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O Pensamento Social Conservado

Por:   •  13/7/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.457 Palavras (10 Páginas)  •  61 Visualizações

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FICHAMENTO: O PENSAMENTO SOCIAL CONSERVADOR - OLIVEIRA VIANA (AULA DE 22/08)

Leituras do Brasil: d‟Os Sertões às Caravanas.

Populações meridionais do Brasil: populações rurais do Centro-Sul (1920).

Mais do que uma análise centrada na perspectiva econômica, política (ou puramente política),

cultural, Oliveira Viana traz em sua proposta a perspectiva da terra para explicar a formação do povo

brasileiro, em muito se utilizando da ideia do patriarcado na figura do pater-família. O autor de início

já surpreende seu leitor com o uso de uma temporalidade moldada especificamente para a história

brasileira. Ele não fala em século XIX, XVIII ou XVI. O autor divide a história nacional em quatro

séculos, sendo o quarto século equivalente aos oitocentos. Para além disso, o livro de Oliveira Viana

se compromete a fazer uma análise que, com toda certeza, serviu de base para boa parte da

historiografia política do Brasil Império (Ilmar Mattos, José Murilo de Carvalho, Emília Viotti, etc).

O que o autor está se propondo fazer nesse livro é evidenciar a formação de uma sociedade centrada

nos grandes latifúndios da aristocracia rural, que muito explica da vida e da organização política dos

liberais e de suas vastas propriedades pelo interior do país.

Oliveira Viana também é um dos precursores da discussão sobre centralização e autonomia

local no Brasil. Tema intensamente debatido mesmo nos dias de hoje, os limites da autonomia, os

alcances da centralização, o fator responsável pela centralidade são alvos de estudos de diversos

historiadores. Para o autor o fator que garante a centralização do poder no Rio de Janeiro é a figura

do monarca. Os conservadores se aproveitavam dessa figura para perpetuar seu poder. Já os liberais,

na tentativa de institucionalizar a figura do rei como monarca e não governante, tentam garantir

autonomia local para manutenção da ordem descrita por Viana em torno do polo rural.

Concluindo, quando Oliveira Viana divide o Brasil em pelo menos três tipos diferentes de

formações sociais e habitats, recusa a ideia de uma homogeneidade social e de raça e parte para

entender as diferentes composições sociais constituintes da nação e suas especificidades muito

ligadas aos ambientes em que se desenvolveram. Em seu primeiro livro o autor se dedica aos matutos

por entender sua importância rural e política, já que se encontravam no grande polo político imperial.

Além disso, seguindo as preocupações dos autores de sua época Viana toca em determinados

momentos nas teorias de raça e do darwinismo social. Chega a falar das diferenças que seriam

encontrados ao se dissecar o crânio dos três “tipos” brasileiros.

Palavras de prefácio.

 Valor do elemento histórico na formação da psicologia dos povos: Oliveira Viana quer entender

os germes das ideias do presente, a gênese da psique nacional.

 O passado é importante para entender a realidade dos povos e no caso brasileiro esse passado é

ainda tão recente que é possível sentir “os moldes ainda quentes onde se fundiram essas

idiossincrasias que nos extremam e singularizam”.

 Viana critica a história feita somente a partir do documento escrito e “morto” (processo que a

Escola dos Annales fará a partir de 1929). Sugere que a ciência histórica busque alguma

interdisciplinaridade, procurando preencher, em outras áreas, as lacunas do documento escrito.

 Diz que nós somos um dos povos que menos estuda a si mesmo. Pretende, em seu livro seguir os

critérios e métodos descritos acima, tentando entender as especificidades da formação e

constituição do nosso povo.

 A partir dos estudos que fez, Oliveira Viana mostra que ao contrário do pensamento da maioria

dos pensadores de seu tempo, o povo brasileiro não é homogêneo e não se constitui um bloco

definido a partir da língua, raça, etc. Segundo o autor, é possível distinguir de cara três histórias

diferentes: a do norte, a do centro-sul e a do extremo-sul. Gerando as sociedades dos sertões, das

matas e dos pampas e seus três tipos específicos: sertanejo, matuto e gaúcho, respectivamente.

 Para Oliveira, os três tipos brasileiros mostrariam diferenças fisiológicas se abertos (kkkkkkk).

 Gaúcho: formado pelo habitat dos pampas, o regime pastoril e as guerras platinas.

 Matuto: formado pelo habitat florestoso do centro-sul, o regime agrícola e por fatores políticos.

 No livro Oliveira Viana se dedicará ao matuto do Centro-sul. Isso porque a formação agrícola

deste é parte inalienavelmente importante da formação nacional, enquanto os sertanejos e os

gaúchos possuem atividades muito mais localistas. Além disso, segundo o autor, a gravitação da

política nacional pós 1822 se concentra no Centro-sul.

 “não há tipos sociais fixos, e sim ambientes sociais fixos”. (18)

 Concentrar-se-á a analisar a população rural.

...

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