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O Absolutismo Inglês

Por:   •  29/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.970 Palavras (24 Páginas)  •  280 Visualizações

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O ABSOLUTISMO INGLÊS

Há dois tipos de Absolutismo: o de direito (o rei era absolutista pela lei e pela organização social) e o de fato (o poder é exercido efetivamente).

No caso francês, com a Teoria do Direito Divino e a organização da sociedade e do poder jurídico-militar, tinha-se um absolutismo de direito e de fato. No caso inglês, só havia o absolutismo de fato, graças às limitações do poder real impostas pelo Parlamento.

INTRODUÇÃO À HISTÓRIA INGLESA

  • IDADE MÉDIA

No século XIII, na passagem do governo de Ricardo Coração de Leão para o de seu irmão, João Sem Terra, houve a Revolta dos Barões, que teve como resolução a assinatura da Magna Carta (1215). Este documento proporcionou o aparecimento do Parlamento, um órgão deliberativo que estabeleceria limites ao poder real.

Posteriormente, ainda no século XIII, a criação de duas câmaras nesse Parlamento gera uma divisão binária também na sociedade inglesa. O Parlamento era divido entre a Câmara dos Lordes (composta pela alta nobreza e alto clero) e a Câmara dos Comuns (composta pela pequena e média nobreza e burguesia).

Durante a Idade Média, a Inglaterra é reconhecida como uma potência medieval, já que seu poder real e sua territorialidade estavam consolidados. As cidades, a Igreja e a nobreza não possuíam tanto poder, e, portanto, tinham que dialogar com o rei e se subordinar aos seus poderes.

  • IDADE MODERNA

Com a sua entrada na Guerra dos Cem Anos (1337 – 1453), a situação progressivamente mudará. A Inglaterra entra no conflito como uma potência medieval, tanto que ganha os primeiros cinquenta anos de conflito. O surgimento de Joana D’Arc, porém, unifica o povo francês e, dessa forma, fortalece a França na batalha.          

Após o término desta, a Inglaterra entra na Guerra das Duas Rosas (1455 – 1485), uma guerra civil envolvendo as famílias nobres de Lancaster e de York pela disputa da sucessão do trono.

Esses dois conflitos em especial transformarão a Inglaterra de uma potência medieval a uma nação de segunda categoria já no início da Idade Moderna: o país não mais terá poder político nem militar suficientes para fazer qualquer intervenção nas grandes questões europeias.

Quando a guerra civil se tornou insustentável, Henrique VII, membro de uma linhagem colateral da família Lancaster, os Tudor, forma um exército, com o objetivo de derrotar a família York. Atingido seu objetivo, buscando a solução dos conflitos internos e a legitimidade para assumir o trono, se casa com Isabel de York, e dá início à Dinastia Tudor.

DINASTIA TUDOR

  • GOVERNO DE HENRIQUE VII

Como Henrique VII fora o responsável pelo fim da Guerra das Duas Rosas, ele acabou trazendo a paz, ação estratégica para a conquista social e controle do Parlamento, já que possibilitou a retomada do desenvolvimento da Inglaterra.

Após tantos conflitos pelos quais o seu país passou, a nobreza inglesa adquire aspirações comerciais (aprende a fazer negócios), pois, em sua concepção, se os seus membros não tivessem recursos financeiros suficientes, outra guerra deterioraria ainda mais a sua situação política e econômica.

Nesse contexto, há uma aproximação entre nobreza e burguesia, facilitada principalmente por conta do Parlamento. Essa aliança, portanto, se baseará em uma ligação entre o meio rural e o meio urbano: as terras da nobreza inglesa eram direcionadas à criação de ovelhas, visando à extração de sua lã; ao mesmo tempo em que a burguesia detinha majoritariamente manufaturas que transformavam essa lã em fios.

Há uma preocupação especial de Henrique VII em colocar o seu país de volta nas discussões das questões econômicas e políticas europeias. Sem recursos financeiros para tal objetivo, o monarca encontra a solução na realização de um casamento com algum membro de uma família real poderosa da Europa.  

Como, no início do século XVI a nação europeia mais poderosa era a Espanha, seria de interesse do rei inglês casar um de seus filhos com uma princesa espanhola. Os monarcas espanhóis, Fernando de Aragão e Isabel de Castela, também almejavam aumentar o seu poderio através dos casamentos de suas filhas com outros reis poderosos.

Então, Catarina de Aragão casa com o filho mais velho de Henrique VII, Arthur Tudor. Quando este príncipe morre, para que não se perca a oportunidade política da aliança entre Espanha e Inglaterra, Catarina se casa com Henrique VIII, o irmão de Arthur Tudor.

  • GOVERNO DE HENRIQUE VIII

Henrique VIII e Catarina de Aragão ficarão casados por vinte anos. Em certo ponto, a rainha, por conta de tantas vezes que engravidou e abortou, não mais poderia ter filhos - restando-lhe apenas sua única filha, Maria Tudor. É aí que começam os problemas de Henrique VIII: ele precisava de um filho do sexo masculino - e, portanto, dadas as condições, precisava anular o seu casamento para tal.

 O casamento de Maria Tudor com algum membro de uma família europeia poderosa transformaria a Inglaterra em um satélite de outro país; ao mesmo tempo em que seu casamento com algum membro de uma família nobre inglesa aumentaria as chances de lutas políticas internas.

Carlos I, por ser sobrinho de Catarina, se opõe à pretensão do rei inglês em se separar de sua tia. Sendo o governante ao mesmo tempo da Espanha e do Sacro Império Romano Germânico e tendo muita influência no Papado, o regente espanhol acaba por colaborar na decisão desta instituição em negar o pedido de divórcio de Henrique VIII.

Sem saída, o rei inglês se vê obrigado a romper com a Igreja Católica, fundando a Igreja Anglicana pelo Ato de Supremacia (1534) e iniciando a Reforma Anglicana.

Com a liberação para a realização do divórcio, Henrique VIII não parou só no casamento com Ana Bolena – casou-se mais quatro vezes depois desta. A última esposa, em especial, tomou uma medida primordial para o futuro da monarquia inglesa: exigiu que, antes que o rei morresse, ele estabelecesse a linha de sucessão real. Dessa forma, Eduardo VI, Maria Tudor e Elizabeth I puderam ter o seu lugar ao trono.

A Reforma Anglicana, em linhas gerais, acarretou o fortalecimento do poder real, à medida que efetivou uma conquista social a favor do rei e enriqueceu o Estado, já que as terras eclesiásticas agora eram posses do monarca inglês.

Desde a Idade Média o Parlamento decidia sobre a cobrança e arrecadamento de impostos, ou seja, o rei dependia deste órgão para ter dinheiro. Com o acesso às terras eclesiásticas, Henrique VIII agora tinha a chance de ficar livre da dependência de dinheiro em relação ao Parlamento.

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