O Declínio do Feudalismo e o Crescimento das Cidades
Por: brunocampanholi • 20/5/2021 • Resenha • 865 Palavras (4 Páginas) • 208 Visualizações
Discente: Bruno Leonardo Campanholi Gilbert
Disciplina: Moderna 1
Resumo: O declínio do feudalismo e o crescimento das cidades
Maurice Dobb (1987) inicia o capítulo “O Declínio do Feudalismo e o Crescimento das Cidades” dissertando acerca de que a Grã-Bretanha não se tem mostrado imune ao debate sobre o significado de feudalismo, criando usos variados e contraditórios. Por definição, não se prendeu a filosofias rivalizantes como na Russia do Séc. XIX. Segundo o autor, os ingleses habituaram-se a desprezar as discuções acerca das definições por considerarem-nas meras disputas acerca de palavras. Desse modo, o autor propõe adotar uma definição que não se abarca na relação entre vassalo e suserano, nem na relação entre produção e destinatário, mas na relação entre o produtor direto e seu superior imediato.
Segundo Dobb (1987), o crescimento do comércio trouxe em ascensão a figura do comerciante e com ele a comunidade comercial, aumenta-se a circulação do dinheiro através de troca e a presença do comércio incentivou a permuta de produtos excedentes e a produção para o mercado. Para o autor, houve grandes consequências e a renda em dinheiro passou a ser ambição dos senhores. Entretanto, segundo o autor não existe um motivo para acreditar que o crescimento da economia monetária devesse empolgar um senhor feudal ao ponto de cancelar ou diminuir as obrigações tradicionais entre servos e senhores.
Segundo o autor, a eficiência do feudalismo como modo de produção foi fundamentalmente responsável por seu declínio, já que a necessidade inerente de renda adicional pressionou o produtor até o colapso do sistema. Desse modo, não só a produtividade do trabalho permanecia muito estática na economia senhorial, como o rendimento de terra permanecia tão escasso que levou a autoridades a sugerirem que havia uma tendência no sistema de cultivo em resultar na exaustão do solo.
Dobb (1987) demonstra que as propriedades menores que dispunham de menor aparato de trabalho servil, exibiram uma tendência em incentivar os arrendamentos em dinheiros pagos pelos arrendatários e a confiar no salário de homens “livres”. Como resultado, a emigração ilegal das propriedades senhoriais. Para o autor, a emigração dos vilões da terra muitas vezes assumia proporções catastróficas. Assim, para um senhor repovoar sua terra, abandonada devido a sua própria opressão, era forçado a vender imunidades em troca de arredamentos ou pagamento em dinheiro o que acarretou num aumento de população. Ainda de acordo com o autor, após 1300 a população da Europa entrou em declínio devido a retração de renda, chamado de crise econômica feudal no século XIV. Esse declínio é atribuído a devastação causada pelas guerras e pela peste bubônica.
De acordo com o autor, as reações dos senhores não foram uniformes. Em alguns casos, para atrair mão de obra, os senhores foram forçados a concessões que representavam uma atenuação das obrigações servis, e até uma substituição de relações obrigatórias por uma contratual, num pagamento em dinheiro. Em outros casos, eles reagiram de maneira a estreitar as obrigações feudais, com medidas mais firmes para a fixação dos servos a uma propriedade e a captura dos fugitivos.
Para Dobb (1987) uma mudança para pagamentos em dinheiro poderia ser uma maneira de aumentar as obrigações do servo, pois lhe oferecia maior liberdade pessoal, apresentando ao senhor a linha de menor resistência. Segundo ele, o trabalho compulsório tendia a ser menos eficiente que o trabalho efetivado pelos cultivadores em seus próprios territórios mesmo que o senhor adotasse uma supervisão adequada ao trabalho, o rendimento dos serviços era incerto e baixo.
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