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Fichamento: A Emergência do Patrimônio Genético e a nova Configuração do Campo do Patrimônio

Por:   •  8/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  942 Palavras (4 Páginas)  •  343 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

DOCENTE: ANDREY MARTIN

DISCENTE: KELY MARTINS

TURMA: 2016. 3° SEMESTRE.

Texto: A Emergência do Patrimônio Genético e a nova Configuração do Campo do Patrimônio. Regina Abreu, Ed. Lamparina 2003

FICHAMENTO COMENTADO.

A presente comunicação pretende refletir sobre a emergência do chamado patrimônio genético, relacionando-a à nova configuração do campo genético. [...]. Pretendo ainda sinalizar que esse é um lugar de tensões e disputas de interesses diversificados, especialmente entre o Estado, a sociedade civil e as instituições de pesquisa. (Pág. 34).

              A autora logo de início aponta a ideia central com a qual vai dialogar durante seu texto. Ela se dirige ao aspecto que diz respeito às tensões e disputas que há em relação a este assunto por causa dos interesses diversificados entre o público, o privado e a pesquisa. Segundo ela, a noção de patrimônio traz em sua concepção a ideia de propriedade, etimologicamente, traduz o conceito de herança paterna.

 A emergência da noção de patrimônio, como bem coletivo associado ao sentimento nacional, dá-se inicialmente num viés histórico e a partir de um sentimento de perda. Era preciso salvar os vestígios do passado, ameaçados de destruição.

Aqui a autora nos leva a compreender a sua ideia em relação a patrimônio. Haja vista que ela aborda o principal motivo pelo surgimento da ideia de patrimônio, ou seja, o medo da perda ou do esquecimento fez com que as pessoas desenvolvessem uma maneira de salvaguardar os vestígios do passado, as heranças que lhes foram deixadas.

Ela lembra que Vitor Hugo, em 1832, escreveu um artigo sobre a necessidade de se proteger o patrimônio histórico, que enunciava uma espécie de lei moral que começou a ser formulada sobre o patrimônio a ser salvaguardado para todos os membros da comunidade nacional.

No final da Segunda Guerra Mundial, anotamos outro ponto de inflexão. A criação da Unesco, na década de 1940, refletiu a tentativa de quebrar os antagonismos entre as nações. Nesse contexto destacou-se a vertente universalista da noção de patrimonio da humanidade. A Unesco representava a proposta de criação de mecanismos capazes de colocar, em relação, várias culturas nacionais. (Pág. 36).

Quando a autora cita a vertente universalista é porque haviam duas vertentes que se diversificavam em relação a construção da ideia de patrimônio. A vertente universalista, citada a cima, se referia a patrimônio da humanidade, ou seja, de toda a nação da Terra, por outro lado existia a vertente nacionalista que pregava mais um patrimônio próprio, particular para cada país.

A autora salienta ainda o fato de uma nova questão ter tomado vulto naquele momento. O conceito antropológico de cultura. Segundo ela, essa ideia contrapunha às tendências racistas que haviam desencadeado a guerra que acabara de acontecer, esse conceito antropológico de cultura foi apropriado como um certo antídoto aos conflitos entre os povos.

Se até então na trajetória do patrimônio predominara a ação envolvendo bens relativos à cultura material, em que a ênfase girou em torno de bens com atribuição de valor artístico e histórico, a apropriação do conceito antropológico de cultura no campo do patrimônio revelou uma passagem importante. A ideia de um povo indiscriminado como sujeito da nação dá lugar à concepção de um povo segmentado, formado por uma multiplicidade de culturas. (Pág.37).

De acordo com a autora, cientistas sociais, principalmente os antropólogos, foram convocados para traçar planos de ação e de investigação na área do patrimônio, isso com o ideal de inserir o respeito para com as diversidades culturais. O antropólogo Claude Lévi-Strauss, chamou a atenção para o fato de que a relação de convívio entre as culturas seria a forma mais positiva de atualizar a ideia de igualdade entre os povos.  A mudança para um olhar antropológico vinha de encontro aos ideais racistas que tinham sido grandes responsáveis pela terrível tragédia que foi a Segunda Guerra Mundial.

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