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Nova historiografia sobre as temáticas indígenas

Por:   •  8/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  738 Palavras (3 Páginas)  •  252 Visualizações

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Nova historiografia sobre as temáticas indígenas

A autora destaca que na década de 80, houve uma transformação na forma de pensar a historia na historiografia brasileira. Dando mais atenção as especificidades do que as generalizações. Dominada pelas mudanças no estudo da História pela Escola dos Analles, escola de Frankfurt, pesquisadores, antropólogos e filosófos que atualizaram suas metodologias e abordagens, a historiografia brasileira acrescentou um novo cenário apresentado pela importância dada a novos objetos de estudo, novos métodos e novas abordagens. Procuravam-se mais o entendimento dos elementos sociais, culturais e mentais do que apenas os econômicos e políticos, ajustando-os e dando importância correlata a cada um. Essa bibliografia preocupou-se mais com as “minorias” começou a se preocupar mais com as “minorias”, apreciando o que não era predominante ou geral, buscando as particularidades das etnias, das regiões e das épocas diversas.

No período militar terras indígenas foram dadas para projetos agrícolas e de mineração e para a construção de hidrelétricas, colocando grupos indígenas em contato com doenças, guerra, morte. Veio à tona na academia discussões sobre a “identidade” e “direitos” indígenas, “principalmente porque na Constituinte iriam ser discutidos os seus direitos historicamente negados.” A autora cita alguns autores: Marchant que explica a escravidão indígena e sua troca pelos negros como resultado da “reação indígena” ao fomento da oferta de mercadorias portuguesas. Os índios queriam mais os utensílios como espelhos, contas e panelas queriam mercadorias mais caras e maiores, armas de fogo, aguardente e ferramentas, estabelecendo um “alto custo de vida” pela grande conflito entre os portugueses para ter os “favores dos índios”, gerou a “alternativa” da escravidão, que não foi aceita pelos indígenas, tornando a vida na colônia difícil. Já Schwartz discorda da visão “mercantilista ocidental” que Marchant deu aos índios. Para ele, o escambo foi bem aceito pelos índios não pelo que lhes era ofertado, mas porque já transpassava a cultura indígena sem agredi-la, mesmo quando o objeto de troca fosse o trabalho. Salientou que o trabalho indígena foi explorado não apenas através do cativeiro (lícito ou ilícito), mas também através do escambo e do assalariamento, que pouco amenizou a carga dos índios na economia colonial.

A antropologia traz uma nova luta dos povos indígenas pelos seus direitos sociais, econômicos e políticos, principalmente, direito ao respeito às diferenças etnoculturais. Um censo de 1993 foram registrados 27 grupos indígenas oficialmente reconhecidos no Nordeste, cuja população passou das 31.600 pessoas, distribuídas em 46 áreas indígenas, entre adquiridas, identificadas, delimitadas ou homologadas. Nos anos de 1990 novas obras da historiografia brasileira sobre os índios, permitiram que se percebesse o mundo colonial interagindo com o mundo indígena, reconstruindo as relações sociais e culturais coloniais, possibilitando a visibilidade de uma nova realidade histórica.

“Em 1996 novas pesquisas apontam que a  passividade e submissão ao colonizador têm sido postas em questão pelos estudos sobre as diversas formas de resistência e acomodação cultural experimentadas na vivência do cotidiano. A indolência e preguiça, sempre apontadas pelos coloniais como inatas, têm sido contraditas pelos trabalhos que apresentam os indígenas como os trabalhadores essenciais para a estruturação do sistema canavieiro e açucareiro no Nordeste colonial, assim como trabalhadores nas mais diversas atividades (pesca, pecuária, agricultura, artesanato, construção civil, administração colonial) em capitanias cuja economia não era suficiente à manutenção da escravidão negra, como a do Rio Grande do Norte. De forma semelhante, o processo de “desaparecimento” da população indígena tem sido estudado, para que não seja mais tomado no âmbito do mistério, como Câmara Cascudo indicara: “foram desaparecendo misteriosamente” (CASCUDO, 1955, p. 38), mas sim como um processo construído pela historiografia tradicional que procurava “branquear” a população nacional, ocultando as nossas origens indígenas.”

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