Fichamento Período Medvedev (2008 – 2011)
Por: CAPES194_E3320 • 26/11/2019 • Monografia • 1.994 Palavras (8 Páginas) • 167 Visualizações
Período Medvedev (2008 – 2011)
Dmitri Medvedev, atual primeiro ministro da Rússia, sempre manteve grande proximidade com o atual presidente Vladmir Putin, e justamente por conta dessa relação que Medvedev foi o sucessor do presidente vigente, que não poderia se candidatar à terceira reeleição, segundo a legislação russa, justamente por já ter cumprido seus dois primeiros mandatos de 2000 até 2008. E então indicou o seu colega, que já havia dirigido a primeira campanha de Putin para eleições de 2000.
Embora a política econômica de Medvedev apresente grande semelhança com as pautas de Putin, devido ao suporte realizado na sua campanha, seu governo foi classificado com uma estrutura mais liberal do que a de seu antecessor, mesmo que o foco das políticas estivessem apontadas ao desenvolvimento do Estado de forma centralizadora.
As políticas do governo, nesta época, consistiu-se em basicamente 5 pontos principais, sendo esses:
- Desenvolvimento de tecnologias médicas e farmacêuticas
- Ampliação na engenharia nuclear
- Maior efetividade energética e pesquisa sobre novos combustíveis e matrizes energéticas
- As tecnologias da informação
- Progresso da tecnologia espacial e de telecomunicações
Estes 5 pontos baseavam a política de desenvolvimento chamada de “Go Rússia”, que consistia em desenvolver a economia russa, promovendo uma reestruturação que visava a modernização das atividades financeiras do país, a intenção com esse tipo de ação era diversificar a economia, que vinha sofrendo os reflexos da crise de 2008, além de começar a produzir tecnologias russas, para desvincular a dependência da importações e assim produzir um local que produzisse especificamente tecnologia, ou seja buscava-se a construção de um polo tecnológico.
As proposta de Medvedev buscavam dar continuidade as propostas Neo-eurasiana, que se iniciaram a partir da estabilização da economia da Russia, tendo como principal objetivo a produção nacional de tecnologias, visando a diversificação econômica.
Um dos principais setores tecnológicos que o governo investiu nesta segunda fase foi a da produção energética, visando otimizar a produção e as perdas, dando continuidade e complementação a primeira fase da estratégia Neo-eurasiana que passou a demandar uma maior quantidade de energia, sendo assim, o governo buscou tal expansão ampliando as produção da empresa estatal Rosatom, através dos projetos de energia nuclear, sempre com a centralidade característica dos governos russos.
As inovações na informação também apresentam um papel central nessa política econômica aplicada por Medvedev, a produção desta tecnologia visou abranger a modernização dos sistemas produtivos das empresas e até mesmo os aspectos da segurança militar nacional, para tal desenvolvimento foram escolhidos subcampos que melhor fragmentavam o plano, com objetivo de atender necessidades de setores bases da Rússia.
Dentre esses subcampos os que mais vieram a se destacar foram os as tecnologias espaciais e de telecomunicações, que tiveram essencialmente seu centro no aperfeiçoamento dos satélites de comunicação, além de meteorológicos, ambientais, militares e emergenciais. Tais ações foram dominadas pela agência espacial russa (ROSCOSMOS), fundada justamente para o fim espacial.
Ainda assim, a política econômica de Medvedev planteou o desenvolvimento do setor médico farmacêutico, que nunca foi grande destaque do país, e justamente por conta disso foi elaborado tal projeto para procurar desvincular a dependência russa da importação desta tecnologia, já que este setor sempre apresentou-se entre os mais requisitados nas importações nacionais, e que demandam um grande contingente tecnológico para elaboração do mesmo.
No quesito das exportações passa-se o enfoque nos produtos primários e commodities, destacando-se alguns produtos como Trigo, que passou em determinado período (2009 a 2011) a apresentar-se entre os dez produtos com maior relevância nas exportações, evidenciando, assim, a continuidade no enrobustecimento da agricultura, que era um projeto de outros governos que foi dado continuidade.
Embora o governo Medvedev tenha enfrentado um período histórico complicado, em relação à economia, devido à crise de 2008 e todos os déficits enfrentados e problemas sociais, como o desemprego, tenha assolado a Rússia, assim como o resto do mundo, em diferentes escalas de país para país, a principal medida da presidência foi a diversificação dos setores econômicos, que não era baseado em restringir a produção de hidrocarbonetos, mas sim buscar o desenvolvimento da tecnologia russa afim de diminuir o máximo possível a dependência dos países do ocidente e também lançar no cenário internacional de maneira mais competitiva.
Portanto, as medidas que este governo efetuou nada mais foi que uma continuidade das perspectivas Neo-eurasianas iniciadas no primeiro mandato de Putin, onde houve as sucessões de privatizações de empresas, sobretudo dos recursos minerais e energéticos, que eram a essência da economia russa, e até hoje, exercem a base do PIB nacional, desta maneira, o que foi realizado por Medvedev foi aproveitar a centralidade que essas empresas estatais passaram a ter, sobretudo com o desenvolvimento de exploração dos recursos energéticos e os altos valores dos commodites, porém o país não apresenta grande crescimento econômico nessa época sobretudo por conta da crise de 2008 que freou o desenvolvimento de todo o mundo.
Perspectiva política militar
Com o fim dos dois primeiros mandatos de Putin, a situação que a Rússia se encontra é a que mais está acostumada ao longo de sua história, com um líder forte, autoritário e centralizador, que embora cumprisse a legislação de seu país, emplacou um grande aliado, e não deixou de estar no cerne do poder e das discussões políticas que se situavam no governo, tanto que durante todo o governo de Medvedev ele foi o primeiro ministro russo, uma figura de importante autoridade e grande prestígio político, uma posição que, após o presidente, seria a mais poderosa politicamente, por conta disso há uma discussão sobre a real influência dele sobre o governo de seu companheiro político.
A Rússia entregada por Putin encontrava-se mais centralizada e com um poder sobre o petróleo e gás natural ampliado, utilizando os recursos territoriais, gerando nos ocidentais, sobretudo nos europeus e estadunidenses, uma certa falta de reação da retomada do poderio russo, que desde a queda da união soviética não figurava grande ameaça as grandes hegemonias mundiais.
Sobretudo o crescimento econômico russo figurou grande destaque por ter alavancado a defesa dos interesses nacionais no território da Hearland, principalmente naqueles países que compunham, no passado, a união soviética, nações essas as quais sofriam grande influência russa, como Ucrânia e a Geórgia, e em antigos aliados soviéticos, como o caso dos países da Ásia Central.
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