Medicina Veterinaria No Brasil
Exames: Medicina Veterinaria No Brasil. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: larissaHemann • 22/3/2015 • 527 Palavras (3 Páginas) • 241 Visualizações
O ensino universitário no Brasil enfrenta atualmente uma proliferação do número de cursos, fenômeno que ocorre em muitas áreas da educação superior, em razão da política de aumento do número de vagas implantada pelo Ministério da Educação nos últimos anos (Braga et al., 2001). O elevado número de cursos em funcionamento, associado à falta de condições que possibilitem a formação de profissionais com nível mínimo de competências e habilidades necessárias para o desempenho profissional, constitui uma grave preocupação (Oliveira Filho et al., 2009). A qualidade do ensino superior tem sido debatida há tempos no Brasil, sendo necessário buscar possibilidades que propiciem soluções para o problema. Os principais elementos que conduzem à qualidade do ensino incluem o aluno, o professor e o currículo (Barros, 2005). O currículo, foco deste trabalho, não é somente um conjunto de conteúdos e uma série de orientações que se perpetuam passivamente como meio de reprodução. Ao contrário, pode ser visto como um processo de mediação entre políticas e expectativas sociais e institucionais. Assim, o currículo pode nortear a formação de diplomados aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira (Brasil, 1996).
A universidade, como uma instituição social, exprime a estrutura e o modo de funcionamento da sociedade como um todo (Chaui, 2003). A aspiração social atualmente tende para a demanda de mudanças significativas em relação ao trato de animais, recaindo sobre os profissionais das ciências veterinárias tal responsabilidade (Lord e Walker, 2009). De uma forma geral, todas as profissões que lidam com animais passam por esta transformação central para atender e valorizar o bem-estar animal. Neste contexto, pode haver um impasse considerando-se os currículos do curso de medicina veterinária, os quais talvez ainda não disponibilizem ferramentas adequadas para que os futuros profissionais atendam tal pleito da sociedade.
Dessa forma, no campo da medicina veterinária, pode-se perceber a necessidade de que o profissional tenha uma postura crítica em relação a assuntos ligados ao bem-estar animal (Lord e Walker, 2009). O reconhecimento da necessidade de ensino para balizar tal postura já está consolidado na literatura internacional (Hewson et al., 2005; Tadich, 2010). A Organização Mundial de Saúde (OIE), da qual o Brasil é membro, recomenda um ensino de bem-estar animal obrigatório para o curso de medicina veterinária (Main, 2009; Molento e Calderón, 2009). Beaver (2005), Levine (2005) e Lord e Walker (2009) ressaltam que as escolas de veterinária não têm enfatizado a capacitação na área de bem-estar animal de maneira suficiente. Hewson et al.(2005), em estudo com 13 universidades de diferentes regiões da Europa, América do Norte e América do Sul, destacam que a formação em bem-estar animal não segue uma mesma exigência ou padrão em todas as escolas, refletindo muitas vezes em variações de aprendizado efetivo.
Nesse sentido, conhecer a atual situação do ensino da medicina veterinária no Brasil auxiliará a tomada de decisões curriculares, na medida em que constitui a base para construção de propostas concretas acerca de quais conteúdos devem ser adicionados ou reformulados. Este trabalho teve por objetivo estudar o panorama geral do ensino da medicina veterinária
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