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Pan-Africanismo

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Por:   •  5/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.053 Palavras (9 Páginas)  •  443 Visualizações

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Introdução

O pan-africanismo é uma ideologia que propõe a união de todos os povos de África como forma de potencializar a voz do continente no contexto internacional. Relativamente popular entre as elites africanas ao longo das lutas pela independência da segunda metade do século XX, em parte responsável pelo surgimento da Organização de Unidade Africana, o pan-africanismo tem sido mais defendido fora de África, entre os descendentes dos escravos africanos que foram levados para as Américas até ao século XIX e dos emigrantes mais recentes.

Eles propunham a unidade política de toda a África e o reagrupamento das diferentes etnias, divididas pelas imposições dos colonizadores. Valorizavam a realização de cultos aos ancestrais e defendiam a ampliação do uso das línguas e dialetos africanos, proibidos ou limitados pelos europeus.

Origens do termo

Pan-Africanismo ou Panafricanismo, vem do grego, pan (toda) e africanismo (referindo-se a elementos africanos). A origem do termo é inserida na corrente filosófica-política historicista do século XIX sobre o destino dos povos. E a necessidade de a unidade de grandes conjuntos culturais ou “nações naturais” a partir do expansionismo imperialista ocidental. É discutido se a autoria da expressão pertence a William Edward Burghardt Du Bois ou Henry Sylvester Williams.

Em meados do século XX o Pan-africanismo foi explicado como a doutrina política defendida pela irmandade africana, libertação do continente africano de seus colonizadores e ao estabelecimento de um Estado que buscasse a unificação de todo o continente sob um governo africano. Alguns teóricos como George Padmore acrescentaram a partir da Segunda Guerra Mundial, que o governo panafricano deveria ser gerido segundo as premissas do socialismo científico. Outros teóricos postularam o caminho do rastafarianismo político, que defende um governo imperial.

Originalmente, o pan-africanismo centrava-se mais sobre a questão racial que no geográfico. Ainda hoje há muitos que defendam o caminho radicalista, visto os problemas de integração do norte da África, que conta com uma historia diferenciada árabe, em uma unidade cultural coerente com a África Subsaariana. Os objetivos do panafricanismo atual, ainda que sejam semelhantes aos originais, mudaram.

No início do século XIX, a escravatura ainda estava em vigor no sul dos Estados Unidos, mas não no norte, graças um decreto de 1787, que estabelecia o limite legal no Rio Ohio. Uma minoria de negros no norte tinha atingido uma posição socioeconômica próspera e alguns dos representantes desta classe começaram a desenvolver um sentimento de fraternidade racial que resultou no movimento "de volta para a África". Entre eles Paul Cuffe, um negro nascido livre, de pai africano e mãe ameríndia, que promoveu em 1815 uma tímida experiência de repatriamento para a África, antecessora da Sociedade Americana de Colonização fundadora da Libéria, mas os custos da empreitada dissuadiram-no.

No substrato intelectual que propiciou os movimentos abolicionistas, surgiram desde o início duas tendências na América do Norte: por um lado, os que acreditavam que a escravatura iria acabar, de uma forma ou de outra, e que era necessário encontrar uma casa para ex-escravos na África, a sua terra de origem. Os britânicos tinham estabelecido uma colônia na Serra Leoa entre 1787 e 1808, que se destinava às pessoas libertas dos barcos escravistas que capturavam.

O outro ponto de vista era dos que afirmavam que os descendentes dos escravos deviam permanecer na América e que inclusive tinham que ser capazes de uma subsistência independente. Mas, entre os mais acirrados abolicionista, não se acreditava que a raça negra e a raça branca podiam viver no mesmo espaço e prosperar sem um perpétuo conflito. Foi levado em consideração e pensado pelas próprias pessoas negras que, de uma forma ou de outra, seriam exploradas pelo sistema do homem branco, enquanto não tivessem a sua própria pátria. O elevado custo de envio de tantas pessoas para a África, fez com que a segunda opção prevalecesse.

Congresso Pan-Africanismo

Internacional que garantisse, na África tropical, o direito dos nativos, bem como um plano gradual que conduzisse à emancipação final das colônias. O congresso Pan-Africanismo foi uma série de cico eventos ocorridos em 1919 em París, 1921 em Londres, 1923 em Londres novamente, 1927 em Nova York, 1945 em Manchester, 1974 em Dares Salaam e em 1994 em Kampala, na sequência da Conferência O conceito que mudou a história no negro no mundo contemporâneo.

A ideologia Pan-africanista surgiu de um sentimento de solidariedade e consciência de uma origem comum entre os negros do Caribe e dos Estados Unidos. Ambos estavam envolvidos numa luta semelhante contra a violenta segregação racial. Essa solidariedade que marcou a segunda metade do séc. 19 propôs a união de todos os povos da África como forma de potencializar a voz do continente no contexto internacional.

O termo Pan-africanismo foi cunhado pela primeira vez por Sylvester Willians, advogado negro de Trinidad, por ocasião de uma conferência de intelectuais negros realizada em Londres, em 1900. Willians levantava sua voz contra a expropriação das terras dos negros sul-africanos pelos europeus e conclamava o direito dos negros à sua própria personalidade.

Essa reivindicação propiciou o surgimento de uma consciência africana que começou a se expressar a partir do I Congresso Pan-africano, organizado em Paris, em 1919, a liderança de Du Bois. Naquela época, Du Bois profetizou que o racismo seria um problema central no século 20 e reivindicou um Código

Repercussão - Após o primeiro, foram realizados outros quatro congressos pan-africanos. No último, foi tratado de aclamar a necessidade da formação de movimentos nacionalistas de massas para obterem a independência da África o mais rápido possível. No Brasil, o Congresso de Cultura Negra realizado a partir da década de 1970 foi o principal reflexo do movimento.

O Pan-africano e a formação da OUA

O pan-africanismo tem uma importância vital para a história da África, bem como para a formação da Organização da Unidade Africana e de sua sucessora, a União Africana. Esse movimento foi crucial na constituição da identidade negra, tendo sido um instrumento de unidade de luta destes por reconhecimento, direitos humanos, igualdade racial e depois como elemento

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