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O Progresso Na Sociedade Moderna Inspirados Em Fausto De Goethe E Frankenstein De Mary Shelley

Por:   •  15/3/2024  •  Trabalho acadêmico  •  1.342 Palavras (6 Páginas)  •  60 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UEG DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

Docente: Álvaro Regiani

Douglas Campos de Ataides[1]

Breve ensaio sobre o progresso na sociedade moderna inspirados em Fausto de Goethe e Frankenstein de Mary Shelley

        Vimos em história contemporânea que a humanidade tem forte poder transformador. Sua força é forjada do ideal de progresso. No entanto, tamanho poder tem seu preço. Para ilustrar tais consequências, notaremos em Frankenstein[2], publicado em 1818 escrito por Mary Shelley, uma irônica crítica aos limites da busca desenfreada e inconsequente na modernidade. Usamos também a obra Fausto escrito por Goethe, no final do século XVIII, no qual Marshell Berma em sua obra[3] se apropria para compreender a modernidade. Mostrando nas três metamorfoses ocorridas em Fausto o quanto é banalizado quais quer obstáculos para alcançar o ideal inatingível de progresso. Essa banalidade se estende à própria existência que é posta a prova na vida real quando na guerra fria duas potencias tinham em suas mãos o destino do mundo.

Em Frankstein temos a história de um cientista obcecado em genética e reprodução humana, que busca de todas as maneiras reinventar a vida e de formar artificial recriar um ser humano. Ao pegar pedaços de membros humanos no cemitério e usar sua “genialidade” Victor Frankentein dá vida a um monstro que no decorrer de sua obra busca matar seu próprio criador.  Podemos relacionar o monstro criado por Victor Frankenstein com o próprio avanço tecnológico desde o século XVIII até agora. Observe que na obra o monstro volta-se contra seu proprio criador ao ponto de não ter mais controle nenhum sobre ele. No século XX vemos essa reflexão se materializar nas grandes guerras mundiais e todas as complicações que a contemporaneidade trás com sigo.

O problema da busca desenfreada pelo progresso recai sobre as pessoas e o social é deixado de fora desse projeto. Vale tudo para garantir a hegemonia do poder mundial. Duas Grandes Guerras foram as consequências de tal ganancia entre as potências envolvidas. Gerando uma indústrias desenvolvida na fabricação de armas. Tornando alguns países verdadeiras maquinas de morte. As bombas nucleares caíram nas costas da humanidade quanto espécie. Parecemos então suicidas em um barco flutuante no espaço chamado Terra. Nosso planeta é pequeno para tanta ganância, estudos mostram que trinta por cento dos recursos naturais do planeta já foram extintos, tornando nossa projeção de futuro alarmante. Pois em cinquenta anos mais de sessenta por cento das riquezas naturais vão estar irrecuperáveis se continuarmos por esse caminho.  Criamos nossa própria condenação? Essa também é reflexão ocorrida em Fausto na obra “Tudo que é sólido se desmancha no ar” de Marshall Berman.

Essa obra resultou em uma crítica muito bem construída a sociedade contemporânea e ilustra bem o potencial destruidor da humanidade. Berman usou Fausto de Goethe para evidenciar as três metamorfoses que ajudam a entender a busca desenfreada e inconsequente da humanidade pelo progresso banalizando assim a vida e da natureza em sua volta.

Na Primeira metamorfose Fausto representou para nos um homem introspectivo e ligado no conhecimento próprio, isolado no seu mundo Fausto pensava somente em suicídio. Quanto mais aumentava sua inteligência e cultura mais se afastava da totalidade do mundo. Ele era uma pessoa sensível e com certeza vanguardista de seu tempo, pois sonhava com coisas da modernidade. Mas a sociedade era ainda presa às formas do velho mundo, como portador de uma cultura dinâmica em uma sociedade estagnada, ele está dividido entre vida interior e vida exterior. Mas sua vontade fundia com os poderes ocultos de Mefistófeles que conduz Fausto a canalizar toda a sua força para transformar o mundo. Para isso é necessário à velocidade, a rapidez que lembra o sexo, mas que faz o dinheiro a melhor companhia para o novo mundo que andava em passos largos para o consumismo, essa fase representa o inicio da modernidade que ajudou a construir  o que somos hoje.

Na segunda metamorfose, Fausto consegue sua libertação, onde através de seu pacto com Mefistófeles, que a essas alturas reparamos que representa uma espécie de demônio, ele alcança tudo o que sonhou, mas algo ainda o faltava algo em seu coração, até que ele reconhece em Gretchen o amor que ele precisava. Mas também nesta fase vemos surgir à voracidade e a alienação de tudo o que não é considerado por ele moderno. Este estágio culmina na sua dispersão e perda dos valores e a morte de sua amada. Além disso, para sermos justos com Fausto, devemos reconhecer em Gretchen existe uma estranha maneira voluntária na qual ela morre permitindo que tudo se volte contra si mesma. Essa fase representa para nós a desumanização que o progresso científico trouxe a nossa espécie, o exemplo disso na história é que o social é deixado do lado de fora para que alcancemos tal ideal. Os holocaustos que aconteceram durante a segunda guerra realça nossa reflexão.

Na terceira e última metamorfose de Faustos, vemo-lo cada vez mais voraz na sua ideia de Modernidade, focado em trazer tudo o que existe ao seu conceito de moderno, não importando o que fosse necessário para atingir tal objetivo. A destruição de Filemo e Báucia, por ordenada por ele, vem a ser o clímax irônico da vida deste último. Ao matar o casal de velhos, ele pronuncia sua própria sentença de morte. Tendo eliminado todos os vestígios deles e do seu velho mundo, não lhe resta mais nada a fazer. A morte do casal de idosos tem seu significado simbólico de que a sociedade contemporânea deve destruir todas as pontes que possa quebrar nosso compromisso com o progresso.

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