ORGANICISMO NO BRASIL

Em 1931, Wright veio ao Brasil, onde participou do júri do concurso para o Farol de Colombo. Vilanova Artigas e Miguel Fortes foram um dos primeiros arquitetos brasileiros influenciados por Frank Lloyd Wright.

Vilanova Artigas foi um dos arquitetos brasileiros mais importantes, entre 1937 a 1945 suas arquiteturas eram marcadas pela influência de Wright. Ele sempre buscava a arquitetura que melhor correspondesse à necessidade Brasileira e achava nessa época, que as condições temáticas corbusiana estavam fora do nosso estágio de tecnologia. Portando, era mais condizente com seu pensamento se apoiar na arquitetura de Wright do que na de Corbusier. A arquitetura de Wright lhe dera uma “visão de mundo: o respeito à natureza do material, procurar a cor tal como ela é na natureza”. Porém, a partir de 1945, iria abandonar essa ideologia, por considerar que a “arquitetura estava ligada a um problemática nacional e popular e que era preciso arranjar uma ética que me reconciliasse com os ideais do povo brasileiro”. Ou seja, sua carreira foi marcada por estar sempre em evolução na maneira de pensar o projeto.

WRIGHTANOS

Nos anos 50 formou-se um grupo que se autodenominava wrightanos e que se opunha ao grupo racionalista.

Em 1957, 5 desses arquitetos formaram um escritório chamado Arquitetura Horizonte, e eles sempre acompanhavam com atenção as obras de arquitetos reconhecidamente influenciados por Wright e estavam sempre em busca da clareza espacial e construtiva. Apensar da influência de Wright, seus obras eram resultado de várias inspirações e de um julgamento sobre a realidade brasileira e o perfil do cliente.

José Claudio Gomes pertencia ao grupo de wrightanos e sua inspiração era assumidamente wrigthana. Em um dos seus projetos, por exemplo, a Casa Lima, ele utiliza de forma expressiva o bloco de concreto que serve de módulo para o projeto, mostrando uma adequação do seu uso orgânico às limitações da construção civil no Brasil. Um dos projetos mais conhecidos de Gomes é o conjunto residencial Jaçanã, em São Paulo. São 16 grupos de casas unifamiliares geminadas, implantadas no perímetro do terreno, que conformam um espaço aberto comum no miolo da quadra. Enfatiza a baixa densidade e amplas áreas verdes. Suas casas são evidentemente baseadas nos conceitos organicistas, que se apresentam de forma bem resolvida nas lajes, beirais, aberturas, balcões e plataformas. Cuja morfologia integre-se na paisagem existente e que busque, através de suas formas, o equilíbrio entre o bem estar físico e social de seus moradores.

Todos esses arquitetos, apenas de suas influências, sempre levavam em consideração a realidade brasileira. Pode-se notar nas residências espaços mais abertos e fluidos, com materiais aparentes, telhados de pouca inclinação e ampla fenestração.