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O Fichamento Sobre Maneirismo

Por:   •  7/4/2019  •  Relatório de pesquisa  •  1.183 Palavras (5 Páginas)  •  156 Visualizações

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-FICHAMENTO 

-BENEVOLO, Leonardo. Introdução a Arquitetura.São Paulo: MESTRE JOU, 1972. P. 151-169. 

Página

Tema/Texto

Observações

151

[...]Giorgio Vasari, que descreve em meados do século XVI, interpreta a história da arquitetura italiana à luz dos princípios teóricos do classicismo e distingue três fases sucessivas. [...]

A primeira compreende os precursores que fizeram as primeiras tentativas para elevar a arte da barbárie medieval, na segunda, encontrou-se a justa colocação dos problemas, mas não se chegou a desenvolver plenamente as consequências por falta de rigor, e na terceira, é alcançada a “maneira perfeita”.

151/152

[...]De um lado, percebe-se um sentido de obra acabada, como se os modelos clássicos, até então imitados de modo inadequado, fossem agora colhidos na sua realidade intima e o ideal de perfeição de que depende a cultura renascentista fosse adequadamente representado e traduzido em obras concretas, permitindo ver antiguidade pela primeira vez não como exemplo inacessível, mas como um precedente emulado e superado.[...]

As obras passadas deixam de ser inatingíveis e insuperáveis e tornam-se finalmente abertas afim de serem perfeitamente exploradas e imitadas.

152

[...]O ideal de perfeição, assumido como medida das experiências até agora realizadas, parece, de repente, uma noção problemática e os elementos colocados à margem da discussão tornam-se, repentinamente, problemas a resolver. [...]

A conjuntura política, econômica e social, comprimindo esta alteração cultural num tempo muito breve, imprimi-lhe as características de uma verdadeira crise e como este tempo é mais curto que a experiência individual de alguns artistas, a crise é vivida por eles como um conflito pessoal.

152

[...] As leis sobre as quais se baseia arquitetura do Renascimento não são leis físicas ou fórmulas materiais, mas leis ideais, de estrutura. [...]

Nas artes, não se deve imitar passivamente a natureza, mas extrair os princípios constituintes das suas formas.

153

[...] As antinomias virtualmente colocadas pelo classicismo entre a forma ideal e a execução concreta, entre as proporções inteligíveis e as medidas verificáveis pelos sentidos, eram de fato aplainadas, na prática, pela recusa em ultrapassar certos limites convencionais. [...]

Tem paciência pelas dificuldades técnicas, o divórcio entre concepção e execução, o exagero dimensional (no sentido da excessiva pequenez, como em São Sátiro de Milão e no pequeno templo de São Pedro em Montório, ou da exagerada grandeza, como no novo São Pedro de Roma, são exemplos disso.

153/154

[...] A continuidade tradicional entre concepção geral e acabamentos, entre critérios compositivos e técnicas construtivas, é quebrada deliberadamente, tratando-se os acabamentos e a execução como simples acidentes. [...]

O Oratório de São Pedro, em Montório, tem uma eloquência expressiva que nada deve as obras mais polêmicas dos arquitetos modernos de trinta anos atrás.

154

[...] Os contemporâneos de bramante veem-se diante de um edifício, onde os detalhes não são levados em consideração, mas onde a estrutura da composição ideal fica evidente e quase materialmente perceptível na sua pureza intelectual. [...]

Porque o ensinamento metódico contido neste edifício é claramente independente das circunstâncias específicas da realização e aplicável a outros lugares, com outros meios técnicos, com acabamentos diversos

156

[...]A unidade das várias experiências é garantida pela objetividade dos pressupostos comuns aos quais se atribui definitivamente um beneplácito intelectual[...]

É a possibilidade de controlar, indiretamente, com o raciocínio geral, uma série de experiências particulares.

156

[...]A dignidade pessoal da artista é sobretudo uma prerrogativa do intelecto, que da universalidade ao seu objeto e tira a coerência do seu comportamento, quando enfrenta as múltiplas ocasiões particulares[...]

A coerência não é mais garantida pela segurança do conhecer, mas pela firmeza nação, deixando de ser uma prerrogativa deduzida, e sim uma conquista a ser renovada a cada passo.

