo usado até então: monumento.

Rapidamente o documento foi reconhecido como fonte. Entretanto: a definição do que vem a ser um documento foi amplamente debatida. No século XIX a Escola Metódica tinha certeza de que um documento é, em essência, algo escrito e todo debate girava em torno de sua autenticidade ou não. Para os autores da Escola Metódica, Langlois e Seignobos, a questão central da história é a heurística documental, sendo única e exclusivamente o trabalho do historiador a busca, seleção, crítica e classificação documental.

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