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Havaianas

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Por:   •  16/8/2014  •  Relatório de pesquisa  •  1.166 Palavras (5 Páginas)  •  222 Visualizações

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HAVAIANAS

Elas estão nas prateleiras de lojas de departamentos chiques como Saks Fifth Avenue e Bergdorf Goodman, em Nova York, e Galleries Lafayette, em Paris. Ocupam espaço em vitrines da badalada Via Spiga, em Milão, dividindo a cena com marcas famosas como Dior e Prada. Adornam pés de socialites, artistas, modelos e até mesmo da Presidente da República. Ao mesmo tempo são vistas em uma marcha do Movimento Sem-Terra em Brasília, nos pés de milhares de homens, mulheres e crianças. Sem dúvida é a sandália mais democrática que se tem notícia. Estou falando das sandálias HAVAIANAS. Calça “do mais pobre ao mais rico” - como disse o escritor Jorge Amado. O que começou como um produto popular, que já foi considerado “coisa de pobre” no Brasil, virou produto fashion em menos de quatro décadas, e hoje enfeita pezinhos milionários, como das atrizes Julia Roberts e Sandra Bullock, e das modelos Naomi Campbell e Kate Mossvisto. Bonita e gostosa, a sandália se transformou em um objeto cult. No exterior, os modelos mais incrementados, feitos sob encomenda, chegam a custar US$ 100. Nada mal para a brasileiríssima HAVAIANAS.

A história

Tudo leva a crer que foi a Zori, típica sandália de dedo feita de palha de arroz e usada pelos agricultores japoneses, a real fonte de inspiração para a criação das sandálias HAVAIANAS no dia 14 de junho de 1962 pela empresa Alpargatas São Paulo. Por essa razão, o solado das HAVAIANAS possui uma textura que reproduz grãos de arroz, um dos muitos detalhes que a torna inconfundível. Mas a versão nacional trazia um grande diferencial: eram feitas de borracha. Um produto natural, totalmente nacional e que, acima de tudo, garantia um calçado durável e confortável. Devido a sua comodidade, durabilidade e ótimo preço, os brasileiros das classes trabalhadoras se apaixonaram pelos primeiros modelos do tal chinelo, ainda com sola bicolor azul e branca combinando com as tiras azuis. Nascia aí o calçado do povo. Embora o design das sandálias fosse de origem oriental, seu nome foi inspirado no Havaí, o paraíso do sol e do mar, onde ricos e famosos americanos passavam suas férias. Esse nome era considerado ideal, já que a sandália era adequada para o uso em países de clima quente e tropical, pois deixava os pés descobertos, evitando o excesso de transpiração.

A ideia da nova sandália se espalhou feito rastilho de pólvora. Em menos de um ano a empresa fabricava mais de mil pares por dia, o que levou ao aparecimento das imitações, mas “legítimas, só as havaianas” (como dizia o slogan criado pela agência JW Thompson), as únicas que “não deformam, não têm cheiro e não soltam as tiras”. As cópias, de qualidade inferior, eram citadas pelos comerciais da marca como cópias “fajutas”, e o novo termo acabou sendo incluído no Dicionário Aurélio como sinônimo de produto de má qualidade. Exatamente dois anos depois de seu lançamento, já fazendo sucesso, a direção da empresa resolveu entrar com pedido de patente de modelo industrial n.5891, sob o título “Novo modelo de palmilha com forquilha”. O pedido chegou ao Departamento Nacional da Propriedade Industrial do Ministério da Indústria e do Comércio exatamente no dia 13 de agosto de 1964.

Por mero acaso, as HAVAIANAS evoluíram, devido a um lote que deveria ser na tradicional cor azul que em virtude de um problema técnico saiu verde. O que era para ser um desastre se tornou um imenso sucesso e marcou uma nova era para a marca. A nova cor foi tão bem recebida pelo público que a marca começou a produzir os mesmos chinelos com tiras em outras cores, como verde, amarelo, rosa, vermelho e preto. Em 1980, já eram vendidos mais de 80 milhões de pares da sandália por ano. Nesta década, ainda com 4 cores do modelo original, as HAVAIANAS tornavam-se cada vez mais populares entre as classes humildes, e estavam de tal forma enraizadas que chegaram a ser consideradas pelo governo como um “produto de primeira necessidade”, passando inclusive a fazer parte dos itens integrantes da cesta básica, assim como o arroz e o feijão. Foi assim que o governo brasileiro começou a fiscalizar seu preço como fazia com os outros produtos considerados essenciais, mantendo assim, a inflação sob controle.

Durante

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