Introduçao A Odontologia
Trabalho Escolar: Introduçao A Odontologia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 27/3/2015 • 1.610 Palavras (7 Páginas) • 2.660 Visualizações
A Origem e História da Profissão
Historico:
A História da Odontologia no Mundo remonta a um tempo que fica até difícil ao homem contemporâneo imaginar.
A profissão de dentista no mundo é bastante antiga.
A necessidade de tratamento de doenças dentárias acompanha a evolução humana.
Afinal, a cárie sempre existiu e só aumentou, principalmente pela mudança de hábitos alimentares.
Achados arqueológicos revelam que, desde 5000 a.C., sumérios, egípcios, gregos e romanos conheciam as várias causas de dores nos dentes e se preocupavam com o assunto.
Há dois mil e setecentos anos, o povo etrusco já confeccionava próteses dentárias. Conheciam as técnicas de transplantes e fabricavam dentaduras com dentes de animais e humanos, talhados de acordo com as necessidades do cliente. Duravam pouco, mas o método praticamente não variou até meados do século passado.
Foto:vista frontal de uma prótese fixa mandibular (4 incisivos humanos naturais e dois dentes entalhados em marfim, atados com arame de ouro) encontrada no Sidão, principal cidade da Antiga Fenícia. Data provável da prótese entre os séculos IV e V a.C. Museu do Louvre, Paris.
Prosseguindo no curso da história, na Idade Média os dentistas não acreditavam na possibilidade de se manufaturar dentaduras postiças e pouco fizeram para tentar remediar os problemas das perdas precoces de peças da boca dos homens e mulheres daquela época. Assim, a ciência odontológica progrediu lentamente durante séculos.
Na antiguidade o dentista era, na verdade, um curandeiro, que atribuía às forças "malignas" qualquer problema de saúde. Os meios de cura variavam entre simpatias e infusões à base de ratos, rãs e insetos.
Elizabeth I da Inglaterra, a Rainha Virgem (1533-1603), que aliás não era virgem e nunca se casou, tinha sérios problemas estéticos com os seus dentes. Como tinha muitos namorados, dissimulava os buracos deixados por eles (os dentes, não os namorados) e evitava que os lábios murchassem colocando tiras de seda nas gengivas. Essa estranha solução somente conseguia dar um aspecto congestionado ao rosto e um esgar enigmático ao seu sorriso, obrigando-a também a uma economia de palavras, comportamento interpretado por seus súditos como indício de reflexiva sabedoria.
Europa: publicações a partir do séc XVI - berço da Odontologia
Em 1728, na França, Piérre Fauchard (1678-1761) com seu livro: O Cirurgião de Dentes e o Tratamento Dentário (Le Chirugien Dentiste au Traité des Dents), revoluciona a odontologia, inovando conhecimentos, criando técnicas e aparelhos, sendo juntamente cognominado "o pai de Odontologia Moderna".
Séc. XIX: projeção da Odontologia para América
Fundação da Society of Dental Surgeons
Escola de Odontologia de Baltimore
The American Journal of Dental Science
Odontologia no Brasil
A Odontologia praticada no século XVI, a partir da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 22 de abril de 1500, restringia-se quase que só as extrações dentárias. As técnicas eram rudimentares, o instrumental inadequado e não havia nenhuma forma de higiene. Anestesia, nem pensar. O barbeiro ou sangrador devia ser forte, impiedoso, impassível e rápido.
Os médicos (físicos) e cirurgiões, ante tanta crueldade, evitavam esta tarefa, alegando os riscos para o paciente (possibilidade de morte) de hemorragias e inevitáveis infecções. Argumentavam que as mãos do profissional poderiam ficar pesadas e sem condições para intervenções delicadas. Os barbeiros e sangradores eram geralmente ignorantes e tinham um baixo conceito, aprendendo esta atividade com alguém mais experiente.
Curiosidades: Naquela época era comum “amarrar na cadeira” os braços dos pacientes que seriam submetidos a uma extração dentária. A esterilização dos instrumentos eram precariamente feitos, passando a ponta dos instrumentos sobre a chama de uma lamparina. Também fazia-se atendimento fora do consultório.
A medicação pós-extração era feita através de ervas medicinais que eram fornecidas ao paciente. Normalmente o dentista possuía em seu consultório, vários vasos com diferentes tipos de ervas para esse fim, ao qual removia algumas folhas, que eram dadas ao paciente, para utilização em forma de chá ou como colutório.
Em 1600, havia no Rio de Janeiro 300 colonos e suas famílias. Por certo deveriam existir "mestres" de vários ofícios, inclusive mestres cirurgiões e barbeiros, que curassem de cirurgia, sangrassem, tirassem dentes, etc. Para exercer esta atividade os profissionais dependiam de uma licença especial dada pelo "cirurgião-mor mestre Gil", sendo os infratores autuados, presos e multados em três marcos de ouro...
Somente em 09 de novembro de 1629 houve, através da Carta Régia, os exames aos cirurgiões e barbeiros. A reforma do regimento em 12 de dezembro de 1631 determinava a multa de dois mil réis às pessoas que "tirassem dentes" sem licença.
Pela primeira vez cita-se a “classe profissional” dos barbeiros
O termo dentista ainda não é presente
Para avaliar o significado e conceito de "barbeiro" temos na quarta edição do Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Eduardo de Faria, publicado no Rio de Janeiro em 1859: Barbeiro: o que faz barba; (antigo) "sangrador", cirurgião pouco instruído que sangrava, deitava ventosas, punha cáusticos e fazia operações cirúrgicas pouco importantes. -* Obs. Nessas cirurgias pouco importantes incluiam-se extrações dentárias.
