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O Brasil Sobre Rodas

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Por:   •  26/3/2014  •  1.729 Palavras (7 Páginas)  •  392 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

O transporte de cargas é o principal componente dos sistemas logísticos das

empresas. Sua importância pode ser medida por meio de, pelo menos, três

indicadores financeiros: custo, faturamento e lucro. O transporte representa,

em média, 64% dos custos logísticos, 4,3% do faturamento, e em alguns

casos, mais que o dobro do lucro (FLEURY; WANKE; FIGUEIREDO, 2000;

BOWERSOX; CLOSS; STANK, 1999). Com relação às nações com razoável

grau de industrialização, diversos estudos e pesquisas apontam que os gastos

com transporte oscilam ao redor de 6% do PIB (LIMA, 2005).

Tanto no âmbito das políticas públicas de investimento em infra-estrutura

quanto no âmbito gerencial de empresas privadas e estatais, a principal

decisão relativa ao transporte de cargas é a escolha dos modais de transporte

(FIGUEIREDO; FLEURY; WANKE, 2003). São cinco os modais de transporte

de cargas: rodoviário, ferroviário, aquaviário, dutoviário e aéreo. Cada

um possui estrutura de custos e características operacionais específicas que os

tornam mais adequados para determinados tipos de produtos e de operações.

Nos critérios para a escolha do modal de transporte, por um lado, devem

ser observados aspectos relativos a custos, e, por outro, questões relacionadas à

prestação do serviço de transporte. Em relação aos aspectos de custos, cabe

destacar o nível de imobilização de capital em ativos fixos, a existência de

economias de escala associadas ao seu uso (medidas em tonelada.quilômetro

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transportado, ou seja, por meio do produto do peso transportado pela quilometragem

percorrida) e a presença de rendimentos crescentes ou decrescentes

de escala no consumo de combustíveis, de lubrificantes e de materiais de reposição.

No que diz respeito ao escopo dos serviços prestados, por sua vez, merece

destaque a possibilidade de contratar junto com os transportadores de serviços

de maior valor agregado com base em conhecimento, como, por exemplo,

projetos de consultoria em logística, ou então visando à integração do transporte

com outras atividades como armazenagem, manuseio de materiais etc.

Especificamente em relação ao escopo dos serviços, há uma tendência

mundial, e também no Brasil, de contratação de serviços de maior valor agregado,

ou pelo menos, de outros serviços logísticos que não o transporte, mas

ainda assim baseados em ativos (FLEURY; RIBEIRO, 2001). As empresas de

transporte que atuam nesses segmentos de mercado comumente recebem, no

Brasil, o nome de operadores logísticos. Os autores fornecem diversas evidências

de que pelo menos uma das atividades que compõem a logística é realizada

por um operador logístico na maior parte das empresas dos EUA e da

Europa. Sink e Langley (1996 e 1997) indicam que o transporte e a armazenagem,

atividades com base em ativos que deram origem à maioria dos operadores

logísticos nos EUA, continuam sendo as mais contratadas e as que mais

contribuem para o faturamento dos operadores logísticos.

Fleury e Ribeiro (2001) também mostram que, apesar do transporte e da

armazenagem, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, serem as atividades

que mais contribuem para o faturamento dos operadores logísticos, são os

serviços de maior valor agregado que melhor diferenciam os operadores logísticos

dos demais transportadores de cargas. Dois dos principais entraves ao crescimento

dos operadores logísticos são a contratação e a manutenção de pessoal

qualificado. A questão do recrutamento e a seleção de pessoal com maior nível

de escolaridade é crítica para a adequada integração das diferentes atividades

logísticas, para a prestação de serviços baseados em conhecimento, como os

projetos de consultoria.

Portanto, tendo em vista a ampliação do conhecimento sobre o setor de

transporte de cargas no Brasil, os objetivos dessa pesquisa são relacionados ao

mapeamento e à análise, a partir da Pesquisa Anual de Serviços (PAS), Edição

2002 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), das diversas

relações que permeiam empresas de diferentes modais de transporte e seus

itens e suas estruturas de custo, bem como do controle dessas relações por

algumas variáveis principais como, por exemplo, nível de escolaridade,

rotatividade de funcionários, percentual de receitas geradas com outros serviços,

dispersão e localização geográfica.

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Transporte de Cargas no Brasil: Estudo Exploratório das Principais

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