157

[...]O equilíbrio entre as tradições locais e a tradição comum do classicismo faz-se possível até que estas sejam colocadas em diversos planos culturais, as primeiras na esfera contingente e a segunda na transcendente. [...]

Se essa transcendência é posta em dúvida, as duas referências caem, por assim dizer, sobre o mesmo plano e o equilíbrio se transformem contras, eliminável sou através de um compromisso empírico e continuamente variável.

157

[...]Também a distinção e um eventual divórcio entre projeto e a execução apoiam se na convicção de que as exigências construtivas e com positivas não podem ser discrepantes, sendo ambas fundamentados na razão e na natureza das coisas. [...]

Se assim não fosse, esta harmonia pré-estabelecida não existiria e a cada circunstância poderia surgir um conflito, a ser resolvido com limitações recíprocas.

157

[...] Enfim, a delimitação dos campos específicos para as diversas artes torna-se problemática, quando não é regulada por um cânone geral. [...]

Como cada uma das artes representa virtualmente todo universo, através da perspectiva, qualquer delas pode pretender atrair as outras para o seu âmbito, como de fato acontece de vez em quando, resultando na criação de uma perpétua ambiguidade de pontos de referência,

158

[...]Todas as contradições e numeradas tem uma repercussão pessoal e psicológica que é característica do clima do Renascimento e que seria inconcebível nas épocas precedentes. [...]

Na idade média, a responsabilidade dos artistas frente aos problemas estilísticos era tomada sobretudo coletivamente, mas agora, o peso da responsabilidade nas questões artísticas é sobretudo de ordem pessoal e põe os artistas numa situação muito vulnerável e arriscada.

159

[...]Na terminologia do século XVI, “Maneira” é o procedimento artístico em geral. [...]

No uso desta palavra não existe qualquer intenção depreciativa, porque o valor artístico é considerado um valor intelectual, transmissível a todos e aplicável por qualquer um que tenha entendido.

159

[...]Século, partindo do conceito romântico da Arte como originalidade, este julgamento foi invertido. [...]

Assim, foi criado então o termo “maneirismo” para indicar, com intenção de reprovação, baseadas nas imitações dos grandes mestres.

160

[...]Problemas formalmente relegados permanecem abertos, todavia, sob o verniz das fórmulas e a sua presença se manifesta de modo indireto, introduzindo nas discussões e nas experiências dessa época uma ambivalência característica[...]

Este é um dos aspectos mais significativos da cultura maneirista, que jamais será de todo eliminada.

162

[...]Se a codificação das regras se torna rígida, as razões alegadas se tornam, por outro lado, discordantes e evasivas e a justificação das várias formulações propostas reside, em última análise, nas preferências pessoais do autor[...]

Esta situação, a tarefa confiada a personalidade individual é menos determinada, mas diferente e mais modesta do que aquela que se exigia nos primórdios do Renascimento.

164

[...]O artista deve estabelecer uma harmonia entre elementos que se acham todos em seu poder, havendo lugar para qualquer tipo de decisão, da mais corajosa a mais tímida e para cada grau de talento, do gênio ao praticante honesto. [...]

No Renascimento nasce a figura do “gênio”, agora se delineia a do “profissional” como o entendemos hoje, o qual não precisa ser necessariamente um individuo excepcional.

165

[...]O interesse dominante pela prática favorece uma divisão mais clara das tarefas entre arquitetos, pintores escultores, que tendem a tornar-se especialistas, enquanto se tornam mais raros os gênios polivalentes próprios da época precedente. [...]

Os processos respectivos se entrelaçam, concretamente, de muitas maneiras. Estuque e egrafito invadem as fachadas dos palácios, substituindo completamente as funções das estruturas arquitetônicas, proporcionando ao espectador a surpresa de ver inesperadamente misturadas formas de vários gêneros, que deveriam teoricamente estar separadas.

169

[...]Em troca deste empenho, a cultura maneirista retorna em diversas etapas sobre a definição do próprio repertório estilístico e boa parte de suas energias vê-se empenhada no debate retrospectivo, agitado e com frequência artificioso. [...]

O resultado é uma depuração da linguagem clássica das tendências pessoais e locais, que torna possível uma vasta difusão internacional.

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