Séc. XVII, Gomes Freire de Andrade sanciona um Regimento ao Cirurgião Substituto das Minhas Gerais
Primeira legislação brasileira frente ao ofício da Arte Dentária
Séc. XVIII, pela lei de 17 de junho de 1782, para uma melhor fiscalização nas colônias portuguesas, em lugar de físico e cirurgião-mór, foi criada a Real Junta de Proto-Medicato. Constituída de sete deputados, médicos ou cirurgiões, para um período de três anos, caberia a estes o exame e a expedição de cartas e licenciamento das "pessoas que tirassem dentes".
Nas últimas décadas deste século, Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792) praticou a Odontologia que aprendera com seu padrinho, Sebastião Ferreira Leitão. Seu confessor, Frei Raymundo de Pennaforte disse sobre ele: "Tirava com efeito dentes com a mais sutil ligeireza e ornava a boca de novos dentes, feitos por ele mesmo, que pareciam naturais".
Os barbeiros e sangradores aprendiam o ofício com um mais experiente e tinham que provar uma prática de dois anos sob a vista do mesmo. Após pagar a taxa de oito oitavos de ouro. Submeter-se-iam a exame perante o cirurgião substituto de Minas
Gerais e dois profissionais escolhidos por este. Aprovados, teriam suas cartas expedidas e licenças concedidas.
Como não vinham novos cirurgiões de Portugal ou porque a demanda tivesse aumentado, a “arte de tirar dentes” foi sendo assumida pelos negros alforriados, sendo considerada uma atividade menos importante
Alguns cirurgiões também tiravam "carta de sangria" e indiscutivelmente o povo era beneficiado. Nesta época o mestre Domingos, "barbeiro" popular no bairro da Saúde, Rio de Janeiro, se tornou famoso. O negro mestiço exercia sua atividade também na casa de clientes. Sob o braço levava uma esteira de taboa, que servia de cadeira e uma enferrujada chave de Garangeot. Dado a manobras intempestivas, algumas vezes extraía também o dente vizinho, mas cobrava apenas um. Às crianças, ele sugeriu que o dente extraído fosse jogado no telhado, dizendo antes e por três vezes: “São Mourão, toma teu dente podre e dá cá o meu são"
Em 07 de março de 1808, fugindo das forças francesas, o príncipe regente D. João VI, sua corte e a nata da sociedade portuguesa (cerca de 15 mil pessoas) chegavam a Salvador, tornando-se o Brasil por esta contingência sede do reino.
Houve um grande surto de progresso. No hospital de São José, na Bahia, criava-se a Escola de Cirurgia, graças a interferência do Doutor José Correa Picanço, físico e cirurgião-mór; em nome da Real Junta do Proto-Medicato.
Era muito comum a venda de dentaduras esculpidas em osso na porta das igrejas, após as missas domingueiras. Era só escolher, não só a mais bonita, como também a que se adapta-se o melhor possível na boca.
Primeiros passos para estabelecer a formação em Odontologia
19 de abril de 1879, artigo 24 do Decreto 7.247
“A cada uma das faculdades de Medicina ficam anexos: uma Escola de Farmácia, um Curso de Obstetrícia e Ginecologia e um outro de Cirurgia Dentária”
Institucionalização dos cursos de Odontologia anexos às faculdades de Medicina pelo Decreto 9.311, de 25 de outubro de 1884, denominada “reforma Sabóia”
Por este motivo utiliza-se dia 25 de outubro “dia do cirurgião Dentista no Brasil”
A partir do séc. XX ocorre um rápido avanço da ciência odontológica no Brasil, sendo criadas as primeiras faculdades de Odontologia, porém ainda tendo a presença de “práticos” na profissão
Primeira regulamentação do exercício profissional da Odontologia: Lei 1.314 de 17 de janeiro de 1951
Instituição do Conselho Federal e Conselhos Regionais de Odontologia através da Lei 4.324 de 14 de abril de 1964
24 de agosto de 1966: Lei 5.081, que regulamenta o exercício da Odontologia em todo território nacional e vem para substituir a Lei 1.314
A Odontologia passa a ser, definitivamente uma profissão
Etapas da Profissionalização
1- Etapa de ocupação indiferenciada
Não existem indivíduos na comunidade dedicados exclusivamente à prática odontológica.
Curandeiros e outros indivíduos da comunidade.
Métodos de tratamento baseados em produtos de origem:
Vegetal (retirar azeite de meio coco e passar sobre o dente dolorido, aplicar pimenta sobre o dente dolorido).
Animal (passar cera de ouvido de cachorro sobre o dente dolorido).
Químicos (algodão embebido em creolina).
2- Etapa de diferenciação ocupacional
Odontologia contitui ocupação principal do indivíduo.
Ofício é aprendido com outros indivíduos, sem cursos formais.
Nos dias de hoje caracteriza-se exercício ilegal da profissão.
3- Etapa inicial de profissionalização
Grupo que exercia a profissão decide organizar cursos para os que nela desejarem ingressar.
Busca estabelecer uma legislação restritiva.
4- Etapa intermediária de profissionalização
Aumento de duração de cursos de formação profissional.
Associações profissionais tornam-se mais fortes.
Aumenta o antagonismo entre dentistas e práticos.
Aparecimento de profissões subsidiárias: auxiliar de consultório, protético.
5- Etapa avançada de profissionalização
Odontologia alcança posição bastante elevada.
Ensino de pós-graduação.
Profissão estruturada na sociedade.
Odontologia brasileira chega ao final do Séc. XX carregando uma impostergável contradição: apesar da evolução técnica que a área experimentou, seus alcances sociais continuam sendo mínimos, o que torna cientificamente questionável sua prática.
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