HISTÓRIA ECONOMICA

Analise o texto de Hilário Franco Junior (1991) sobre o Feudalismo:

"O processo de gestação do feudalismo foi bastante longo, remontando à crise romana do século III, passando pela constituição dos reinos germânicos nos séculos V e VI e pelos problemas do Império Carolíngeo no século IX, para finalmente se concluir em fins desse século ou início do século X. Para podermos acompanhar mais claramente este processo, examinaremos sucessivamente sete de seus aspectos mais importantes: a ruralização da sociedade, o enrijecimento da hierarquia social, a fragmentação do poder central, o desenvolvimento das relações de dependência pessoal, a privatização da defesa, a clericalização da sociedade e as transformações na mentalidade."

1. Escolha uma das características do Feudalismo apontadas no texto acima e explique sua relação com o fim do império romano. (3,0 pontos)

O ruralização da sociedade se deu por que com o fim do Império Romano, boa parte da Europa se viu sem as leis e garantias que a estrutura romana proporcionava aos cidadãos de suas províncias. Uma série de invasões de povos que viviam fora do império esvaziou as cidades romanas e levou a uma intensa migração para as áreas rurais. Nestas áreas, uma nova forma de produzir riqueza teve que se desenvolver: o feudalismo.

Com o surgimento da agricultura, a Economia de muitos grupos humanos mudou completamente. A desigualdade social apareceu, bem como as classes sociais. De uma economia igualitária na Pré-História, onde o interesse individual era menos importante do que os interesses do grupo, os humanos passaram à servidão coletiva e ao escravismo como formas de produzir riqueza.

O Império Romano conquistou extensas áreas da Europa e norte da África. Apesar da falta de liberdade, essas regiões conheceram grandes avanços de infraestrutura, como estradas, pontes, cisternas, sistemas de abastecimento de água. No entanto a principal contribuição romana às províncias diz respeito à segurança pública.

Porém com o fim do império romano, a segurança que era feita pelo exercito foi acabando. As cidades tornaram-se alvos de ataques de milícias estrangeiras. A população começou a migrar para as áreas rurais. No entanto estas áreas eram de propriedade de latifundiários escravagistas. Com a crise de mão de obra do império, estes latifundiários passaram a aceitar o trabalho de homens livres para produção agrícola. Mas estes trabalhadores livres não recebiam salários por seu trabalho! Em troca, recebiam apenas a possibilidade de plantar e criar animais próprios em algum lugar da propriedade.

No sistema feudal, os senhores feudais viviam à custa do trabalho dos servos. O feudo era a unidade econômica básica. A Igreja Católica, a qual ganhou força nos últimos períodos do império romano, tornou-se importante proprietária de terras e, consequentemente, senhora feudal. Nos feudos, eram cultivados principalmente trigo, cevada e centeio, bem como os produtos locais. Eram criados animais como vacas, porcos, ovelhas, cabras e aves. Uma parte das terras era cultivada para o senhor e sua família, e outra, para os servos. O excedente de produção era trocado por tecidos, sal, metais e outras matérias-primas necessárias nas poucas cidades que ainda restaram espalhadas pela Europa.

O feudalismo europeu foi bastante diferente em cada região da Europa. Suas principais diferenças dizem respeito aos produtos agrícolas e sua comercialização. No que se refere às relações sociais, eram bastante semelhantes.

Por fim, o sistema feudal produzia riqueza através da exploração agrícola e mineral baseada na mão de obra dos servos (nem livres, nem escravos). Este sistema repousava sobre uma organização que visava (mas nem sempre cumpria) proteger as classes trabalhadoras da violência e dos desequilíbrios sociais, além de conceder terras aos que eram politicamente incapazes de se apoderar dela.

2. Faça uma pesquisa na internet e, a partir dela, explique qual a função econômica dos feudos, servos e senhores feudais na economia medieval. Você pode pesquisar em: (3,0 pontos)

 http://ofeudo.tripod.com/id16.html

 http://www.csj.g12.br/info/idademedia/Economia.htm

O sistema feudal era fundamentalmente agrário, tendo dessa forma a terra como base de toda a sua economia. A extensão de terra pertencente ao senhor feudal recebia o nome Feudo. No interior de um Feudo coexistiam três formas de uso e posse da terra.

A posse coletiva dos pastos e dos bosques: essa área era de uso comum. Os servos poderiam levar seus animais para pastarem nas áreas de pastagens, da mesma forma com que podiam colher frutos e retirar madeira dos bosques e os senhores feudais podiam caçar também nessas mesmas áreas.

Posse privada de metade das terras cultivadas: essa área também conhecida como manso senhorial, pertencia exclusivamente ao senhor feudal junto com tudo que aí era produzindo.

Posse da terra em regime de co-propriedade: também conhecido como manso servil; os servos trabalhavam nessas terras como se fossem deles, porém a terra pertencia ao senhor feudal que por sua vez recebia em troca uma série de obrigações prestadas a ele pelos servos, o costume.

A função econômica dos servos era basicamente como produtores diretos pois a forma de trabalho característica do feudalismo é a servidão. É uma situação intermediária ou híbrida entre o escravo (ele mesmo propriedade de outro homem) e o operário da era capitalista (possuidor e disponibilizador de sua força de trabalho),