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"Mundo Do Trabalho": Modelos De Produção

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Por:   •  28/11/2014  •  1.508 Palavras (7 Páginas)  •  1.581 Visualizações

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Questionar quem deve ser o chefe é como discutir quem deve ser

o saxofonista num quarteto: evidentemente, quem o sabe tocar.

(Henry Ford)

Após a Revolução Industrial, foram desenvolvidas diferentes formas de gerenciamento científico da produção no interior do sistema capitalista, como o Taylorismo, o Fordismo e o Toyotismo, as quais, entre as suas finalidades, objetivaram aumentar a capacidade produtiva e baratear os custos com mão-de-obra das empresas.

Com o avanço do sistema capitalista, o início do século XX foi um período de intensas alterações no sistema produtivo. As principais mudanças focaram na relação do trabalhador com o objeto, e foram desenvolvidas por Frederick Taylor – com o taylorismo - e Henry Ford - com o fordismo.

Frederick Winslow Taylor (1856–1915), norte americano de Filadélfia, era um engenheiro mecânico que em 1911 desenvolveu uma obra chamada “Os princípios da administração”, que continha uma série de métodos inovadores para a produção industrial. Esse novos métodos ficaram mundialmente conhecidos por taylorismo, em relação ao seu sobrenome.

Taylor colocou que o proletário deveria focar em sua parcela do processo produtivo e desempenhá-la no menor tempo possível, não precisando ter conhecimento do todo produzido. Além disso, o empregado deveria evitar o gasto de energia “desnecessário”, limitando seus atos apenas para a produção do que lhe era determinado pelo patrão.

Além das inovações no modo de ação do proletário, Taylor afirmou que a hierarquização educava os funcionários e evitava protesto e desordem. O gerente era responsável por cronometrar e fiscalizar o trabalho de cada funcionário, sendo este passível de repreensão e punições.

Em contra partida, Taylor também defendia a competição interna e a premiação para aquele funcionário de melhor desempenho. Era totalmente contra a organização dos trabalhadores, travando grandes conflitos com os sindicatos da época. A competitividade e remuneração variável estão presentes no modelo taylorista de trabalho:

Instituiu-se preciso registro diário da qualidade e quantidade do trabalho produzido. [...] este registro permitiu ao chefe incitar a ambição de todas as inspetoras, aumentou o ordenado daquelas que realizavam grande quantidade de trabalho de boa qualidade, enquanto, ao mesmo tempo, abaixava o salário daquelas que trabalhavam sem interesse ou despedia outras que se revelavam incorrigivelmente lentas ou desleixadas (TAYLOR, 1990, p.71).

Henry Ford (1863 – 1947) foi um empreendedor americano fundador da Ford Motor Company que, inspirado no método idealizado por Taylor, foi responsável pela criação de um sistema industrial chamado de Fordismo. A grande inovação desse modelo de produção em relação ao taylorismo foi à introdução de linhas de montagens, na qual o operário era responsável apenas por uma atividade.

Em sua fábrica, Ford determinava a posição de todos seus funcionários, que aguardavam as peças automotivas se deslocarem pelas esteiras de montagem da fábrica para executarem uma única função específica. Cada funcionário tinha apenas uma função em toda linha de montagem, sendo somente responsável, por exemplo, por apertar um determinado parafuso.

O proletário devia executar sua atividade no tempo determinado pela máquina, pois caso atrasasse alterava toda a produção e era repreendido pelo gerente local. Tanto a responsabilização individual quanto o incentivo à competição – assim como pensava Taylor - em relação aos trabalhadores podem ser identificados:

Queremos completa responsabilidade individual [...] onde a responsabilidade se acha fragmentada e dispersa por uma série de serviços, rodeado por sua vez de um grupo de subtitulares, é realmente difícil encontrar alguém que seja realmente responsável [...] o jogo do empurra, que certamente nasceu nas empresas de responsabilidade fragmentada [...] O espírito de competição leva para a frente o homem dotado de qualidades [... ] não dispomos de postos ou cargos, e os homens de valor criam por si mesmos as suas posições [...] A pessoa em questão vê-se de repente num trabalho diverso com a particularidade de um aumento de salário (FORD, 1967, p. 74-76).

A ideia de uma limitação funcional do operário causava uma alienação psicológica no indivíduo, pois limitava o conhecimento do operário a função, não tendo nenhuma noção da compreensão do todo. Sem contar os problemas físicos ocasionados pela excessiva repetição da mesma atividade inúmeras vezes ao dia. A jornada exaustiva de trabalho desses indivíduos e os problemas e abusos sofridos por eles podem ser visualizados no filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin.

Tanto o Taylorismo quanto o Fordismo tinham o mesmo objetivo: ampliação do lucro dos detentores dos meios de produção. Ambos os autores visaram apenas à ampliação da produção, sem levar em conta os direitos ou as condições de trabalho dos funcionários. Pelo objetivo ter sido cumprido, esses modelos se reproduziram com muita velocidade por diversas empresas e países até os dias atuais, assim como as péssimas condições de trabalho e os abusos com os trabalhadores.

Logo após o desenvolvimento do Fordismo nos Estados Unidos, na metade do século XX, o Japão encontra-se em uma situação desfavorável a implementação desse sistema de produção, pois ele tinha como característica principal a produção em massa, sendo necessários grandes investimentos e muita mão de obra. O Japão tinha um pequeno mercado consumidor e o país não contava com grandes quantidades de matéria-prima, inviabilizando o princípio fordista de produção em massa.

O Toyotismo surgiu nas fábricas da montadora de automóvel Toyota, após a Segunda Guerra Mundial, idealizado por Taüchi Ohno. O Toyotismo possuía princípios que atendiam as necessidades do mercado japonês. Conforme De Paula (2005):

O toyotismo se caracteriza pela oposição à massificação fordista: seus métodos possibilitavam uma produção vinculada a demanda, individualizada, variada e heterogênea, em

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