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Memorias de mulheres do pos guerra

Por:   •  13/3/2016  •  Monografia  •  11.662 Palavras (47 Páginas)  •  470 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

REGIONAL CATALÃO

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE HISTÓRIA E CIÊNCIAS SOCIAIS

CURSO DE HISTÓRIA.

MEMÓRIAS E CONCEPÇÕES DE ESTÉTICA DE MULHERES PAULISTANAS NO PÓS-GUERRA

FREDERICO EBELING DE SOUZA

CATALÃO

2016

FREDERICO EBELING DE SOUZA

MEMÓRIAS E CONCEPÇÕES DE ESTÉTICA DE MULHERES PAULISTANAS NO PÓS-GUERRA

        

CATALÃO

2016

SUMÁRIO

1 - INTRODUCÃO........................................................................................................04

2 - CAPÍTULO I – O PERÍODO PÓS-GUERRA E SUAS TRANSFORMAÇÕES NO AMBIENTE FEMININO.......................................................................................20

3 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................31

INTRODUÇÃO

             As memórias das práticas estéticas do quotidiano das mulheres de São Paulo irão embasar este projeto com o objetivo de compreender a performatização estética das mulheres entre os anos 1945 a 1960, advindas das transformações que o fim da segunda guerra mundial influenciou para a sociedade, mostrando que as mulheres pesquisadas, por mais que estivessem localizadas em uma classe mais rica e com maiores acessos, também adotaram um modelo de comportamento adaptando-se a uma nova organização social. Trata-se de uma sociedade em plena transformação social e econômica advinda das facilidades e dificuldades criadas com o fim da II guerra mundial que influenciou um novo comportamento estético e social, variando nas diferentes classes sociais existentes.

              A escolha do tema deve se ao fato do desejo de pesquisar um tema que abordasse estética, principalmente cabelos, podendo assim me referenciar ao tema que trabalho exercendo a função de cabeleireiro, e assim, usar de meus conhecimentos técnicos para analisar como comportamento estético dessa época representou essas mulheres.

Para compor a realização deste trabalho, foram utilizadas como fontes, entrevistas com 8 mulheres que vivenciaram o período pesquisado, utilizando todos os critérios metodológicos para a composição de uma entrevista oral como fonte histórica. Entre os dias 08 a 15 de janeiro do ano de 2016 eu estive em São Paulo para a realização das entrevistas com essas mulheres, que através das entrevistas, compunham localizações sociais e econômicas diferentes, o que levou a uma mudança, previamente estabelecida, no lugar social das entrevistadas, porém as construções das problemáticas se dão num grupo social com maiores condições e acessos financeiros, representando desta maneira, mulheres ricas ou culturalmente influenciadas pelos contatos e acessos econômicos dessas mulheres que muitas vezes, conviviam com uma cultura europeia. Foram elas: Maria da Gloria Tozzi Faber, nascida em 1941 hoje está com 76 anos e representa uma classe média, Ivette Novaes Romeu, nascida em 1925 hoje está com 91 anos e representa uma classe média , Maria Flora de Queiroz Stockler e Breia , nascida em 1934 hoje está com 82 anos e representa uma classe média, Alice Briganti Perissinotti, nascida em 1942 hoje está com 74 anos e representa uma classe média, Ornella Heins Psillakis, nascida em 1937 hoje está com 79 anos e representa a classe Aristocrática, , Antonia Campion, nascida em 1925 hoje está com 91 anos e representa a classe trabalhadora rural, Medley Libanori, nascida em 1935 hoje está com 81 anos e representa a classe trabalhadora e por fim, Fukue Miyamoto  e  Julieta Yoshie Ide conhecidas como Mimi hoje com 74 anos , nascida em 1942 e Juju  hoje com 72 anos, nascida em 1944, representando uma classe trabalhadora na qual exerciam a função de cabeleireira.

 Primeiramente, o trabalho pretendia estabelecer um dialogo com as mulheres somente da elite Paulistana, mas que, devido às informações adquiridas nas entrevistas, principalmente através de memórias da Aristocracia, criou a necessidade de uma divisão de classe, incluindo mulheres de uma possível classe média e também as proletariadas.  Nas entrevistas, elas forneceram uma conversa intima, devido à relação social e afetuosa que eu possuo com elas, feita em suas casas de modo histórico total seguindo um roteiro pré-estabelecido com questões temáticas, além de uma composição histórica do período pesquisado com datas e fatos marcantes no. Além disso, as próprias entrevistadas mostraram fotos dos períodos estudados, que foram utilizadas para ativar suas memórias.

A escolha das entrevistadas se deu, primeiramente, em relação à idade delas, sendo a mais nova com 76 anos, e a mais velha com 92 anos, preservando a necessidade de terem presenciado o período pesquisado bem como a capacidade de rememoração daquele período, estando inserida na sociedade paulista e, assim, terem percebido possíveis transformações na sociedade daquela época. Além dessas necessidades, a disposição em fornecerem informações sobre seus cotidianos de modo transparente e nostálgico, sendo que para isso, foram assinados todos os termos de autorização do uso das informações, estando elas todas disponíveis e não havendo nenhuma relutância ou recusa por parte de nenhuma entrevistada. Socialmente, elas compunham um grupo que representa desde a aristocracia, “classe media” e mulheres da classe trabalhadora e rural do período pesquisado. Como as entrevistas são longas, elas foram gravadas em sua maioria, por mais de 50 minutos de gravação. Sendo assim, utilizarei trechos que correspondem ao tema escolhido para representar suas memórias.

A partir de 1945, as técnicas para produção de penteados ou o cabelo do dia a dia buscou facilitar a vida da mulher, onde um cabelo mais natural ou mais ondulado era visível na maioria das mulheres. Mas foi nos anos 50 que o desenvolvimento maior dos cosméticos ajudou o profissional do cabelo a garantir um novo visual, como os reflexos e penteados mais modernos, demonstrando ser um período de extrema mudança no comportamento estético feminino.

Muitas mudanças vividas nesse período podem ser percebidas na sociedade mundial, onde a tecnologia teve uma importante participação. Um novo mercado é criado com a participação da mulher na construção econômica do mundo, o que influenciou uma nova produção de produtos destinados a esse novo mercado feminino. Contudo, no Brasil, essas modificações variam de acordo com o acesso aos meios de propaganda e a classe econômica pertencente.

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