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PAULO FREIRE: POR UMA EDUCAÇÃO LIBERTADORA E HUMANISTA

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Por:   •  15/9/2013  •  4.607 Palavras (19 Páginas)  •  969 Visualizações

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PAULO FREIRE: POR UMA EDUCAÇÃO LIBERTADORA E HUMANISTA

LINHARES, Luciano Lempek1 – PUCPR

luciano.linhares@hotmail.com

Área Temática: Educação: História e Políticas

Agência Financiadora: Não contou com financiamento

Resumo

O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a educação libertadora, humanista e ao

mesmo tempo conscientizadora de Paulo Freire nos Círculos de Cultura - uma proposta não

escolar que pretendeu alfabetizar e, ao mesmo tempo, conscientizar/ politizar os homens pelo

diálogo, algo parecido com a maiêutica socrática. Os Círculos de Cultura surgem da

necessidade de se superar as mais diversas situações de opressão que vive o oprimido. Para

Freire, a libertação do oprimido, tão necessária, será possível pela educação. Não a educação

“bancária”, em que o saber é uma doação dos que se julgam sábios aos que eles julgam nada

saber, que visa defender os interesses do opressor, que trata os homens como seres vazios,

desfigurados, dependentes; mas a educação problematizadora. A educação problematizadora,

libertadora, promovida nos Círculos de Cultura por meio de perguntas e respostas (diálogo),

se afirma na relação dialógica entre educador-educando. Para Paulo Freire, o Círculo de

Cultura constituía-se numa estratégia da educação libertadora. Nele não haveria lugar para o

professor bancário, que tudo sabe, nem para um aluno passivo, que nada sabe. O Círculo de

Cultura, portanto, é um lugar onde todos têm a palavra, onde todos lêem e escrevem o mundo.

É um espaço de trabalho, pesquisa, exposição de práticas, dinâmicas, vivências que

possibilitam a construção coletiva do conhecimento. Nos chamados Círculos de Cultura, os

analfabetos aprendiam e ensinavam a interpretar o mundo e a descodificá-lo, a partir da

palavra e temas geradores de significância para a sua realidade, idéias estas presentes,

principalmente, nas obras “Pedagogia do Oprimido” e “Educação como prática da

Liberdade”.

Palavras-chave: Temas geradores; Educação; Círculo de Cultura; Libertação.

Introdução

Freire, mais que um educador, um pensador comprometido com a vida, com a

existência, pensar em como buscar a liberdade humana a qual está presa, amarrada à

consciência da classe dominante. Essa classe não pode lutar pela libertação dos trabalhadores

por que seria propor o fim de sua hegemonia. Cabe então ao trabalhador, ao oprimido, lutar

pela sua libertação e, conseqüentemente a do patrão, a do opressor: “Hegelianamente,

1 Mestre em Educação pela PUCPR.

10142

diríamos: a verdade do opressor reside na consciência do oprimido”. (FIORI in FREIRE,

1982, p. 04).

Para Freire, a libertação do homem oprimido, tão necessária a si e ao opressor, será

possível mediante uma nova concepção de educação: a educação libertadora, aquela que vai

remar na contramão da dominação. Freire propõe abandonar a educação bancária, a qual

transforma os homens em “vasilhas”, em “recipientes”, a serem “preenchidos” pelos que

julgam educar, pois acredita que essa educação defende os interesses do opressor, que trata os

homens como seres vazios, desfigurados, dependentes. Ao invés disso, buscou defender uma

educação dos homens por meio da conscientização, da desalienação e da problematização.

Para Freire, uma educação popular e verdadeiramente libertadora, se constrói a partir

de uma educação problematizadora, alicerçada em perguntas provocadoras de novas

respostas, no diálogo crítico, libertador, na tomada de consciência de sua condição existencial.

Tal investigação Freire chamou de “universo temático”, um conjunto de “temas geradores2”

sobre os níveis de percepção da realidade do oprimido e de sua visão de mundo sobre as

relações homens-mundo e homens-homens para uma posterior discussão de criação e

recriação.

Os Círculos de Cultura

Os temas surgem após uma pesquisa prévia do universo das palavras faladas no meio

cultural do educando. Desse meio são extraídos os vocábulos de maior possibilidade fonêmica

e carga semântica. Essas palavras são chamadas de geradoras porque proporcionam a

formação de outras. Aprender a dizer a palavra possibilita ao homem excluído do sistema

capitalista entendê-lo, pensá-lo, decifrá-lo, decodificá-lo.

Os temas geradores, que podem partir do mais geral para o particular, envolvem

situações-limites em que os homens se acham “coisificados”, uma fronteira entre o ser e o sermais

de opressão em que a consciência dos homens se encontram “imersas”. Faz parte de uma

metodologia conscientizadora que possibilita aos homens uma forma crítica de pensarem seu

mundo

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