Os Marginalista e Keynes

Daniel Oliveira Costa                                201551050

A revolução marginalista veio a fim de questionar a visão clássica e reformular em alguns aspectos. Dentre os precursores deste novo ideal, destaca-se Bernoulli, Benthan, Gossen, Jevons, Menger e Walras. Outros grandes contribuintes para essa teoria são de, grande parte, origem germânica (confederação germânica), como: Böhm-Bawerk, Wieser e Menger. O inglês Marshall foi crucial para desenvolvimento matemático embora não faça tanta questão de demonstrar seus resultados algebricamente.

A principal inovação trazida pelos marginais é a importância do bem-estar do indivíduo ou sociedade. Como é subentendido no paradoxo de Bernoulli, temos um jogo no qual se tem um valor esperado infinito, mas as pessoas não têm interesse em participar com valores mais altos e isso é relativo de acordo com o nível de renda das pessoas. Com isso foi associado o nível de renda das pessoas com o jogo e é evidente que quanto maior a renda, menos seria a propensão a pagar para participar do jogo, já que o ‘’prazer’’ não faria o mesmo efeito como faria para pessoas de renda baixa.

Isso ajudou a entender que o preço dos bens não é somente dado pelas horas trabalhadas e os custos, muito menos pelo seu valor intrínseco, seu preço dependeria de qual a utilidade os indivíduos teriam dado o bem.

Essa relação entre o bem e a necessidade, vontade ou prazer é denominada a partir de Gossen por Utilidade, ou seja, quanto mais ‘’prazeroso’’ é um bem mais utilidade esse produz. Gossen fala também na sua segunda lei que os bens substituíveis têm utilidade marginais igual e são substitutos a preços marginais e que, na sua terceira lei, que o bem só teria valor se tivesse demanda, indiferente do seu preço de produção ou horas trabalhadas.

Com sua formação mais humana, Bentham levou a economia para o lado da ética e do tipo deontológica, bem avesso a algebrismo, dada a sua formação e seu contexto vivido (revolução iluminista, racionalidade). A sua contribuição foi a aperfeiçoamento da ideia de utilidade e as políticas públicas voltadas para o bem-estar social, mas surge o problema com a utilidade, que seria como mensurá-la.

O britânico Jevons teve, também, grande participação dentre os marginalistas, mas suas obras foram ofuscadas devido à grande fama de Marshall na época. Ele critica a teoria de que os recursos naturais iriam acabar e haveria uma escassez, dizendo que com o aumento da eficiência a economia iria se conduzir a um aumento de recursos e procura de outras formas de energia, senão o carvão.

Jevons aprimora a Utilidade, dizendo que a Utilidade Marginal dos bens é decrescente, ou seja, quanto mais se obtém do bem menos aquele bem adicional será útil. Ele desenvolve a teoria da utilidade marginal dos bens, demonstrando algebricamente, é visto por ter mais apreço a matemática que Bentham. Para ele custo determina oferta, a oferta determina a utilidade final e essa última determina o valor, mas não estabelece uma relação direta entre custo e valor.

Além do aperfeiçoamento utilidade, ele retoma a questão do oferta de trabalha, abordada pelos clássicos e encara o N não como dado e sim com a igualdade da utilidade marginal da renda e a desutilidade marginal do trabalho em módulo, levando em conta que a variação no salário é dada pela alteração na desutilidade do trabalho, pois ele diz q a oferta de trabalho é constante e a desutilidade do trabalho é heterogênea.

O marginalista ainda propõe um pressuposto do retorno do capital, esse seria a produtividade marginal do capital sobre o próprio capital, formando a taxa de juros. Isso fora discutido mais a fundo com o outro marginalista Bohm-Bawerk.

São apontados vários problemas no seu modelo, quando foi desenvolvido a função utilidade, não se derivou para achar a utilidade marginal, além desse entrave ele não apresentou teoria  da firma.

Carl Menger pode ser denominado como o pai da escola austríaca, notando que aderiu a onda marginalista e fez seus desenvolvimentos usando conceitos marginais. Ele define como o valor do bem o valor do último bem produzido, já que esse representa a última satisfação. Um desses conceitos desenvolvido por ele seria a classificação de bem inferior e superior, o último não contribui para necessidade humana, sendo preciso o bem inferior para auferir utilidade e a utilidade desses bens é medida através do valor subjetivo que cada pessoa impõe aos bens e que essas subjetividade pode ser medida cardinalmente ou ordinalmente, sendo o primeiro o valor absoluto dos bens para a pessoa e o quanto a pessoa prefere um bem ao outro, já a propriedade cardinal indica a ordem de preferência, relevando o quanto é preferível um bem ao outro. Os modos de mensuração de bens cardinais são desconhecidos e Menger fala que seria possível trabalhar somente ordinalmente.

Clark, outro marginalista, pondera ao dizer que a produtividade marginal do trabalhador não deve ser utilizada como medida de distribuição de renda, já que é enganosa. A produtividade marginal é o valor pago pelo produto e não pela mão de obra. Mas se fossemos olhar na ordem normativa, teríamos uma proximidade da distribuição de renda justa e eficiente à produtividade marginal.

Uma crítica de Bohm-Bawerk a Clark seria sobre a distribuição de renda, se a produtividade marginal determina salário e se esse último é menos que a PMg, então há uma exploração entre trabalhadores. Essa exploração é diferente da tratada por Marx e que se dá, principalmente pela produtividade marginal do capital.

Esses modelos se tornam ‘’algebrizados’’ quando foi introduzido a Teoria do equilíbrio geral por Walras, ele passa a derivar as utilidades achando o equilíbrio de mercado, incluindo a subjetividade das utilidades que cada bem possui para cada indivíduo. O seu princípio parte de que se o mercado (n-1) está em equilíbrio,  enésimo também estará.