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Historiografia

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Por:   •  1/10/2013  •  Seminário  •  619 Palavras (3 Páginas)  •  260 Visualizações

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No Brasil, o emprego da palavra descobrimento pelo grande público ainda é Freqüente, apesar de bastante contestado pelos especialistas. E mesmo na acepção mais amena do termo, usada pelos historiadores que defendem que descobrimento da América significa um encontro de civilizações, ainda se emprega largamente os símbolos do conquistador. Por outro lado, o uso de expressões como contato de cultura ou encontro de culturas continua a favorecer uma visão idílica da conquista, visão que defende que as diferentes culturas envolvidas contribuíram harmonicamente para a formação da sociedade colonial, esquecendo que muitas dessas contribuições foram feitas à Força. Essa visão dos descobrimentos como encontro se beneficia muito do trabalho de Todorov, que via a colonização da América como um momento único na história da humanidade, momento em que se teria dado início a um processo mundial de integração entre as culturas. No entanto, Todorov não omite a violência desse encontro. Pelo contrário, para ele, essa violência terminou sendo um elemento fundador da História Contemporânea. Também Eni Orlandi, seguindo Todorov, afirma que o discurso do descobrimento do Brasil é um elemento fundamental na construção de nossa atual identidade como brasileiros. Assim, se hoje a maioria dos historiadores já aceita a existência dessas implicações e evita utilizarem a palavra descobrimento, isso não acontece com o termo ocupação. Essa palavra, é seu sinônimo povoamento, carregam um peso ideológico equivalente ao de descobrimento. Também significa o estabelecimento em uma terra até então desabitada. Mas se o conceito de descobrimento está sendo contestado, ainda há todo um setor de descobrimentos.

Historiografia (muito reproduzido em vários livros didáticos) que, ao tratar da conquista dos sertões brasileiros no período colonial, emprega quase sempre a expressão ocupação do sertão ou povoamento do sertão. O resultado disso é a construção do mito de que os sertões brasileiros foram ocupados pela primeira vez somente como estabelecimento dos colonos e da pecuária, no século xvii, escamoteando assim o grande contingente populacional indígena que habitava a região e estava sendo deslocado para a formação de latifúndios e currais. Assim, o discurso da descoberta das Américas é ele próprio um mito fundador identidades latino-americanas, mito muito forte no brasil. a tendência atual da historiogra é observar o processo de construção da América a partir de um enfoque que ressalta o sentido de conquista e de violência impregnados na colonização ou de um enfoque que privilegie a noção de encontro de culturas.

Nesse último caso, o encontro pode ser visto a partir da violência da dominação ou de uma forma mais amena. E é essa perspectiva mais amena que acredita em um descobrimento e uma colonização baseado na cordialidade e na sensualidade, que fundamenta a visão do grande público brasileiro, por quem conquista e colonização são entendidos como acontecimentos amenos. Tal visão é incentivada pela mídia e baseada na popularidade da tese da democracia racial e da miscigenação, ainda forte em nosso imaginário.

Nesse contexto, a partir dessas polêmicas, e considerando que os significados das palavras são construções políticas, acreditamos que o termo conquista e colonização são mais precisos para explicar a complexa realidade histórica a

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