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O GENOCÍDIO ARMÊNIO O PRIMEIRO A “INAUGURAR” O SÉCULO XX

Por:   •  9/2/2019  •  Artigo  •  11.344 Palavras (46 Páginas)  •  200 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITARIO ESTÁCIO DE SÃO PAULO                                               UNIDADE SANTO AMARO

 GRAZIELA MARTINS R.M.AZEVEDO

O GENOCÍDIO ARMÊNIO O PRIMEIRO A  “INAUGURAR” O SÉCULO XX.

Artigo apresentado como requisito para avaliação na disciplina Prática de Pesquisa em História do curso de História do Centro Universitário Estácio Radial São Paulo sob supervisão do professor Ms. Ricardo Felipe Santos da Costa.

São Paulo 01 de dezembro- 2017

1. O GENOCÍDIO ARMÊNIO O PRIMEIRO A INAUGURAR O SÉCULO XX, SEGUNDO  ERIC HOBSBAWM

O grande historiador do século XX Eric Hobsbawm, nascido em 1917 em Alexandria, em seu livro “Era dos Extremos: O breve século XX, 1914 –1991” coloca como marco do início do século, não do tempo cronológico de 1901 e sim, um grande fato histórico que marcou o período.

Em 1914 com o início da guerra mundial, fato decorrente (estopim) com a morte do príncipe austro-húngaro Francisco Ferdinando em Sarajevo, capital da Sérvia. Pelo desenrolar de todos os fatos que vieram a acontecer, anteriormente e posteriormente entre as nações direta e indiretamente envolvidas no conflito, o Império Austro-húngaro apoiado pela Alemanha contra Sérvia, que estava com esse posicionamento de pressionar o país, com uma punição dos responsáveis de acordo com as suas orientações, porém aconteceu uma recusa da Sérvia em seguir tais instruções diretas de ação, perante a morte do monarca Francisco Ferdinando.

A Rússia, por sua vez, protetora do país eslavo e apoiadora do Pan-eslavismo ficou ao lado da Sérvia, logo em confronto direto contra a Alemanha e o Império Austro-húngaro, assim a guerra entre as nações estava declarada e a seguir, a França e Inglaterra declaram também, guerra pelo motivo da invasão da Alemanha na Bélgica, até então um país neutro e invasões da Alemanha no continente africano em terras pertencentes ao Reino Unido.

Esse fragmento de explicação é apenas um ponto de apoio para mostrar como o autor, coloca esse fato, pelo motivo de seu grau de importância como o verdadeiro início do século em conjunto com a primeira guerra mundial.

Partindo da mesma lógica de pensamento, creio que como a Turquia, uma aliada da Alemanha (Aliança germana otomana assinada em 02 de Agosto de 1914) em outubro no dia 29 do mesmo ano, o país entra na guerra como aliada da Alemanha, posso dizer que o genocídio armênio, não foi o primeiro do século, pois aconteceram em outros países genocídios anteriores como no Congo e Namíbia, por exemplo, contudo devido a correlação da primeira guerra mundial que é o marco do século XX, esse genocídio por questão não cronológica, mas como uma infeliz coincidência de acontecimento simultâneos de fatos históricos deve ser considerado o primeiro genocídio do século XX.

Nesse contexto o povo Armênio que vivia na época, como uma minoria étnico religiosa, junto com assírios e gregos, viu-se em “maus lençóis” onde o partido turco denominado:

Comitê União e Progresso, partido político nacionalista que aglutinava os chamados “Jovens Turcos” era o governante. Entre os nomes mais influentes estão os dos ministros de Estado: Mehmet Talaat Paxá e Ismail Enver Paxá.

Esse partido, teve a oportunidade de retirar essa incomoda minoria cristã de seus territórios com diferentes artifícios, desde da utilização de jovens armênios na guerra, acusações formais de “traição” punida com prisões, deportações e mortes, através da retirada do povo armênio de suas terras que ficavam geralmente no sul da Turquia, Siron, (escrita inglesa)Montes Tauros, Bassek (escrita inglesa) e Van para regiões como Anatólia (hoje porção asiática da Turquia moderna) Síria e deserto da Arábia e diversos outros locais que citaremos ao longo desse artigo.

O saldo do massacre que muitos como o governo turco, ainda na era atual classifica como “consequência da evasão de civis para lugares mais seguros”, sobre alegação de uma suposta invasão da tríplice entente foi a morte de 1,5 milhão e meio de armênios das mais diversas maneiras, desde na guerra, após cavarem as trincheiras, armênios foram mortos, pelo próprio império otomano, na linha de frente da guerra (front) eram colocados sem armas, de inanição, violência, estupros e diversas torturas em sua caminhada rumo ao deserto. Durante a diáspora de milhares de crianças armênias foram separadas de suas famílias. Muitas vezes sendo os únicos remanescentes, foram criadas como muçulmanas, fora de seus seios familiares, sendo os adultos eliminados.

 Em teoria temos diversas hipóteses para serem apresentas, sobre as razões do agressor e países neutro no processo genocidário que serão apresentadas em separado, porém em uma estrutura de análise de fatos poderemos combinar a existência desses fatores em conjunto. Quero dizer que, não há apenas, um motivo único para as ações de massacres, muito menos para o não reconhecimento das principais nações do mundo, muitas como potências mundiais com grande volume de pactos e acordos comerciais com o país agressor, e muitas vezes os países “neutros” querem se manter longe para evitar mal estares diplomáticos, até perdas de relações comerciais, tratados e até uma quebra de relações diplomáticas em definitivo.

Outros países que na época estavam lutando contra as forças alemãs como a França[1], tiveram e possuem até hoje um papel primordial em ajuda humanitária pelos armênios, desde do auxílio na batalha do Monte de Moisés ou Musa Dagh[2] 

Iremos além do sentido de demonstrar, não somente o não reconhecimento, mas algumas ações negacionistas, sobre a gestão do governo turco que propõem a desmoralização do fatos de diversas formas como por exemplo o patrocínio de publicações, sejam livros acadêmicos ou não que rebatem o termo genocídio.

Ademais dessas ações existem, dispositivos legais que expulsam civis turcos do país e outras punições, amparado no artigo 301 do Código Penal turco por “denegrir a história e o orgulho da nação turca” além de processos que podem acarretar uma detenção de até um ano de prisão. Uma das questões que devem ser pensadas pelo leitor é: Se o governo turco antigo turco otomano nega com confiança e firme crença o termo genocídio e o conjunto das ações que levam a história e a sociedade a classificar o fatos que levaram à morte de 1,5 milhão e meio de armênios ocorridos entre 1915 e 1923 como tal nome, o porque de tantas estratégias para ampliar essa defesa e severas punições e críticas tanto a países como para pessoas que pensam ao contrário e levantam seus questionamentos?

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